Champions League
Tendência

Gigante renascido: Milan volta às quartas da Champions 11 anos depois ao eliminar um inofensivo Tottenham

Desde 2012 o Milan não chegava entre os oito melhores da Champions e o fez sendo melhor que o Tottenham ao longo de todo o confronto

Desde 2012, o Milan não sabia o que era chegar às quartas de final, mas terá o gosto novamente em 2023. Diante do Tottenham, em Londres, os rossoneri foram melhores basicamente o jogo inteiro, como foram ao longo de todo o confronto. O empate por 0 a 0 no Tottenham Stadium, na capital britânica, favoreceu o clube italiano, que tinha vencido o jogo de ida por 1 a 0. E a rigor, quem ficou mais perto de vencer o jogo em Londres foi o Milan, que mostrou segurança diante de um Tottenham inofensivo no ataque.

Com sete títulos de Champions League em sua história, o Milan é o segundo maior vencedor do torneio, atrás apenas do Real Madrid. Chegou a ficar quatro anos sem disputar qualquer competição europeia, afundado no meio da tabela da Serie A. Retomou a classificação à Champions na temporada passada e voltou também aos títulos ao conquistar a Serie A em 2021/22. Agora, na Champions, volta a fazer barulho ao derrubar um clube da rica Premier League.

Os ônibus dos dois clubes chegaram atrasados por problemas de uma greve em Londres, o que piorou o tráfego. Por isso, o jogo foi adiado em 10 minutos, começando às 20h10 no horário de Londres (17h10 no horário de Brasília).

O Tottenham veio para o jogo cheio de problemas de lesões. Antonio Conte voltou à beirada do gramado, depois de se recuperar de uma cirurgia. Em campo, alguns jogadores ficaram fora: Rodrigo Bentancur, Yves Bissouma, Hugo Lloris e Ryan Sessegnon, todos machucados, além de Eric Dier, suspenso.

Conte escolheu levar a campo o time no seu tradicional esquema de três zagueiros, em um 3-4-3. Son Heung-min, Dejan Kulusevski e Harry Kane foram os escolhidos para comandarem o ataque, com Pierre-Emile Hojbjerg Oliver Skipp.

Já o Milan foi a campo com o time praticamente completo. Com Mike Maignan como titular no gol, Stefano Pioli colocou três zagueiros no time, como tem sido habitual. O ataque teve Brahim Diaz, Rafael Leão e Olivier Giroud. Theo Hernández, liberado pelo lado esquerdo, era uma das principais apostas para chegar bem ao ataque. Além disso, Junior Messias foi escalado como um ala pela direita, o que tornou o time bastante ofensivo.

Primeiro tempo

Mesmo com a vantagem e jogando fora de casa, o Milan veio a campo ofensivo e não abdicou do jogo. Tentou atacar e levou perigo. Aos 18 minutos, em cobrança de falta, assustou em uma jogada ensaiada. Giroud passou para Tonali, que fez o passe para Junior Messias e ele bateu cruzado, de pé direito. Ele pegou mal na bola e mandou para fora.

As tentativas do Tottenham aconteciam, mas o time não conseguiu criar chances claras. Começou bem em uma jogada de Kulusevski, que ajeitou para Emerson Royal finalizar. Com a perna esquerda, ele não pegou bem e não levou perigo ao goleiro Maignan.

No mais, o Tottenham chegou em alguns cruzamentos, mas nenhum deles gerou uma finalização que tirou um “uuuuh” da torcida. O que deixava os torcedores arrepiados eram os ataques do Milan, sempre muito rápidos e diretos. Ainda que também não tenham gerado finalizações das mais perigosas, o time italiano foi ligeiramente mais perigoso que os mandantes.

O primeiro tempo terminou com vaias para o time do Tottenham, pelo desempenho que realmente não foi dos melhores. Seria preciso algo melhor para arrancar ao menos um gol e levar o jogo para a prorrogação.

- - Continua após o recado - -

Assine a newsletter da Trivela e junte-se à nossa comunidade. Receba conteúdo exclusivo toda semana e concorra a prêmios incríveis!

Já somos mais de 3.200 apaixonados por futebol!

Ao se inscrever, você concorda com a nossa Termos de Uso.

Segundo tempo

O segundo tempo começou com o Milan criando uma boa chance COM Brahim Diaz, que teve duas chances de finalização dentro da área, mas foi travado em ambas. Foi o primeiro susto que a torcida do Tottenham tomou.

Precisando do resultado, o Tottenham tentou uma alteração pouco usual: sacou Ivan Perisic e colocou Pedro Porro, que passou a atuar na ala direita e Emerson Royal foi invertido para o lado esquerdo.  O time passou a pressionar no campo de ataque e empurrou o Milan para a defesa. Mesmo assim, não é que deu um sufoco no adversário, que conseguia se defender com relativa tranquilidade.

Passados os 20 minutos da etapa final, o Milan voltou a ameaçar. Em dois ataques rápidos, trocando passes pelo meio, conseguiu chegar com perigo. Rafael Leão recebeu de Brahim Díaz e finalizou, mas foi bloqueado. Depois, em um lance pelo meio, Brahim Díaz tentou, o chute saiu mascado e sobrou para Giroud pegar quase sem ângulo, mas obrigando o goleiro Fraser Forster a trabalhar.

Conte, então, arriscou mais: colocou Richarlison no lugar de Emerson Royal e desfez o esquema de três zagueiros, deslocando Ben Davies para a lateral esquerda. Passou a ter quatro jogadores de ataque, com Kulusevski, Richarlison, Son e Kane.

O jogo ficou mais aberto. O Tottenham tentava, mas continuava com dificuldades para abrir espaço na defesa bem posicionada do Milan. Aliás, já tinha dificuldade mesmo em trabalhar a bola no meio-campo. E o Milan seguia atuando em velocidade a cada retomada de bola. Cada vez que os rossoneri desciam ao campo de ataque, os Spurs sentiam um arrepio, porque eram chances muito mais perigosas do que as que criavam.

Já aos 48 minutos, em uma cobrança de falta na direita, Son levantou na área e Harry Kane cabeceou com qualidade, mas o goleiro Mike Maignan fez uma defesaça para impedir o gol. No contra-ataque, o Milan teve uma grande chance com Theo Hernández arrancando pela direita, passando para Divock Origi, que fez a finta, finalizou de esquerda e a bola tocou na trave e voltou ao goleiro Forster. O jogo teve minutos finais malucos, especialmente os acréscimos. Os Spurs não desistiam e o Milan era perigoso a cada investida.

A última vez que o Milan chegou às quartas de final foi na temporada 2011/12, quando caiu, naquele ano, para o poderoso Barcelona. Curiosamente, nas oitavas de final daquela temporada eliminou outro time inglês: o Arsenal. O sorteio que define os confrontos das quartas da Champions será realizado no dia 17 de março.

Foto de Felipe Lobo

Felipe Lobo

Formado em Comunicação e Multimeios na PUC-SP e Jornalismo pela USP, encontrou no jornalismo a melhor forma de unir duas paixões: futebol e escrever. Acha que é um grande técnico no Football Manager e se apaixonou por futebol italiano (Forza Inter!). Saiu da posição de leitor para trabalhar na Trivela em 2009, onde ficou até 2023.
Botão Voltar ao topo