Champions League

Em noite inspirada do ataque, Bayern fez mais cinco contra o Benfica e já confirmou a classificação antecipada

O Bayern desta vez resolveu o duelo com o Benfica no início do segundo tempo e, com duas rodadas de antecipação, se garante nas oitavas de final

Pela segunda rodada consecutiva da Champions League, o Bayern de Munique goleou o Benfica. No entanto, se o resultado no Estádio da Luz foi construído apenas nos minutos finais, os bávaros foram avassaladores mais cedo na Allianz Arena nesta terça. Os benfiquistas até garantiram um primeiro tempo aberto, perigosos nas bolas paradas, mas a superioridade dos alemães já rendeu a vitória parcial. E, no segundo tempo, a postura fulminante dos anfitriões valeu mais dois gols de imediato, com placar final de 5 a 2. Lewandowski chama atenção pelos três gols e uma assistência, chegando a 81 tentos em sua centésima aparição pela Champions, ainda que tenha perdido um pênalti. Mesmo assim, fica difícil destacar só o polonês. Kimmich foi fantástico com seus lançamentos e Alphonso Davies também brilhou no apoio pela esquerda, enquanto o tridente veloz formado por Coman-Gnabry-Sané causou pesadelos nos encarnados. Até Neuer deu sua assistência na noite.

Uma novidade do Bayern era o retorno de Julian Nagelsmann ao banco de reservas, após se recuperar da COVID-19. Os bávaros contavam com a equipe praticamente completa, com a aparição de Tanguy Nianzou na zaga ao lado de Dayot Upamecano por conta dos desfalques no setor. Leon Goretzka, de volta ao meio, formava a dupla de volantes com Joshua Kimmich. Já na frente, Leroy Sané, Serge Gnabry e Kingsley Coman eram os meias no apoio a Robert Lewandowski – com Thomas Müller no banco. No Benfica, Jorge Jesus escalou seu 3-4-3 com Lucas Veríssimo e Morato na zaga ao lado de Jan Vertonghen. Gilberto ocupava a ala direita, enquanto Everton Cebolinha era um dos pontas, com Pizzi. Na frente, Roman Yaremchuk servia de referência, com Darwin Núñez e Rafa Silva apenas no banco.

O Benfica pareceu tomar nota do que fez o Borussia Mönchengladbach na última semana e tentou pressionar bastante nos primeiros minutos. O Bayern, entretanto, estava bem mais atento na defesa. Alphonso Davies travaria bem dois chutes seguidos de Pizzi logo de cara. E, depois de cinco minutos de incômodo aos bávaros, a equipe da casa começou a distribuir as cartas na Baviera. Odysseas Vlachodimos logo começaria a trabalhar, com uma ótima defesa em batida de Serge Gnabry, antes de Leon Goretzka emendar um sem-pulo com perigo para fora. A balança logo penderia aos alemães, com mais volume de jogo e presença ofensiva.

O Benfica chegou a abrir o placar com 15 minutos, mas o gol seria anulado por impedimento. Após o desvio no primeiro pau em cobrança de escanteio, Pizzi realmente estava em posição irregular. E o susto faria o Bayern aumentar a intensidade pelo primeiro gol. Vlachodimos voou para espalmar um chute colocado de Davies e os bávaros aproveitavam muito bem os avanços pelas pontas. De novo, Kingsley Coman desequilibrava nos lances individuais e deixou a marcação tonta para servir o primeiro gol, aos 26. O francês entortou Alejandro Grimaldo e cruzou na medida para a cabeçada de Robert Lewandowski, quase em cima da linha.

A qualidade individual pendia ao Bayern, especialmente pela forma como a defesa do Benfica se mostrava frágil. O segundo gol não tardou, surgido a partir de um excelente lançamento de Joshua Kimmich. Lewandowski virou garçom e deu um passe açucarado para Serge Gnabry no meio da área. O meia, então, finalizou magistralmente com um toque de letra. Os encarnados pareciam atordoados e, quando o time teve a chance de uma resposta, Roman Yaremchuk finalizou para fora quando poderia tocar para o meio da área. Ao menos, Gnabry também perdoou do outro lado diante de Vlachodimos.

Os melhores lances do Benfica surgiam nas bolas paradas. E foi assim que a equipe voltou para o jogo, ao descontar com 38 minutos. Grimaldo cruzou a partir de uma cobrança de falta na esquerda e Morato subiu bem para definir de cabeça, superando Manuel Neuer. Neste momento, os benfiquistas pareciam capazes de reequilibrar o jogo. Porém, correram o risco de tomar o terceiro, depois de um toque de braço de Lucas Veríssimo após chute de Goretzka, que garantiu um pênalti ao Bayern nos acréscimos. Lewandowski cobrou muito mal, com cavadinha, e facilitou a defesa de Vlachodimos, que sequer deu rebote.

O Bayern retomou a segurança no placar logo cedo no segundo tempo, com o terceiro gol aos quatro minutos. Num lance da direita para a esquerda, Kimmich fatiou a bola e cruzou precisamente para Davies, livre na área. O lateral ajeitou para trás de cabeça e Sané mandou uma linda chicotada no cantinho, para vencer Vlachodimos. E Sané ainda poderia ter feito o quarto na sequência, num contra-ataque. O meia tabelou com Kimmich e saiu de frente para o gol, mas, na tentativa de dar uma cavadinha na saída de Vlachodimos, acertou a parte externa da rede. O Benfica parecia um tanto atordoado.

Na sequência do segundo tempo, o Bayern até deu certos indícios de que estava satisfeito com o placar. Bastava uma brecha, contudo, que os bávaros aceleravam e maltratavam o Benfica. A equipe rondou o quarto gol algumas vezes, até marcá-lo aos 17. Kimmich de novo teve participação importante, com um lançamento em profundidade para armar o contragolpe. Sané dominou e foi inteligente para esperar a passagem de Lewandowski. O centroavante passou com tudo e de um toquinho por cima de Vlachodimos, antes de correr para o abraço. A fúria dos alemães continuou na sequência, com Vlachodimos fazendo defesas providenciais num chute de Goretzka e no mano a mano com Sané, antes de Coman também arriscar para fora.

Aos 19, os dois times mudaram. Jorge Jesus trocou a linha de frente do Benfica, com Darwin Núñez, Diogo Gonçalves e Rafa Silva nos lugares de Cebolinha, Yaremchuk e Pizzi. Nagelsmann, por sua vez, deu um descanso para Davies e Coman, mandando Omar Richards e Jamal Musiala a campo. As alterações tiraram o ritmo do duelo, antes que Thomas Müller e Marcel Sabitzer também participassem pelo Bayern, saindo Kimmich e Sané. Aos 29, então, o Benfica teve um sopro de vida com o segundo gol. Num passe interceptado na intermediária defensiva, João Mário arrancou e enfiou para Darwin Núñez. O uruguaio bateu por baixo de Neuer, que tocou na bola e não evitou o tento. Logo depois, Paulo Bernardo e Gonçalo Ramos entraram pelos encarnados.

Thomas Müller parecia disposto a deixar sua marca e reacendeu o ataque do Bayern, que voltou a abafar o Benfica. Os encarnados tinham trabalho para bloquear as tentativas dos bávaros. Entretanto, os visitantes não manteriam a atenção por todo o tempo e sofreriam o quinto gol aos 39 minutos. Os bávaros foram recuando a bola após uma cobrança de escanteio, até Neuer receber na intermediária defensiva. O goleiro fez um lançamento preciso e encontrou Lewandowski nas costas da zaga. O artilheiro dominou e completou seu hat-trick com a segunda cavadinha para cima de Vlachodimos. Daria tempo até para Bouna Sarr entrar no lugar de Gnabry no fim. A goleada, de qualquer forma, estava completa.

O Bayern chega aos 12 pontos no Grupo E e assegura a classificação antecipada, dependendo apenas de um empate na próxima rodada para também selar a liderança. De resto, a briga pela segunda posição segue aberta e o Benfica está vivo. Os encarnados caem para a terceira posição, com quatro pontos, dois a menos que o Barcelona. Ambos farão o confronto direto no Camp Nou durante a próxima rodada.

Classificação fornecida por

Foto de Leandro Stein

Leandro Stein

É completamente viciado em futebol, e não só no que acontece no limite das quatro linhas. Sua paixão é justamente sobre como um mero jogo tem tanta capacidade de transformar a sociedade. Formado pela USP, também foi editor do Olheiros e redator da revista Invicto, além de colaborar com diversas revistas. Escreveu na Trivela de abril de 2010 a novembro de 2023.
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