Manchester City x Real Madrid é o grande jogo do futebol atual?

Manchester City x Real Madrid é o grande jogo do planeta bola na atualidade?

Penso que sim. 

Há equipes que podem até estar jogando melhor que os clubes mais poderosos da Inglaterra e da Espanha. Cravaria o Bayer Leverkusen do treinador espanhol Xabi Alonso. Mas o Leverkusen está na Liga Europa, para sorte de Real e City. Ainda assim, ao se avaliar o potencial de cada time e o número de grandes jogadores envolvidos, fica ruim para a concorrência encarar os mais poderosos de Manchester e de Madri.

Chama atenção o confronto de ideias e de formas de jogo ao ter tamanha oferta de talento nas duas equipes.

Como City e Real se enfrentarão

O City é a versão mais recente do Guardiolismo. Jogo de posse de bola para alugar um triplex na cabeça do adversário. Guardiola gosta que seus times provoquem nos rivais a seguinte reflexão: temos grandes jogadores, somos um grande time, mas porque não tocamos na bola?

O Real de Ancelotti é um time mais vertical, talvez até mais apressado. Gosta de surpreender o adversário quando este tenta agredi-lo. Usa de forma cirúrgica as armas de velocidade, mas sabe controlar o jogo com mestres da cadência no meio.

A média de posse de bola do City, segundo dados do Sofascore da primeira semana de abril, é de 65,5%, com percentual de acerto de passes de 90%. A média de bolas recuperadas por jogo é de 51,8. Coerente com a proposta de ficar o maior tempo possível com a bola. Mas sem esperar que o adversário devolva, o City vai buscar a redonda.

O Real tem posse de bola de 59,8%, em média. Acerto de passes de 90,1% e recupera mais bolas que o City em média: 53,6. A principal diferença está na reação do time após a retomada da bola. O Real acelera quase que imediatamente, para aproveitar a velocidade de seus homens mais avançados.

Os números podem dar a falsa impressão de que os times são mais parecidos do que parece. Mas as execuções passam por roteiros muito diferentes. 

Os sistemas de jogo de City e Real

Em termos de sistema de jogo, as duas equipes variam dependendo do adversário e da oferta de jogadores.

O City pode fazer um 4-1-4-1, usar o 4-2-3-1, mas quase sempre opta por ter muita gente no setor de meio-campo, em volta da bola, deixando apenas o Cometa Haaland como jogador mais avançado. O maestro do time é Rodri. O meio-campista espanhol que não erra passes é quem determina o andamento do jogo.

O Real pode usar um 4-4-2 com Vini e Rodrygo ou um 4-3-3, encostando Bellingham entre os atacantes. Quando opta por desacelerar, o time tem Modric e Kroos, que, como Rodri, não gostam que outros jogadores participem da brincadeira.

Com a aproximação do fim da temporada europeia, o aspecto físico tem sido preponderante. Desgaste e lesões interferem na formação das equipes.

É impossível afirmar quem estará disponível de cada lado e em quais condições. De Bruyne, por exemplo.

Na história dos confrontos pela Champions o equilíbrio está escancarado. Em dez jogos, o City venceu quatro, com três empates e três vitórias do Real.

A chance de o campeão da Europa sair desse confronto é muito grande.

Concordam?