Champions League

Dembélé volta a marcar depois de um ano em goleada tranquila do Barça sobre Ferencváros

A estreia do Barcelona na Ferencváros, da Hungria, por 5 a 1. O jogo foi tranquilo e contou, como quase sempre nas vitórias do time, com uma boa atuação de Lionel Messi. Mais do que isso, também teve gols de cinco jogadores diferentes, entre eles Philippe Coutinho, que vive um bom início de temporada, Ansu Fati, que parece ter ganhado um lugar no time, e também de Pedri e Ousmane Dembélé, reservas que entraram bem na partida para definir o jogo.

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O técnico Ronald Koeman deixou Antoine Griezmann no banco, algo que já parecia iminente diante das suas más atuações nas últimas partidas. O neerlandês colocou em campo uma formação no 4-2-3-1, com Miralem Pjanic e Frenkie De Jong na linha defensiva do meio-campo e Francisco Trincão, Philippe Coutinho e Ansu Fati na linha ofensiva. Lionel Messi ficava à frente deles, como uma referência que sai do centro do ataque para armar as jogadas junto com os demais.

Seria difícil para o Ferencváros ter uma estreia na fase de grupos mais complicada. É verdade que o Barcelona está longe daqueles grandes momentos em que era, discutivelmente, o melhor time do mundo. Atualmente, não passa nem perto disso. Mesmo assim, ainda é o time de Lionel Messi, ainda é o Barcelona. Se por um lado é ruim pela dificuldade, por outro os jogadores visitam o Camp Nou e jogam contra um clube de imensa tradição, o que tem a sua satisfação também.

Apesar disso, o time assustou. Tokmac Chol Nguen recebeu um lançamento longo, avançou e chutou forte, no alto, para marcar um golaço. Pena que foi energia desperdiçada: o jogador estava impedido, como o replay deixou evidente. O assistente marcou em campo e foi confirmado pelo VAR. O placar não seria aberto pelo time visitante. Aliás, o Ferencváros bateu na trave para abrir o placar logo depois. O brasileiro Isael, em um chute forte, carimbou o travessão dos catalães. Foi o lance mais perigoso do time húngaro no primeiro tempo.

Aos 27 minutos, Lionel Messi saiu da ponta direita para o meio, driblou três e acabou sofrendo falta dentro da área. Pênalti para o Barcelona, que o árbitro Sandro Scharer, da Suíça, não teve dúvida em marcar. O próprio Messi cobrou, com categoria, e marcou 1 a 0.

Messi chegou a 16 temporadas consecutivas fazendo gols na Champions League. Essa é uma marca muito difícil de ser alcançada. Ryan Giggs era o único a ter conseguido fazer gol em 16 temporadas diferentes, mas sem serem consecutivas.

O segundo gol veio já no final do primeiro tempo. Aos 41 minutos, em uma jogada pela esquerda, Ansu Fati tocou para Frankie De Jong e o neerlandês tocou por cima da zaga, deixando o jovem Fati frente a frente com o goleiro. De primeira, o atacante finalizou e marcou 2 a 0. Foi o placar do primeiro tempo.

O Barcelona chegaria ao terceiro gol ainda no começo do segundo tempo. Messi recebeu dentro da área e encontrou Ansu Fati. Marcado, o atacante tocou de calcanhar para Coutinho, que estava mais à esquerda. O brasileiro bateu de primeira, rasteiro e marcou: 3 a 0. Um belo gol do Barça.

Com a partida bastante controlada, Koeman tratou de poupar o time, que já economizava energias em campo. Junior Firpo substituiu Sergi Roberto, o que deslocou Sergiño da lateral esquerda para a direita. Pedri entrou no lugar de Ansu Fati. Também colocou em campo Ousmane Dembélé no lugar de Trincão. O francês ainda tenta recuperar o seu espaço no clube catalão, depois de uma temporada muito atrapalhada por lesões.

No lado húngaro, Aissa Ladouni e Eldar Civic deixaram o gramado para as entradas do brasileiro Somália e de Marcel Heister, respectivamente. Somália, de 32 anos, atende também por Wergiton do Rosário Calmon, é carioca, e atuou por times pequenos do Rio como Bangu, Resende e Madureira, além de também ter defendido o Paraná. Se transferiu para o Ferencváros em julho de 2011, mas teve passagens também por Toulouse e Shabab antes de voltar ao clube húngaro para uma nova passagem.

O Ferencváros teve um lance perigoso aos 23 minutos. Oleksandr Zubkov fez um belo lançamento em velocidade para Tokmac Chol Nguen, que avançou e foi segurado por Gerard Piqué dentro da área. O árbitro não só marcou o pênalti, como ainda expulsou o zagueiro do Barcelona. Na cobrança, Ihor Kharatin bateu bem e tirou até o goleiro Neto da foto para marcar o primeiro dos húngaros: 3 a 1.

Vieram mais mudanças, com o centroavante Frank Boli e Robert Mak entrando no lugar de Nguen e Zubkov. No Barcelona, Sergio Busquets entrou no lugar de Miralem Pjanic. Os húngaros ainda colocaram Gergo Lovrencsics no lugar de Endre Botka.

O jogo tinha ritmo muito mais baixo dos dois lados. O Ferencváros ainda tentava algo eventualmente, mas sem muita eficiência. Até que o Barcelona fez um bom ataque pelo lado, aos 36 minutos. Dembélé fez uma bela jogada pela direita, avançou e cruzou rasteiro para trás, uma jogada sempre difícil para a defesa. Pedri estava livre e finalizou no canto. O goleiro Dénes Dibusz ainda tocou na bola, mas não conseguiu impedir o gol: 4 a 1 para os blaugranas.

Ainda havia espaço para mais. Já com 43 minutos no cronômetro, Messi recebeu dentro da área, de costas, segurou a bola e ajeitou para a idreita, onde estava Dembélé. O camisa 11 chutou forte, no alto, e marcou mais um: 5 a 1 para o Barcelona. O francês não fazia um gol desde 6 de outubro de 2019, em jogo contra ao Sevilla, pelo Campeonato Espanhol.

A estreia tranquila é uma boa notícia para o torcedor do Barcelona, tão abalado pelos últimos meses de maus resultados e, mais do que isso, mau futebol. Os gols de jogadores que vieram do banco, como Pedri e Dembélé. Mas o que chama a atenção mesmo é que Griezmann ficou no banco e, mesmo com cinco alterações de Koeman, não foi chamado para entrar. Assistiu ao jogo do melhor camarote do Camp Nou: o confortável banco de reservas do estádio. O atacante precisa começar a se preocupar. Ou talvez começar a levar um tablet para o banco e jogar Football Manager. Talvez lá ele consiga jogar e fazer seus gols.

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Foto de Felipe Lobo

Felipe Lobo

Formado em Comunicação e Multimeios na PUC-SP e Jornalismo pela USP, encontrou no jornalismo a melhor forma de unir duas paixões: futebol e escrever. Acha que é um grande técnico no Football Manager e se apaixonou por futebol italiano (Forza Inter!). Saiu da posição de leitor para trabalhar na Trivela em 2009, onde ficou até 2023.
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