Champions League

Esmorecido e sem ideias, United cai diante do Basaksehir e vê pressão sobre Solskjaer aumentar

O início ruim de temporada do Manchester United tinha um parêntese positivo até então: a campanha na Champions League. No grupo da morte da competição, os Red Devils haviam iniciado com duas vitórias convincentes contra seus adversários mais fortes, PSG e RB Leipzig. Entretanto, o momento problemático doméstico agora se estendeu ao torneio continental. Contra o estreante Basaksehir, a equipe de Ole Gunnar Solskjaer fez uma de suas mais fracas atuações até agora e acabou derrotado por 2 a 1, com direito a gol do veterano Demba Ba, ex-Chelsea.

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De certa forma subestimando o oponente, ao mesmo tempo em que descansava peças importantes para o jogo contra o Everton no fim de semana pelo Campeonato Inglês, em que ocupa a 15ª colocação, o treinador norueguês foi a campo com uma equipe mista. Dean Henderson, Axel Tuanzebe, Nemanja Matic, Donny van de Beek e Juan Mata foram titulares, e ao menos no papel o time parecia suficiente para passar pelos turcos.

Em campo, no entanto, a equipe nunca pareceu à altura do duelo. Sem intensidade e com muita desatenção defensiva, virou presa relativamente fácil ao Basaksehir, que definiu sua vitória ainda no primeiro tempo.

Mesmo com mais posse de bola, o United não criava chances perigosas de gol, e a equipe de Istambul é que tinha as melhores oportunidades. Aos 13 minutos, com todos seus jogadores de linha bastante avançados no campo do Basaksehir após bola parada, o United sofreu um contra-ataque mortal. Demba Ba, ainda em seu próprio campo, próximo do círculo central, foi lançado e avançou sozinho por toda a metade de gramado do United até chegar na frente de Henderson e bater na saída do goleiro para fazer 1 a 0, em um remake de seu clássico gol pelo Chelsea contra o Liverpool que custou aos Reds o título da Premier League de 2014 – desta vez, sem escorregão do adversário.

Bem postado defensivamente, o Basaksehir povoava suas linhas e fechava os espaços ao United, que não tinha repertório para quebrar a barreira. Já os turcos, quando se lançavam ao ataque, seguiam ameaçando Henderson. Aos 32, Aleksic, de cabeça, teve a chance de ampliar, mas parou no goleiro inglês. O segundo gol, no entanto, viria em breve.

Aos 40 minutos, em outra contra-ataque face a uma defesa completamente exposta, Visca fez o 2 a 0 após passe cruzado da esquerda para a direita. Luke Shaw, que deveria acompanhar a corrida do bósnio, esteve o tempo todo longe demais da bola para disputar com o adversário.

O United pareceu indicar uma reação quando diminuiu de cabeça com Martial três minutos mais tarde, após drible curto e cruzamento de Luke Shaw da esquerda. Este, no entanto, acabaria sendo o limite para os Red Devils.

Buscando maior estrutura no meio de campo, Solskjaer voltou do intervalo com Scott McTominay no lugar de Tuanzebe, empurrando Matic para a zaga. Isso não surtiu muito efeito. O problema era a criação de jogadas e a falta de rapidez na troca de passes e na movimentação na fase ofensiva. A exemplo do primeiro tempo, o United tinha a posse de bola, mas nenhuma ideia do que fazer com ela.

No decorrer da segunda etapa, Solskjaer promoveu outras alterações que em nada alteraram o curso do jogo. Pogba substituiu Van de Beek, Cavani entrou no lugar de Mata, Rashford deu lugar a Greenwood, e Fosu-Mensah assumiu a lateral direita, para a saída de Wan-Bissaka. A partida, no entanto, permaneceu a mesma. Previsíveis, os Red Devils giravam a bola em torno da área do Basaksehir lentamente, telegrafando cada passe e facilitando a vida da defesa, que teve no ex-United Rafael da Silva um de seus destaques.

Apesar da atuação terrível, o Manchester United ainda quase chegou ao empate já nos acréscimos do jogo. Em escanteio levantado por Shaw, a bola foi desviada de cabeça pela defesa turca e ia em direção à própria meta do Basaksehir, mas Epureanu apareceu em cima da linha para limpar o perigo.

A derrota do até então 100{62c8655f4c639e3fda489f5d8fe68d7c075824c49f0ccb35bdb79e0b9bb418db} United coloca fogo no grupo da morte. Os ingleses estacionam nos seis pontos, com PSG e Leipzig, que jogam também nesta quarta-feira, lutando entre si para alcançar a mesma pontuação.

Na soma de todas as competições, o time de Solskjaer chegou agora a quatro derrotas na temporada em apenas dez jogos disputados, incluindo o revés da rodada passada da Premier League para o rival Arsenal, a goleada histórica sofrida por 6 a 1 para o Tottenham e o vexame em sua estreia no Campeonato Inglês ao perder em casa para o Crystal Palace por 3 a 1.

Sob imensa pressão, Solskjaer começa a ver novamente a sombra do desempregado Mauricio Pochettino pesar. No fim de semana, terá pela frente o Everton, de Carlo Ancelotti, quarto colocado da Premier League. Um tropeço em Liverpool pode até não custar o cargo ao norueguês, mas tornaria sua situação mais crítica do que nunca desde que assumiu o clube no fim de 2018.



Foto de Leo Escudeiro

Leo Escudeiro

Apaixonado pela estética em torno do futebol tanto quanto pelo esporte em si. Formado em jornalismo pela Cásper Líbero, com pós-graduação em futebol pela Universidade Trivela (alerta de piada, não temos curso). Respeita o passado do esporte, mas quer é saber do futuro (“interesse eterno pelo futebol moderno!”).
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