Ídolo do PSG nos anos 1990, Valdo se empolga com Neymar e Mbappé e se derrete por Thiago Silva: “Melhor zagueiro do mundo”

Em uma época em que o PSG sequer sonhava com a dimensão que tem hoje, o brasileiro Valdo foi nome marcante de uma geração que deixou títulos e saudade no Parque dos Príncipes – até ser superada, é claro, pela era inaugurada pelo dinheiro vindo do Catar. O ex-meia fez parte da primeira e, até esta temporada, única equipe do Paris a alcançar uma semifinal de Champions League, ao lado de Ricardo Gomes e Raí, em 1994/95, sendo eliminado pelo Milan. De olho na busca por uma vaga inédita à final, o ex-jogador falou à France Football sobre o momento atual do clube e exaltou uma outra figura histórica do PSG, que faz suas despedidas da capital francesa: Thiago Silva.
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Admitindo ser grande fã do veterano, Valdo o colocou como o melhor do mundo em sua posição. O contrato do zagueiro vai até o fim da atual disputa da Champions League, o que pode significar, na melhor das hipóteses, mais dois jogos. Nesses dois encontros, Valdo não acredita que Thiago Silva será afetado pela questão extracampo. Se a atuação contra a Atalanta for qualquer indicativo, pelo contrário, a tendência é vermos o melhor do zagueiro.
“Com o Thiago, eu não sou objetivo: eu o adoro. Mesmo que alguns o critiquem, ele ainda é o melhor zagueiro do mundo. Eu adoraria que ele continuasse no PSG, mas não sou eu quem decide. Acho que essa situação (do fim de seu contrato) não irá afetá-lo dentro de campo. Ele estará concentrado, motivado e vai fazer um grande torneio”, projetou.
Valdo destacou as críticas de que Thiago Silva já foi alvo para revelar sua torcida para que o capitão seja o primeiro no clube a levantar a taça da Champions League: “Ele merece completamente levantar o troféu. É um garoto sensacional, equilibrado, são. Ele lutou muito, recebeu muitas críticas, e espero que ele seja o primeiro capitão parisiense a levantar essa copa”.
Na visão do ex-meia, o PSG está também muito servido no ataque em sua busca pela glória continental. Valdo fala com empolgação sobretudo quando o assunto é a dupla formada por Neymar e Mbappé, que, para ele, tem uma cumplicidade que não é fácil de encontrar no futebol moderno.
“Eles podem ser os grandes artesãos da conquista dessa Liga dos Campeões. Com dois fenômenos como eles, os defensores não vão dormir tranquilos. Se um dos dois está em uma boa noite, é complicado para o adversário. Mas se os dois estão inspirados, aí, isso causa estrago! É impossível pará-los. É uma sorte ver dois jogadores com tanto talento lutando para ganhar a primeira Champions League de um clube e, um dia, a Bola de Ouro. Eles são cúmplices na vida. É bonito ver esses dois talentos com tanta amizade e amor um pelo outro. Isso não é tão frequente no futebol atual.”

Valdo viveu com intensidade o jogo que colocou o PSG pela segunda vez em sua história na semifinal da Liga dos Campeões. O brasileiro revela que, à medida que o jogo passava e a Atalanta parecia cada vez mais próxima de avançar, foi recebendo mensagens provocativas de seus amigos: “O Paris vai ser eliminado de novo, que fiasco”. O ídolo parisiense, no entanto, acreditava na classificação nos últimos instantes. Ela, por fim, veio. Em sua opinião, de forma a demonstrar a união do grupo comandado por Tuchel.
“Eu não entrei em pânico. Quando você leva um gol em um jogo de eliminação direta, é sempre complicado, mas o PSG estava fazendo seu jogo. Quando empatamos, tinha certeza que faríamos o segundo gol. (…) Eu respondi aos meus amigos: ‘Vocês vão ver, o Paris vai ganhar no último minuto’. Dava para sentir. É uma bela vitória, que confirma que há amor entre eles (jogadores).”
Em sua oportunidade, Valdo não conseguiu impedir que o Milan passasse pelo PSG. Depois de liderar uma chave que tinha ainda o Bayern de Munique e vencer o Barcelona nas quartas de final, o Paris acabou perdendo por 3 a 0 no agregado para os rossoneri, que, na final, foram derrotados pelo Ajax de Van Gaal, Van der Sar, Seedorf, Kluivert e companhia. Agora, com um modelo excepcional de reta final, o PSG nunca esteve tão perto de sua maior conquista.