Champions League

Guerreiro, Lens busca empate contra o PSV e mantém sonho de oitavas na Champions

Após sair perdendo, o Lens empatou e agora ocupa a segunda colocação do grupo B com cinco pontos

O Stade Bollaert-Delelis lotado viu o Lens empatar mais uma pelo grupo B da Champions League, dessa vez 1 x 1 com o PSV após sair perdendo nesta terça-feira (24). A equipe francesa agora está na segunda colocação da chave e soma cinco pontos, apenas um a menos que o líder Arsenal e três a mais que PSV e Sevilla.

O PSV, que recuou demais para permitir o empate francês, agora precisa reagir nos três jogos finais da competição para sonhar com o que seria a primeira oitavas de final desde 2015/16.

Precisando vencer, PSV é levemente superior, mas cria pouco

Taticamente, o time mandante manteve seu esquema com três zagueiros e dois alas, que são os responsáveis por usarem os corredores do campo. O posicionamento dos jogadores no lado do campo dão liberdade para os meias-atacantes Angelo Fulgini e Florian Sotoca apoiarem o centroavante Elye Wahi por dentro, além dos dois meio-campistas Nampalys Mendy e Abdul Samed.

A estratégia de Peter Bosz no PSV apostava no 4-2-3-1, dando muita liberdade para o meia Malik Tillman e aos pontas Johan Bakayoko e Hirving Lozano abrirem o campo ou atuarem por dentro. Ambos os laterais Sergiño Dest (esquerdo) e Jorgan Teze (direito) também subiam e apoiavam o ataque. Além dos citados, o time holandês conta com outro jogador que já foi destaque em um grande centro da Europa, caso do centroavante Luuk de Long, ex-Barcelona.

Como acontece em praticamente todos os jogos do mais alto nível europeu, os minutos iniciais da partida foram de intensidade e pressão na saída de bola de ambos os lados. Quem se saia melhor no quesito era o Lens: saia melhor pelo chão (enquanto o PSV buscava lançamentos quando tinha mais dificuldades) e roubava mais bolas no campo de ataque.

A primeira grande chance veio assim, na pressão. Em jogada pela direita do ataque, aproveitando uma lacuna da defesa holandense, o ala esquerdo Deiver Machado recebeu sozinho na área e bateu de primeira para defesa de Walter Benítez, que soltou e quase complicou a jogada, mas a defesa apareceu para bloquear o rebote.

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Os minutos seguintes, até por volta dos 25 minuto, foram de bom equilíbrio, com as duas equipes encontrando espaço para atacar, mas sem efetividade. O Lens era vertical e tentava acelerar quase todas as jogadas, e o PSV utilizava bem a altura e força do atacante De Jong para mandar lançamentos e também teve bons momentos de construção com a defesa adversária postada.

Nesse momento ofensivo, plantado no campo de ataque, a formação do PSV era a utilizado por grandes times do mundo, como Barcelona e Manchester City. O time de Bosz se posicionava praticamente em um 3-2-5, sendo a saída de bola feita pelos zagueiros André Ramalho e Oliver Boscagli junto do lateral Teze (este, às vezes, dava um passo à frente e se juntava aos volantes Joey Veerman e Jerdy Schouten). Quem ficava bem aberto na esquerda, rente à lateral, era Dest, enquanto Bakayoko fazia essa função pela direita. Por dentro, flutuavam Lozano, De Jong e Tillman.

Nesse momento, com seu time todo no ataque e melhor na partida, que o PSV criou sua melhor chance. Jogada pela esquerda, Dest serviu Lozano, que partiu para cima da marcação e cortou para direita, mandando uma bomba na trave de Brice Samba.

O Lens conseguiu diminuir o ímpeto dos holandeses e retomou o fôlego (que parecia perdido) para voltar a pressionar. Quando parecia que o PSV ia fugir da pressão, a equipe francesa fazia faltas e minava a paciência dos adversários. Foram sete infrações dos mandantes nos 45 minutos iniciais. A partida teve mais um minuto de acréscimo, mas o placar não se movimentou.

Lens e PSV fazem primeiro tempo de poucas chances (Foto: Divulgação/Lens)

Lens foi guerreiro ao buscar empate rapidamente

Mesmo sem alterações (de ambos os lados), o PSV voltou a fim de movimentar o placar. Se lançou ao ataque a equipe de Bosz. Primeiramente, finalizou de cabeça com De Jong e a bola foi para fora. Na sequência, quase marcou com Lozano, que recebeu na área e ia bater colocado, mas foi bloqueado pela marcação.

O Lens respondeu da melhor forma: no contra-ataque. Ia ter uma boa chance para finalizar se não fosse um carrinho essencial de Lozano, que afastou para escanteio. Na cobrança, a bola veio no meio da área para Kevin Danso, mas o zagueiro não pegou bem e a cabeceada não foi ao gol.

Mas quem era melhor era a equipe holandesa, recompensada pelo ímpeto antes dos 10 minutos. Em gigante jogada de Lozano, que partiu da esquerda para dentro, o mexicano deu para Tillman antes de chegar em Bakayoko. O belga de apenas 20 anos levou para canhota e arriscou, para atingir a bochecha da rede de Samba (caindo atrasado no lance, aliás).

Sabendo que a derrota equilibrava muito o grupo, o time francês partiu para o ataque após o gol e criou com Wahi, que recebeu cruzamento rasteiro na marca do pênalti e finalizou por cima do gol. Para tentar o empate, Franck Haise efetuou logo três mudanças de uma vez: saíram Sotoca, Mendy e Fulgini para as entradas Wesley Said, David da Costa e Adrien Thomasson.

O PSV se defendia muito mal, mostrando que a estratégia de se fechar após o gol foi equivocada. O Lens conseguiu o empate com pouco tempo de pressão: Przemysław Frankowski recebeu na direita, cruzou na entrada da pequena área e Wahi, que quase foi substituído minutos antes, apareceu para dar uma “voadora” na bola e igualar o placar.

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Empurrado pela torcida, o time “Sangue e Ouro” vinha sufocando o adversário e rondando a área adversária. Foi empilhando chances, enquanto o PSV estava atordoado. Peter Bozs colocou ainda mais força no meio-campo, ao trocar o meia Tillman por Ismael Saibari. O Lens respondeu na sequência, substituindo o autor do gol Wahi para entrada de Morgan Guilavogui. O atacante de Guiné já tocou na bola dando perigo ao dar cruzamento para Said na primeira trave e a bola passar próxima de Benítez.

O PSV ficou muito tempo sem nem ir ao ataque, tamanho o domínio francês. A equipe holandesa só voltou a assustar Samba em falta cobrada por Veerman com quase 35 minutos. A cobrança do meio-campista desviou ao passar por dentro da barreira e quase surpreendeu o goleiro.

Com quase 40 minutos, Haise efetuou sua última parada ao colocar Massadio Haidara na vaga de Machado. Bosz aproveitou e trocou as pontas, ao substituir Lozano e Bakayoko para as entradas de Guus Til e Yorbe Vertessen.

A partida ganhou contornos de desorganização total. Os meio-campos praticamente desapareceram e as jogadas eram quase diretas da defesa ao ataque. Pelo PSV, duas chances chamaram atenção nos minutos finais. Ainda antes dos acréscimos, o jovem belga Vertessen ficou de frente para Samba e deu um leve toquinho, desviado pelo goleiro francês. Depois, Ramalho recebeu cruzamento sozinho na área, mas cabeceou sem direção. No primeiro minuto acrescido pelo árbitro, Ricardo Pepi entrou no comando de ataque para saída de De Jong. Mas o jovem estadunidense mal tocou na bola e jogo acabou empatado na marca dos 48 minutos.

Foto de Carlos Vinicius Amorim

Carlos Vinicius AmorimRedator

Nascido e criado em São Paulo, é jornalista pela Universidade Paulista (UNIP). Já passou por Yahoo!, Premier League Brasil e The Clutch, além de assessorias de imprensa. Escreve sobre futebol nacional e internacional na Trivela desde 2023.
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