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Melhor nos dois jogos, Inter nem teve que suar muito para vencer o Milan e voltar à final

A Internazionale despachou o seu grande rival e retorna à decisão da Champions League, após 13 anos

A Internazionale era ligeiramente favorita para a semifinal da Champions League por dois motivos: havia chegado a ela em momento mais positivo e, no geral, tem um elenco mais qualificado tecnicamente. E tudo isso foi visto em campo durante os 180 minutos das duas partidas em San Siro. Os nerazurri foram melhores que o Milan em quase todos eles e merecidamente classificaram-se à sua primeira final de Champions League desde 2009/10, com vitória nos dois jogos: 2 a 0 semana passada, e 1 a 0 nesta terça-feira, gol de Lautaro Martínez.

Como o rival, a Inter teve uma década complicada. Houve mudanças de propriedade, depois da saída de Massimo Moratti, e seis anos sem disputar a Champions League. Mesmo quando retornou, pelas mãos do agora campeão italiano Luciano Spalletti, ficou evidente que ainda estava longe da elite do continente, com três eliminações consecutivas na fase de grupos. Na temporada passada, finalmente conseguiu chegar às oitavas de final e, agora, encaixou uma grande campanha.

A análise fácil é que deu sorte no sorteio. Enfrentou Porto e Benfica nas primeiras fases do mata-mata e pegou um Milan relativamente baleado e em um momento pior na semifinal. Mas a Inter tem os seus predicados. Principalmente uma grande defesa, muito bem organizada, um meio-campo que marca, joga e tem experiência, e atacantes de primeira linha, como Lautaro Martínez, Edin Dzeko e Romelu Lukaku – com um deles sempre entrando fresquinho no segundo tempo.

A classificação foi efetivamente obtida nos primeiros minutos da primeira partida. A Internazionale soube administrar a vantagem construída naquele período durante o resto do confronto, contra um Milan muito pobre ofensivamente, que conseguiu uma mísera finalização, sem perigo, durante os 45 minutos finais de uma partida decisiva contra a sua maior rival. Agora, terá que se concentrar em voltar à competição na próxima temporada pela Serie A – o que não está nada fácil também.

Escalações

A principal dúvida da partida era se Rafael Leão teria condições de ser titular pelo Milan. Ele teve. O português entrou pelo lado esquerdo, importante pela sua qualidade e pela dobradinha com Theo Hernández. Brahim Díaz fechou pelo meio, com Junior Messias pela direita, em vez de Alexis Saelemaekers, que era outra possibilidade. Malick Thiaw entrou na zaga no lugar de Simon Kjaer. Na Internazionale, nada de novo. Denzel Dumfries e Federico Dimarco deram amplitude pelas alas, com Nicolò Barella, Çalhanoglu e Mkhitaryan por dentro, e Dzeko e Lautaro Martínez no ataque.

Primeiro tempo

Torcedores da Inter lotaram o San Siro, mas o Milan sabia que, empurrado ou não pela torcida, precisava de um começo forte. Então foi para cima e conseguiu cerca de 15 minutos de pressão. Matteo Darmian conseguiu um corte providencial, após Giroud escorar de cabeça na segunda trave, antes de Sandro Tonali completar na pequena área. O volante italiano, pouco depois, fez uma grande jogada pela esquerda, com muita raça e habilidade, deixando Mkhitaryan para trás, antes de cruzar rasteiro. Brahim Díaz chegou batendo de primeira, sem muita força, e André Onana conseguiu fazer a defesa.

Caso a bola entrasse, o gol talvez fosse anulado porque Barella havia ficado no chão após uma dividida. Os interistas ficaram muito irritados com o árbitro Clement Turpin, que não interrompeu o jogo. A maré começou a mudar aos 13 minutos, com um belo contra-ataque pela esquerda. Dzeko tocou para Dumfries, que rolou para a batida de primeira de Barella. Maignan fez uma linda defesa. Houve impedimento do bósnio no começo da jogada, mas, bem ajustado, seria revisto pelo VAR. A Inter conseguiu encaixotar o ataque do Milan e, sem pressa, valorizou mais a posse de bola e conseguiu alguns escanteios para ameaçar um pouco.

O Milan sentia falta de Leão. Ele estava em campo, mas claramente limitado, não conseguiu dar as suas tradicionais arrancadas pelo corredor esquerdo. Exceto aos 37 minutos, quando ganhou a dividida de Darmian, entrou na área, puxou para a linha de fundo e bateu de canhota, muito perto da trave. A melhor chance dos visitantes (meio que entre aspas) de abrir o placar no primeiro tempo. No outro lado, Maignan mostrou que os reflexos estão em dia ao barrar um desvio de cabeça fulminante de Dzeko, em uma cobrança de falta na direção do gol.

O primeiro tempo terminou com uma má notícia para a Inter, que perdeu Mkhitaryan por lesão. Marcelo Brozovic entrou em seu lugar. E Lautaro Martínez teve uma oportunidade razoável da entrada da área. Mandou bem mal, por cima do travessão.

Segundo tempo

O segundo tempo foi um deserto durante praticamente 25 minutos. A Internazionale estava super de boa sentada em sua vantagem, e o Milan, completamente desesperado. Foi até um pouco assustador como não conseguia encaixar uma jogada mais ou menos. Quando se aproximava da área, não colocava a bola nem nos arredores de Olivier Giroud para a parede, os cruzamentos saíam altos demais, os lançamentos eram longos demais. A Inter praticamente não precisou se esforçar para recuperar a bola e tentar encaixar alguns contra-ataques para matar o jogo.

Pioli perdeu Thiaw por lesão, aos 19 minutos, e talvez devesse ter aproveitado para fazer outras substituições. Leão estava exausto, Júnior Messias também, e ninguém conseguia criar nada. Simone Inzaghi foi mais pró-ativo. Trocou Dimarco por Robin Gosens, e introduziu Lukaku na vaga de Dzeko. Cerca de oito minutos depois, Lukaku tocou para Lautaro, Lautaro tocou para Lukaku, Lukaku tocou para Lautaro (tudo isso dentro da área do Milan, aliás), até o argentino abrir o espaço e soltar um chute forte de perna esquerda, entre a trave e o goleiro Maignan.

O francês poderia ter ido melhor na jogada, especialmente pela magnitude do momento, e por ser excepcional, mas levou o gol e o jogo praticamente terminou. Lautaro quase anotou um golaço, por cobertura, mas Maignan conseguiu se recuperar. No desespero, o Milan finalmente conseguiu colocar uma bolinha na cabeça de Giroud, que desviou para fora, e foi praticamente tudo que os rossoneri conseguiram produzir no segundo tempo. E aí, não tem jeito de chegar na final da Champions League.

Inter Milan

Inter Milan
3-5-2
24
Andre Onana
cm
36
Matteo Darmian
it
15
Francesco Acerbi
it
95
Alessandro Bastoni
it
2
Denzel Dumfries
nl
23
Nicolo Barella
it
20
Hakan Calhanoglu
tr
22
Henrikh Mkhitaryan
am
32
Federico Dimarco
it
9
Edin Dzeko
ba
10
Lautaro Martinez
ar
Substitutos
11
Joaquin Correa
ar
5
Roberto Gagliardini
it
12
Raoul Bellanova
it
77
Marcelo Brozovic
hr
33
Danilo D`Ambrosio
it
6
Stefan De Vrij
nl
90
Romelu Lukaku
be
50
Aleksandar Stankovic
rs
21
Kristjan Asllani
al
8
Robin Gosens
de

AC Milan

AC Milan
4-2-3-1
16
Mike Maignan
fr
2
Davide Calabria
it
28
Malick Thiaw
de
23
Fikayo Tomori
gb
19
Theo Hernandez
fr
8
Sandro Tonali
it
33
Rade Krunic
ba
30
Junior Messias
br
10
Brahim Diaz
es
10
Rafael Leao
pt
9
Olivier Giroud
fr
Substitutos
20
Pierre Kalulu
fr
24
Simon Kjaer
dk
90
Charles De Ketelaere
be
69
Lapo Nava
it
56
Alexis Saelemaekers
be
83
Antonio Mirante
it
46
Matteo Gabbia
it
42
Alessandro Florenzi
it
12
Ante Rebic
hr
27
Divock Origi
be
5
Fode Toure
sn
32
Tommaso Pobega
it
Foto de Bruno Bonsanti

Bruno Bonsanti

Como todo aluno da Cásper Líbero que se preze, passou por Rádio Gazeta, Gazeta Esportiva e Portal Terra antes de aterrissar no site que sempre gostou de ler (acredite, ele está falando da Trivela). Acredita que o futebol tem uma capacidade única de causar alegria e tristeza nas mesmas proporções, o que sempre sentiu na pele com os times para os quais torce.
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