Champions League

RB Leipzig supera Estrela Vermelha e fica perto de virar carta marcada no mata-mata da Champions

David Raum, Xavi Simons e Dani Olmo marcaram na vitória por 3 x 1 do RB Leipzig, que coloca alemães cinco ponto acima de rivais

Em bom jogo na Red Bull Arena, o RB Leipzig venceu o valente Estrela Vermelha por 3 x 1 nesta quarta-feira (25) pela terceira rodada do grupo G da Champions League. David Raum abriu o placar e o talentoso Xavi Simons ampliou no momento mais difícil dos alemães no jogo. Marko Stamenic ainda diminuiu, mas a equipe sérvia perdeu o fôlego e tomou o terceiro com Dani Olmo.

A vitória garante ao Leipzig a segunda colocação isolada em sua chave ao chegar aos seis pontos, cinco a mais do que o Estrela e o Young Boys, que perdeu hoje para o Manchester City, líder absoluto com três vitórias em três jogos.

Caso se classifique novamente às oitavas de final – cenário que pode ser confirmado em nova vitória na próxima rodada -, o time alemão garantirá seu quarto mata-mata nas últimas cinco Champions Leagues disputadas (a primeira da história do clube foi em 2019/20, justamente a melhor campanha até hoje quando caiu nas semifinais para o PSG).

Extremamente ofensivo, Leipzig se porta como mandante e abre o placar

Jogando em casa e defendendo a vice-liderança do grupo, o Leipzig foi para cima nos minutos iniciais e se posicionou completamente no campo de ataque. A ofensividade do time era vista, principalmente, pela postura do lateral-esquerdo David Raum que era praticamente um ponta no momento ofensivo. Com isso, o atacante por aquele lado, Xavi Simons, tinha liberdade para flutuar para dentro e apoiar o centroavante Yussuf Poulsen. Quem também ocupava o setor central era o meia Emil Forsberg. Os volantes Kevin Kampl e Xaver Schlager se alternavam: enquanto um subia, o outro segurava a saída com os zagueiros. No lado direito, o atacante Lois Openda ocupava o setor direito, às vezes cortando para dentro e abrindo o corredor para o lateral Benjamin Henrichs.

Para tentar segurar esse ímpeto alemão, o Estrela Vermelha (vestido de azul) apostava na linha de três defensores e três meio-campistas logo a frente, tentando evitar o chamado “entrelinha”, quando os adversários buscam as costas dos volantes para ter espaço na frente da área. Para dificultar as subidas ao ataque, o técnico Barak Bahkar ainda tinha Osman Bukari no banco, lesionado nos dois jogos anteriores da equipe. Apesar de extremamente recuado, o clube sérvio foi o primeiro a finalizar no jogo: em contra-ataque fulminante, In-Beom Hwang arriscou de longe e Janis Blaswich só olhou a bola ir para fora.

Após isso, todas as ações ofensivas foram do Leipzig, que conseguiu furar o bloqueio aos 11 minutos. Em linda jogada, iniciada pela direita e levada por Xavi Simons ao corredor contrário, menos congestionado, chegou em Raum, como um ponta, bater de primeira de canhota e superar o goleiro Omri Glazer.

Era impressionante a naturalidade de como o Leipzig criava – por dentro ou por fora -, como aos 16, quando Henrichs quebrou todas as linhas do adversário com um passe pelo centro que chegou em Simons. O holandês deu um lindo e sutil toque de calcanhar para Poulsen bater colocado e Glazer se esticar todo para mandar para linha de fundo. No escanteio cobrado curto, um cruzamento chegou na medida para Openda dividir com o zagueiro e Glazer ter que brilhar de novo em linda defesa. Na sobra, o zagueiro Mohamed Simakan “zagueirou” e isolou.

O time visitante tinha dificuldade para criar, mas conseguiu assustar ao forçar o erro do zagueiro Castello Lukeba em pressão no campo de ataque. Dessa forma que chegou em Mirko Ivanic, que tentou dar uma cavadinha e parou no goleiro. A jogada resultou em escanteio, cobrado na primeira trave para Milan Rodic desviar e obrigar nova defesa de Blaswich. Minutos depois, a intensidade do time da Sérvia seria recompensada. Roubada de bola no campo de ataque, Peter Olayinka recebeu uma rara bola na área e sofreu carrinho de Lukeba, pênalti marcado. Porém, o VAR chamou o árbitro de campo para cabine e viu que o desarme foi completamente na bola. Henrichs sofreu cartão amarelo e se manteve mesmo com a revisão porque o lateral reclamou acintosamente com o juiz.

O Estrela Vermelha até conseguia arriscar melhor do que nos primeiros minutos, encontrava espaço para dar toques rápidos em contra-ataques, mas pecava no último passe. O domínio da posse de bola se manteve com os Touros, sem a agressividade de outrora (Glazer só voltou a trabalhar no último minuto em batida de falta de Haum), fechando a primeira etapa com apenas um gol de vantagem.

Estrela Vermelha reage, mas perde o fôlego para tentar empate

Como esperado, logo no intervalo, Bukari, melhor jogador do Estrela, entrou no jogo na vaga de Olayinka. Por essa mudança de jogar e a postura dos jogadores, a equipe visitante voltou melhor e sufocou o Leipzig, atordoado com a pressão adversária. Entretanto, como aconteceu em alguns momentos do primeiro tempo, tinha extrema dificuldade em criar chances efetivas e tomava decisões equivocadas.

Para sair dessa situação, o Leipzig contou com o brilho e o talento individual. Em uma jogada despretensiosa na intermediária esquerda, Xavi Simons recebeu, cortou para dentro e mandou uma bomba no ângulo de Glazer, que viu a bola estufar as redes. O gol desanimou o Estrela, que sentiu o golpe. O goleiro israelense da equipe sérvia brilhou ao defender duas grandes chances do adversário. Primeiro, após definir quem bateria a falta no “jokenpô” (ou pedra, papel e tesoura), Openda mandou uma bomba no lado onde o arqueiro estava. Depois, Xavi Simons quase marcou o segundo, mas parou novamente em quem defende a meta do Estrela.

Golaço de Xavi Simons para tirar Leipzig do sufoco (Foto: Icon Sport)

Não sabemos de onde, mas o time de Belgrado entrou forças para diminuir a vantagem antes dos 25. Tamanha a vontade de igualar o placar, o zagueiro Aleksandar Dragović recebeu próximo da área e arriscou. A bola desviou e sobrou fácil para Marko Stamenic completar às redes.

Após isso, não tinha mais fôlego para tentar o empate ou a virada. Após quase marcar em cabeçada de Christoph Baumgartner (saindo do banco de reservas) em escanteio, nova cobrança resultou no terceiro. O corner foi até o meio da área, a defesa se atrapalhou em afastar, a bola explodiu na trave e sobrou para Dani Olmo, outro que começou como reserva, marcar completamente sozinho e sem goleiro.

O relógio já marcava quase 40, e a partida não teria mais emoção até os minutos finais.

Foto de Carlos Vinicius Amorim

Carlos Vinicius AmorimRedator

Nascido e criado em São Paulo, é jornalista pela Universidade Paulista (UNIP). Já passou por Yahoo!, Premier League Brasil e The Clutch, além de assessorias de imprensa. Escreve sobre futebol nacional e internacional na Trivela desde 2023.
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