O mistão do Bayern arrancou o empate no fim e frustrou os planos do Atlético, que decidirá sua vida na última rodada
Depois de 15 vitórias consecutivas, o Bayern de Munique não triunfou em uma partida de Champions League. O “tropeço”, no entanto, é totalmente compreensível. Já garantidos na liderança do Grupo A, os bávaros pouparam diversas estrelas e encararam o Atlético de Madrid com uma escalação experimental. O empate por 1 a 1 no Wanda Metropolitano, no fim das contas, acabou sendo um resultado até agradável aos alemães. Muito pior seria aos colchoneros. O time de Diego Simeone teve a vitória nas mãos até o final do segundo tempo e, com o deslize, deixou de garantir a classificação antecipada. Os espanhóis jogarão sua vida na última rodada, num compromisso difícil com o Red Bull Salzburg fora de casa, ao menos com a vantagem do empate.
O Atlético de Madrid ainda não tinha Luis Suárez, se recuperando da COVID-19. Diego Simeone escalou o ataque com João Félix e Ángel Correa. Destaque também ao meio-campo recheado de talentos no 3-5-2 – com Kieran Trippier, Marcos Llorente, Koke, Saúl Ñíguez e Yannick Ferreira-Carrasco. Já o Bayern sequer levou alguns dos principais jogadores à Espanha, incluindo o próprio Robert Lewandowski. Entre os titulares, a experiência se concentrava com David Alaba, Javi Martínez e Douglas Costa. Leroy Sané era outro destaque. Ganharam espaço novatos como o goleiro Alexander Nübel, bem como os garotos Jamaal Musiala e Bright Arrey-Mbi.
O expressinho do Bayern de Munique começou razoavelmente bem no Wanda Metropolitano. A equipe tentava imprimir um ritmo intenso e tinha mais posse de bola. Era uma partida até equilibrada, com o Atlético de Madrid conseguindo suas infiltrações, especialmente em bolas espetadas na área. Num momento em que os colchoneros prevaleciam de maneira mais clara, saiu o primeiro gol, com João Félix – um dos melhores da equipe. Aos 26, Marcos Llorente avançou à linha de fundo e cruzou rasteiro. O português se antecipou à marcação e definiu às redes.
O gol fez bem ao Atlético, que seguiu melhor na partida. Os colchoneros construíam com mais clareza suas jogadas e poderiam ter ampliado antes do intervalo. Numa boa trama iniciada por João Félix, Carrasco serviu Llorente e o meio-campista errou o alvo na hora da finalização. Os colchoneros, de qualquer maneira, recuavam um pouco mais e pareciam confortáveis em buscar os contra-ataques. Já o Bayern não encontrava seu melhor encaixe, especialmente com uma linha de frente tão modificada.
O segundo tempo já apresentava um Bayern mais disposto, ainda que João Félix causasse problemas do outro lado – com uma bola no travessão, em lance depois anulado. Hansi Flick buscaria a vitória a partir das alterações. O treinador acionou suas estrelas no banco aos 16, com as entradas de Serge Gnabry e Thomas Müller. Os bávaros ganharam presença ofensiva e velocidade em suas ações. Enquanto isso, o Atleti ainda precisou lidar com a lesão de José María Giménez, substituído por Felipe no miolo da zaga.
Faltava ao Bayern um pouco mais de capricho nas jogadas, com suas chegadas muitas vezes limitadas a bolas longas. Insistindo mais, os bávaros arrancaram o empate aos 41. Thomas Müller sofreu um pênalti de Felipe e se encarregou da cobrança. Bateu firme à sua direita e conseguiu tirar do alcance de Jan Oblak. Só então a partida realmente ficou aberta. Os alemães não desistiam da virada. Mesmo assim, no desespero, o Atlético ficou mais próximo da vitória. Thomas Lemar cabeceou uma bola por cima e Felipe furou o arremate livre no segundo pau durante o último lance.
O Bayern, tranquilo na liderança, fecha a rodada com 13 pontos no Grupo A. Já o Atlético de Madrid que se complica ao deixar a vitória escapar. Os colchoneros ficam com seis pontos, apenas dois à frente do Red Bull Salzburg. Os rojiblancos perderam a chance de definir a classificação antecipada e terão que garantir ao menos o empate na última rodada, durante a visita à Áustria. Não será simples.