Champions League

Liderado por Keita e Henderson, meio-campo foi o motor do Liverpool contra o Porto

O Liverpool mudou o seu estilo nesta temporada. Em vez de um ritmo sempre acelerado, mais posse de bola e controle do jogo. Funcionou para melhorar a sua defesa, mas cortou um pouco da fluidez do ataque, e parte do problema estava no meio-campo, com jogadores muito parecidos e sem tanta criatividade. Nesta terça-feira, porém, o setor, especialmente com Naby Keita e Jordan Henderson, foi o motor do time na vitória por 2 a 0 sobre o Porto, no jogo de ida das quartas de final da Champions League.

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A saída de Coutinho, independente do mérito da transferência em si, deixou o Liverpool sem um jogador de meio-campo que fosse capaz de fazer coisas imprevisíveis, fosse no drible curto, no chute de fora da área ou no passe diferente. O clube chegou a ficar próximo de contratar Nabil Fekir, do Lyon, mas o negócio acabou não se concretizando.

Com Fabinho, Keita, Wijnaldum, Henderson e Milner, o Liverpool tem um meio-campo forte, que corre bastante, se posiciona bem, recupera a bola e sabe carregá-la, mas, com leves diferenças de características, nenhum desses pode ser considerado muito criativo. Keita é o mais habilidoso, mas demorou para se adaptar ao futebol inglês.

Klopp chegou a tentar Shaqiri pelo meio ou pela direita. As boas atuações do suíço no começo de sua passagem por Anfield fizeram até com que o treinador modificasse a estrutura do time, com o ex-jogador do Stoke City pela direita, Firmino recuado para armar e Salah de centroavante. No entanto, muito menos efetivo nas últimas vezes em que entrou em campo, Shaqiri mal tem sido utilizado. Somou apenas 18 minutos nas últimas oito rodadas da Premier League.

A grande novidade contra o Porto foi Keita, enfim realizando uma partida que se assemelhe ao que ele produzia no RB Leipzig, o que havia sido visto na Inglaterra apenas em relances nos seus primeiros jogos. Ele foi essencial nas rápidas transições do Liverpool que pegaram a defesa do Porto desprevenida, carregando a bola com propósito e superando obstáculos com um rápido jogo de pés e passes apurados.

Tocou mais na bola do que qualquer outro jogador, 88 vezes, com exceção dos defensivos, contando o volante Fabinho, e perdeu a posse de bola em apenas duas oportunidades. Contribuiu com incríveis oito desarmes, em 11 tentados, e deu dois passes para finalização. Além de, claro, abrir o placar com um chute da entrada da área que desviou em Óliver.

Outro que se destacou foi o capitão Henderson. Com três jogadores no meio-campo e Fabinho mais recuado, ele teve mais liberdade para avançar e distribuiu bons passes. Criou a jogada do segundo gol, encontrando Alexander-Arnold dentro da área para o centro que encontrou Firmino, e deixou o atacante brasileiro em boa situação, com um cruzamento da lateral direita. A finalização, de primeira, saiu por cima.

O Liverpool defendeu bem e teve o trio de ataque, especialmente Firmino e Salah, muito ativo contra o Porto. Mas foi justamente o meio-campo, setor que vinha devendo, que levou o time à frente em Anfield.

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Foto de Bruno Bonsanti

Bruno Bonsanti

Como todo aluno da Cásper Líbero que se preze, passou por Rádio Gazeta, Gazeta Esportiva e Portal Terra antes de aterrissar no site que sempre gostou de ler (acredite, ele está falando da Trivela). Acredita que o futebol tem uma capacidade única de causar alegria e tristeza nas mesmas proporções, o que sempre sentiu na pele com os times para os quais torce.
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