Chelsea competiu mais do que era possível esperar, mas o Real Madrid foi simplesmente o Real Madrid
O Chelsea chegou a assustar, mas, em algumas investidas bem encaixadas, o Real Madrid ganhou novamente por 2 a 0 e avançou à semifinal pela 11ª vez em 13 temporadas

Muito mais do que a sua fase sugeria, o Chelsea tentou. E se esforçou. E complicou. E se não chegou a ficar perto de dar a volta por cima nas quartas de final da Champions League, teve uma boa atuação no Stamford Bridge e estava pressionando quando o Real Madrid fez o que o Real Madrid faz. Uma esticada e um gol que sepultou as chances dos ingleses. Rodrygo marcou outro depois e, com a vitória fora de casa por 2 a 0, o atual campeão europeu está mais uma vez na semifinal.
Desde que encerrou a maldição das oitavas de final, o retrospecto do Real Madrid na Champions League é assustador. Chegou pela 11ª vez nas semifinais em 13 participações. A única pane na máquina foi entre 2018 e 2020, enquanto se reconstruia depois do tricampeonato com Zinedine Zidane. Durante os 180 minutos, pecou um pouco na ausência de urgência na Espanha e teve que salvar algumas bolas na Inglaterra, mas foi claramente o melhor time e mereceu passar.
O Chelsea, porém, pode tirar um pouco de confiança da sua atuação. Depois de fazer muito pouco no Bernabéu e de perder do Brighton no fim de semana, competiu muito bem com o Real Madrid. Frank Lampard armou o time para explorar os espaços com as subidas de Kanté e conseguiu criar chances claras dessa maneira. Faltou precisão ao volante francês e, se a última década de Champions League nos ensinou alguma coisa, é que perdoar o Real Madrid sempre tem um preço.
Escalações
No Santiago Bernabéu, Frank Lampard escalou o Chelsea para defender e contra-atacar. Em Stamford Bridge, para ganhar o meio-campo. O setor foi reforçado com Connor Gallagher ao lado de Kai Havertz, em vez de Raheem Sterlign e João Félix, com N’Golo Kanté mais avançado do que Mateo Kovacic e Enzo Fernández. Expulso no jogo de ida, Ben Chilwell estava suspenso e Marc Cucurella começou na ala esquerda. O Real Madrid foi o mesmo, com Rodrygo como titular no trio de ataque, Federico Valverde mais no meio e Eduardo Camavinga na lateral esquerda.
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Primeiro tempo
E não é que funcionou? O Real Madrid levou um susto logo no começo da partida, quando Benzema sentiu dores depois de levar um pisão de Thiago Silva. O atacante francês acabou ficando, mas demoraria alguns minutos para ver a cor da bola. O Chelsea foi dominante nos primeiros 20 minutos. O meio-campo reforçado conseguia recuperar a bola, ocupar o campo de ataque e as subidas de Kanté, principalmente pela direita, em cima de Camavinga, criavam uma superioridade importante. Faltou, porém, criar chances mais claras.
E olha que Kanté teve uma, logo aos 11 minutos. Reece James, com quem fez uma dobradinha eficiente na etapa inicial, recebeu a virada de jogo na ponta e cruzou. Havertz dividiu e a sobra ficou com Kanté. A batida de perna esquerda, para baixo, fez a bola quicar, mas não foi muito precisa. O Real Madrid respondeu com um par de chances verde e amarelas, ambas após boas trocas de passe pelos lados. Rodrygo acertou a trave pela direita e Vinícius Júnior mandou em cima de Kepa pela esquerda.
Os números de posse de bola dos primeiros 45 minutos, 52% a 48%, parecem mais parelhos do que a sensação de que o Chelsea foi impositivo. Camavinga teve problemas para lidar com a dobradinha Kanté e James. Os ingleses desarmaram mais e constantemente ficaram próximos à área adversária. Modric conseguiu encaixar outra investida, com um cruzamento preciso da ponta direita que pegou na canela de Vinícius e foi para fora, antes da melhor chance da etapa inicial.
Aos 47 minutos, Havertz acionou James. O cruzamento passou por todo mundo e chegou a Cucurella, perto do bico esquerdo da pequena área. O lateral espanhol teve tempo e tranquilidade para dominar e levantar a cabeça antes de tentar bater pelo alto. Courtois saiu do gol para abafar e, para variar, fez uma linda defesa que salvou o Real Madrid de chegar ao intervalo em desvantagem.
Segundo tempo
O Chelsea estava promissor no começo do segundo tempo. Talvez o seu melhor momento da partida. Conseguiu emendar uma sequência de ataques perigosos. Kanté novamente apareceu como elemento surpresa dentro da área, depois de um corte de Militão, mas carimbou o zagueiro brasileiro. Enzo Fernández arriscou da entrada da área e não colocou a bola muito longe da trave, e Militão, pouco depois, tirou a velocidade de um chute de frente de Havertz com uma boa travada.
E aí veio o golpe fatal. Grande destaque vestido de branco, Militão deu um lançamento longo para a ponta direita. Rodrygo ganhou de Trevoh Chalobah e invadiu a área. O cruzamento encontrou Vinícius na segunda trave. De brasileiro para brasileiro, Rodrygo recebeu de volta, dominou e bateu de esquerda para fazer 1 a 0 e deixar o Stamford Bridge bastante frustrado.
A favor dos donos da casa, eles continuaram tentando. Enzo Fernández exigiu outra boa defesa de Courtois com uma bomba, e Lampard fez alterações ofensivas, com as entradas de João Félix, Sterling e Mudryk nas vagas de Gallagher, Enzo e Cucurella. Mas quem voltou a marcar foi o Real Madrid. Vinícius recebeu o lançamento pela esquerda, Valverde dominou tirando da marcação, passou por Thiago e rolou para Rodrygo apenas empurrar às redes.
Vinícius Júnior e Mudryk desperdiçaram uma chance cada em posição de impedimento, e o Chelsea continuou buscando o gol até o fim, como se com ele pudesse salvar a sua temporada. O Real Madrid segue em frente em busca de mais um título europeu, e agora os Blues têm que lamber as feridas na Premier League, com quase todos os objetivos relevantes muito distantes.