Champions League

Inter busca empate espetacular contra Benfica e ofusca show de João Mário

Um espetacular jogo aconteceu nesta quarta-feira (29) no Estádio da Luz. Pela quinta rodada do grupo D da Champions League, o Benfica abriu 3 x 0 no primeiro tempo com três do português João Mário. Parecia tudo encaminhado, mas a Inter empatou antes de meia hora da etapa final com gols de Marko Arnautovic, Davide Frattesi e Alexis Sánchez.

Já eliminado desde a rodada anterior, o clube português, lanterna da chave, tem uma chance remota de classificação à Liga Europa, caso vença o Red Bull Salzburg por 3 x 0, fora de casa. A Internazionale terá a Real Sociedad, em casa, no dia em 12 de dezembro, e precisa vencer para ficar com a liderança do grupo D. Um empate favorece os espanhóis, superiores no saldo de gols.

João Mário mostra oportunismo e marca três em pouco mais de 30 minutos

Já classificado e pensando no jogo contra o Napoli no final de semana, Simeone Inzaghi rodou o time, decidiu tirar Yann Sommer do gol e colocar Emil Audero, goleiro emprestado pela Sampdoria até o fim da temporada, pela primeira vez na temporada. A frente do arqueiro italiano estava o tradicional trio de zaga, dessa vez com as presenças de Yann Bisseck, Stefan de Vrij e Francesco Acerbi – Alessandro Bastoni e Benjamin Pavard seguem fora por lesão. Como alas, o brasileiro Carlos Augusto ganhou uma nova chance na esquerda (bancando o titular Federico Dimarco), e Matteo Darmian atuou pela direita. No meio estavam os normalmente reservas Davide Frattesi, Davy Klassen e Kristjan Asllani (este, atuando como o primeiro volante). No ataque, mais jogadores que não são normalmente utilizados entre os 11 iniciais por Inzaghi: uma dupla formada por Marko Arnautovic e Alexis Sánchez.

A equipe portuguesa, ainda sem os lesionados David Neres, apostou em uma escalação, teoricamente, titular. António Silva e Nicolas Otamendi eram os zagueiros e faziam uma saída de três ao lado do lateral-direito Fredrik Aursnes, já que o esquerdo, o brasileiro Felipe Morato (cria da base do São Paulo), se lançava para ficar como um atacante no momento ofensivo e fazendo o atacante daquele lado, João Mário, flutuar para dentro. Os volantes Florentino Luís e João Neves atuavam bem baixos, sem atacar muito, e assim o meia Rafa Silva tinha toda liberdade do mundo para atuar bem próximo ao centroavante Casper Tengstedt. A escalação ainda tinha o craque Ángel Di Maria pela direita do ataque.

Os primeiros minutos da partida foram quase todos do Benfica, que dividia a posse praticamente igual com os rivais italianos, mas tinham mais vontade de buscar o gol. Frágil na marcação, a Internazionale pressionava pouco e dava muito espaço para o adversário pensar – e isso foi cobrou um preço alto aos quatro minutos. Com toda liberdade do mundo, Aursnes estava na intermediária direita e lançou Tengstedt nas costas da defesa da Inter. Pelo alto, o centroavante deu uma casquinha perfeita e João Mário veio de trás para cravar.

A Inter até arriscou uma reação, tentando finalização de longe e facilmente encaixada por Anatoliy Trubin, porém eram as Águias quem mais queriam o resultado. Antes dos 15 minutos, pressão no campo de ataque, Asllani vacilou, Rafa Silva roubou a bola e Tengstedt cruzou rasteiro. Aconteceu um bate rebate entre Rafa e Bisseck e sobrou limpinha para João Mário marcar mais um. Lembrando, o camisa 20 benfiquista já atuou pelo time italiano – a “lei do ex” sempre trazendo um efeito indesejado aos ex-clubes.

Os Encarnados seguiam muito melhores. Criava com a defesa adversária fechada ou apostando na velocidade dos homens de frente. Em uma dessa escapada, Di Maria quase marcou um golaço, ao dar uma fatiada na bola de fora da área, mas a finalização subiu demais. A resposta da Inter só foi acontecer com quase meia hora de partida, aos 25. Frattesi teve espaço pelo meio, foi carregando e deixou Arnautovic de frente com Trubin, só que o experiente austríaco finalizou em cima do goleiro.

O clube italiano tinham a bola, mas rodava, rodava e não encontrava setores para atacar com efetividade. O Benfica, por outro lado, quando chegava era um perigo e ampliou com 33 minutos. Gigante jogada por dentro, ótima trama de passes, chegou em Tengstedt na direita da área. O jovem dinamarquês tentou cruzar duas vezes, na segunda deu certo e chegou tranquilo para João Mário, de novo, completamente sozinho na pequena área para fazer e chegar ao hat-trick.

Uma rara chance do clube de Milão veio quase no fim. Boa jogada do zagueiro Bisseck, como um ponta direita, cruzando na área. A bola sobrou quicando para Carlos Augusto, que já dentro da área mandou por cima do gol. A primeira etapa seguiu até os 49 minutos e foi finalizado (uma parte do) show de João Mário.

Inter reage e empata em menos de meia hora

Sem mudanças nos times, o segundo tempo começou melhor para os visitantes. O brasileiro Carlos Augusto foi o primeiro a ter uma chance, ao mandar uma bomba no canto de Trubin, bem defendida pelo goleiro ucraniano, que voltou a trabalhar em falta batida por Sánchez. A melhora italiana era notória e a defesa benfiquista não aguentou por muito tempo. Em escanteio cobrado aos seis minutos, Bisseck escorou no meio da área para a segunda trave. Arnautovic, oportunista, apareceu para diminuir a vantagem adversária. No campo, o bandeirinha marcou o impedimento, mas o VAR corrigiu o erro.

A reação veio muito forte aos italianos, enquanto o Benfica sentia – e muito – o gol. Menos de 10 minutos depois, em jogada na direita, Klaassen serviu Acerbi (sim, o zagueiro) em profundidade na linha de fundo, que cruzou na medida para Frattesi virar uma linda finalização e superar Trubin.

Inter reage e iguala de forma espetacular (Foto: Divulgação/Internazionale)

Atordoado, o time português começou a reagir após o segundo tento italiano. Primeiro, conseguiu colocar mais a bola no chão, e Di Maria assustou em uma finalização no meio da meta de Audero. Depois, um contra-ataque mortal deixou Tengstedt na cara do goleiro, e o centroavante dinamarquês até finalizou, mas não contava que Bisseck, vindo de trás, impedisse que a bola fosse na direção do gol.

Inzaghi realizou as primeiras mudanças na Inter pouco depois dos 20 minutos. Titulares poupados no jogo, entraram Marcus Thuram e Nicolò Barella nas vagas de Arnautovic e Klaassen, respectivamente. Ainda o experiente Juan Cuadrado, este sim um verdadeiro reserva, substituiu Darmian na ala direita.

Logo na primeira jogada, Thuram disparou em contra-ataque sozinho, invadiu a área e partiu para cima de Otamendi. O francês levou para linha de fundo, e o zagueiro só parou o adversário com um pisão no pé, pênalti marcado no campo e confirmado pelo VAR. Alexis Sánchez deslocou facilmente Trubin e empatou o jogaço. Irritado, João Mário sofreu cartão amarelo por reclamações sobre a penalidade.

Mostrando querer a virada, Inzaghi colocou o ofensivo Dimarco como zagueiro pela esquerda na vaga do holandês De Vrij. Pouco depois, Lautaro Martínez substituiu Sánchez. Pelo lado do Benfica, Florentino Luís e Tengstedt saíram e Orkun Kökçü e Petar Musa, jogadores de mesmas posições, entraram.

O Benfica voltou a assustar em chutaço de Di Maria de longe, que parecia ir encobrindo Audero, mas o italiano se recuperou. Nesse lance, o VAR chamou o árbitro porque António Silva deu um forte carrinho em Barella em um lance anterior. Pela gravidade do lance, quase fraturando o tornozelo do meia italiano, não havia outro caminho além da expulsão do zagueiro dos Encarnados – ele já havia sofrido cartão vermelho na primeira rodada da Champions.

Isso era o que a Inter precisava para sufocar os donos da casa nos minutos finais. Nos acréscimos, a virada ficou a pouco centímetros de acontecer, em finalização absurda de Barella na trave, mas não se consumou. Um 3 x 3 sensacional foi finalizado aos 54 minutos.

Foto de Carlos Vinicius Amorim

Carlos Vinicius AmorimRedator

Nascido e criado em São Paulo, é jornalista pela Universidade Paulista (UNIP). Já passou por Yahoo!, Premier League Brasil e The Clutch, além de assessorias de imprensa. Escreve sobre futebol nacional e internacional na Trivela desde 2023.
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