Dybala teve atuação de gala, Chiesa anotou uma pintura e a Juventus se impôs contra o Zenit para já se classificar
Mesmo com as desatenções na defesa, a Juventus foi feroz no ataque e marcou quatro gols em Turim
A Juventus faz uma campanha impecável na Champions League e até desandou a marcar gols nesta terça-feira, para confirmar sua classificação aos mata-matas do torneio. Os bianconeri tiveram uma ótima apresentação ofensiva, apesar dos sustos dados pelo Zenit em Turim. Não foi isso, porém, que impediu Paulo Dybala de liderar os 4 a 2 juventinos, com dois gols e uma assistência numa senhora apresentação do camisa 10. Federico Chiesa foi outro a voltar às manchetes, ao assinar um golaço e ainda sofrer um pênalti – apesar da marcação contestável da arbitragem. Foi uma necessária resposta da Velha Senhora, depois das derrotas para Sassuolo e Verona na Serie A.
Massimiliano Allegri escalou a Juventus com uma formação bastante ofensiva em seu 4-4-2. Weston McKennie e Manuel Locatelli fechavam o meio, com Federico Bernardeschi e Federico Chiesa abertos nos lados. Mais à frente, Paulo Dybala tinha a companhia de Álvaro Morata. Já o Zenit vinha em seu 3-4-3, com Wendel e Claudinho entre os brasileiros titulares. Sardar Azmoun servia como referência. Voltando de lesão, Malcom aparecia no banco.
O Zenit até buscou sair mais para o jogo nos primeiros minutos, mas a Juventus adotou uma estratégia agressiva e empurrou os russos para o campo de defesa. Os bianconeri marcavam em cima, no campo de ataque, e martelavam bastante. Logo passaram a acumular as primeiras chances de gol. O goleiro Stanislav Kritsyuk parou com o peito um chute de Federico Bernardeschi na pequena área e, depois de um lindo corte, Dybala acertou a trave num chute de fora da área. A inspiração do camisa 10, todavia, já rendeu seu tento aos 11 minutos. Na sobra de um escanteio, Dybala emendou um ótimo chute de primeira para estufar as redes.
A Juventus poderia ter marcado o segundo gol na sequência, mas Álvaro Morata isolou o chute após cruzamento de Dybala que o encontrou sozinho na marca do pênalti. Kritsyuk também desviou um chute cruzado de Bernardeschi, enquanto o Zenit crescia e passou a equilibrar as ações por volta dos 20 minutos. Conseguiu o empate aos 26, num lance de sorte, quando Vyacheslav Karavaev cruzou e Leonardo Bonucci deu um infeliz desvio que acabou por encobrir Wojciech Szczesny. Nos 15 minutos finais do primeiro tempo, a Velha Senhora voltou a crescer e a se colocar mais no campo de ataque. Morata chegou a balançar as redes aos 37, mas estava impedido. Kritsyuk realizou outra boa intervenção em cabeçada de McKennie. Os russos buscavam os contra-ataques, com a movimentação de Sardar Azmoun e Claudinho, mas sem o mesmo perigo.
Na volta para o segundo tempo, a Juventus voltou a aumentar a carga. Dybala aparecia e quase fez o segundo num lindo lance individual, mas chutou ao lado da trave. O gol sairia mesmo num pênalti, aos 13 minutos. Chiesa partiu para cima da marcação dupla e caiu na área. Houve um toque leve de Claudinho, que não parecia suficiente à queda, mas ainda assim a arbitragem apontou a marca da cal. Dybala cobrou e mandou para fora, só que o tiro seria repetido por uma invasão na área – que de fato aconteceu. Então, o argentino não vacilou na segunda chance e bateu no cantinho, rente à trave.
Na sequência da partida, Sergey Semak acionou o banco e inclusive promoveu a volta de Malcom ao time. Dybala seguia sem medo de finalizar e daria dois chutes para fora, antes que Chiesa entortasse a marcação e errasse o alvo. Só depois disso o Zenit deu sinais de vida, parando em defesas decisivas de Szczesny. Aos 22, o goleiro buscou no canto um chute prensado de Claudinho e, dois minutos depois, também voou para evitar o empate de Malcom. Claudinho ainda daria um chute colocado para fora nesta tentativa de abafa dos russos. A segurança da vitória da Juve surgiu mesmo a partir dos contragolpes. McKennie acertou uma paulada no travessão, pouco antes de Chiesa assinalar seu golaço aos 28.
Num contra-ataque pela esquerda, Bernardeschi abriu com Chiesa nas imediações da área. O garoto pedalou para cima de Dejan Lovren e deu um corte seco no capitão, que ficou sem rumo. Quando Dimitri Chistyakov fechava de carrinho, o italiano foi rápido no gatilho e o chute rasteiro para vencer Kritsyuk. O Zenit voltaria a mexer depois disso, ganhando presença física no ataque com Artem Dzyuba. Só depois dos 35 é que Massimiliano Allegri gastaria suas primeiras alterações.
Neste momento, os ataques em velocidade da Juventus pegavam a defesa celeste exposta e Chiesa só não faria seu segundo porque Kritsyuk salvou. Já aos 37, depois de muitos impedimentos e lances desperdiçados, Morata deixou o seu. Dybala deu um tapa perfeito por cima da zaga e, de frente para o gol, o centroavante finalizou na saída do goleiro. Com a goleada desenhada, Dybala deixaria o campo ovacionado. O Zenit só descontou novamente nos acréscimos, quando a falta de atenção da Juve era mais clara. Depois de alguns sustos, Azmoun se encarregou de balançar as redes, aparecendo livre para concluir um cruzamento ajeitado por Dzyuba.
A Juventus chega aos 12 pontos no Grupo H da Champions, com quatro vitórias em quatro rodadas. Com isso, não pode mais ser alcançada na zona de classificação. O Chelsea, que também está próximo da vaga, soma nove pontos. Já o Zenit deve se contentar mesmo com um lugar na Liga Europa. Os celestes somam três pontos, à frente apenas do zerado Malmö.