O jogo nunca pegou fogo, e um protocolar empate colocou o Manchester City na semifinal
Qualquer esperança do Bayern de Munique terminou quando Upamecano escorregou na frente de Erling Haaland

Dayot Upamecano é um excelente zagueiro, destacou-se na Copa do Mundo e teve trágicas quartas de final contra o Manchester City. Depois de ensaiar a falha duas vezes, escorregou (ou deu o pior bote do mundo) na hora errada e permitiu que Erling Haaland marcasse no começo do segundo tempo para sepultar chances que já eram ínfimas de o Bayern de Munique voltar à eliminatória. O empate por 1 a 1 foi meramente protocolar e coloca o time de Pep Guardiola na semifinal, após o 3 a 0 no Etihad Stadium.
O confronto foi um pouco mais equilibrado do que o placar agregado indica. Estava pau a pau até os dois gols em sequência do City no segundo tempo do jogo de ida que deixaram o Bayern abalado. Na Allianz Arena, a missão era muito difícil: marcar três vezes e não sofrer nenhum para ainda disputar prorrogação. Os bávaros não foram avassaladores no ataque, mas tiveram suas chances. Não as converteram, porém, e o City ameaçou ocasionalmente até resolver a parada.
Se a eliminação permite que o Bayern se concentre em manter a Salva de Prata, ao City mantém o sonho vivo de finalmente conquistar a Champions League. Está na semifinal pela terceira vez seguida e talvez seja o principal favorito. A aura do Real Madrid, o seu próximo adversário, é insuperável, mas apenas no campo e bola, os ingleses estão em melhor momento. Na final, pegariam um dos clubes de Milão, em uma posição ainda mais favorável. O sonho não apenas está vivo: a oportunidade é boa para Guardiola rechaçar a última crítica esportiva ao seu trabalho na Inglaterra.
Escalações
O Manchester City provavelmente sentiu que não precisava fazer mudanças. Repetiu a escalação do jogo de ida, com John Stones fechando mais como zagueiro sem a bola e subindo ao lado de Rodri no meio-campo com ela. Bernardo Silva e Jack Grealish davam força pelos lados, com Kevin de Bruyne e Gündogan pelo centro. Thomas Tuchel mexeu em duas posições. João Cancelo começou na lateral esquerda no lugar de Alphonso Davies e o técnico optou por uma referência no ataque. Eric Maxim Choupo-Moting substituiu Serge Gnabry para liderar o setor ofensivo.
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Primeiro tempo
Dayot Upamecano era o homem mais aliviado da face da terra quando chegou aos vestiários. Ele havia feito um jogo ruim na Inglaterra, responsável por um dos gols do Manchester City, e cometeu outras duas ações defensivas que poderiam ter praticamente resolvido a eliminatória no primeiro tempo, mas escapou de ambas.
Dada a vantagem, não foi uma surpresa que os primeiros 15 minutos na Allianz Arena foram pouco fluídos. Quem precisa correr atrás do resultado tem que equilibrar a necessidade de ir para cima com tudo e o risco de levar mais um gol que deixaria a situação mais difícil. O outro time apenas espera. Como nada acontecia, o Bayern não teve outra alternativa e começou a se soltar aos 17 minutos. Conseguiu encaixar um bom contra-ataque, com Musiala acionando Sané em velocidade.
Com um pouco mais de capricho, o ponta alemão poderia ter mudado (um pouco) o panorama da eliminatória. Ele ganhou de John Stones na corrida e saiu na cara de Ederson. Tentou uma batida colocada na saída do goleiro e errou por centímetros. Dois minutos depois, Haaland escapou em passe profundo de Kevin de Bruyne e foi derrubado por Upamecano na entrada da área. O árbitro Clement Turpin nem hesitou e mostrou cartão vermelho. Para a sorte do francês, porém, Haaland estava impedido.
O Bayern começou a ganhar ritmo. Sané exigiu defesa de Ederson com uma cobrança de falta do bico da grande área, e Goretzka mandou para fora de média distância. O City não tinha nenhuma urgência para atacar e, ainda assim, teve uma chance de ouro. Quando Gündogan dominou na entrada da área, Upamecano botou os braços para trás para bloquear. No entanto, na hora da batida, abriu um deles e desviou a bola. Pênalti. Para a sorte do francês, porém, Haaland isolou.
Os donos da casa terminaram bem o primeiro tempo. Coman recebeu o passe de calcanhar de Sané e fez Ederson trabalhar. Depois, Choupo-Moting tentou de calcanhar, depois de uma arrancada de Coman pela esquerda. O ponta francês ainda pegou o rebote e também esbarrou na defesa. A etapa inicial terminou sem que o Bayern conseguisse avançar a sua missão. E o City estava tranquilo.
Segundo tempo
O intervalo não foi suficiente para aliviar o quanto Upamecano estava disposto a entregar, e os primeiros dez minutos retiraram qualquer mistério da partida. O City encaixou um bom contra-ataque, com Grealish soltando nas costas da defesa para Haaland, que carimbou Yann Sommer. Foi a primeira finalização certa do City na partida. A segunda seria definitiva.
O Bayern teve uma boa chance. Coman chegou pela direita e bateu cruzado. Ederson conseguiu interceptar, e a bola ainda passou na frente do gol. Os ingleses saíram rápido com um passe longo. Haaland ajeitou de cabeça para De Bruyne, projetou-se e recebeu de volta. Ficou no mano a mano com Upamecano na entrada da área. O francês caiu com o bumbum no chão, Haaland agradeceu, entrou na área e bateu na saída de Sommer para marcar o gol mais importante da partida.
E o jogo acabou. O momento de maior tensão foi quando Thomas Tuchel, dando gargalhadas na cara do perigo, trocou Leroy Sané por Sadio Mané – os pivôs da polêmica da semana passada. O Bayern atacava sem a menor esperança. O City apenas cozinhava quando recuperava. Mané se esforçou em uma arrancada pela esquerda e, em um lance meio casual, conseguiu um pênalti em toque de braço de Manuel Akanji. Kimmich converteu e pelo menos evitou que os bávaros perdessem novamente.