Di María foi o toque de mágica que o PSG precisava para atropelar o Barcelona

Por Bruno Bonsanti
O Paris Saint-Germain perdeu o seu craque, o jogador em torno do qual a equipe se organizou nas últimas quatro temporadas, com ótimos resultados domésticos. A saída de Ibrahimovic para o Manchester United abriu um vácuo que ninguém ocupou definitivamente até agora. Entre os jogadores à disposição de Unai Emery, o principal candidato é Di María, cujo currículo contém uma campanha de Champions League exuberante na conquista de la décima pelo Real Madrid. Em temporada oscilante, o argentino apresentou sua candidatura ao cargo com louvor na goleada por 4 a 0 sobre o Barcelona, no Parque dos Príncipes. Foi o toque de mágica que transformou a impecável partida dos donos da casa em uma vitória acachapante.
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Di María começou o ano no banco de reservas. Jogou mal em uma sequência de três partidas sem vitória do PSG na Ligue 1, série negativa que parecia impossível nos tempos de Ibrahimovic. Não foi nem relacionado para enfrentar o Lorient, no último jogo de 2016, por estar “recebendo tratamento”, segundo o clube. Unai Emery apontou problemas físicos para utilizá-lo apenas nos minutos finais de três rodadas do Campeonato Francês, depois do Réveillon. Ao mesmo tempo, o argentino jogou os 180 minutos contra Metz e Bordeaux, pela Copa da Liga Francesa, com dois gols e duas assistências.
Foi o bastante para Emery, que recolocou o argentino na equipe desde o começo nos últimos dois confrontos da Ligue 1, e Di María correspondeu com um gol e uma assistência em novo duelo contra o Bordeaux, dando indícios do que poderia fazer contra o Barcelona. E o que ele fez contra o Barcelona foi indescritível. Ficou apenas uma hora em campo. Uma hora mágica durante a qual comandou as ações do PSG. Marcou duas vezes, dois belos gols, e deixou os companheiros na cara de Ter Stegen um zilhão de vezes.
O primeiro lançamento saiu aos 4 minutos. Matuidi saiu livre pela esquerda e só não criou problemas porque Ter Stegen saiu debaixo das metas para interceptar, como bom goleiro-líbero. Dois minutos depois, a inversão de jogo do argentino achou Cavani livre, dentro da área. O uruguaio dominou, tentou limpar para a perna direita e bateu em cima de Sergi Roberto.
O gol do PSG era questão de tempo, diante de um Barcelona atordoado. E foi bem merecido que saísse dos pés de Di María. Draxler sofreu falta na entrada da área. Di María cobrou bem, por cima da barreira, aproveitando vacilo de Suárez, que abandonou a formação. Ter Stegen foi pego de surpresa e teve pouco tempo de reação, embora o chute não tenha sido muito forte, nem muito ao lado, nem muito para cima.
Antes do intervalo, Di María ainda puxou contra-ataque e abriu com Draxler pela direita. O ponta alemão passou como quis por Sergi Roberto e parou no braço direito de Ter Stegen. E cruzou para uma cabeçada de Matuidi, que foi bem defendida pelo goleiro alemão.
A cereja no bolo da atuação do argentino sairia aos 10 minutos do segundo tempo. Di María recebeu de Kurzawa na intermediária, puxou para o meio, superando a pressão débil de Iniesta, e bateu de fora da área. Um chute colocado, com curva e indefensável para Ter Stegen. Um golaço que deixou o PSG vencendo por 3 a 0 contra o Barcelona.
E, cinco minutos depois, foi substituído por Lucas. Foi descansar. Sua missão já estava cumprida.