Cada um teve seu tempo, e o empate entre RB Leipzig e City acabou sendo natural em um jogo pouco empolgante
Os alemães voltaram bem do intervalo e impuseram 25 minutos de ritmo forte, depois de serem dominados no primeiro tempo

O RB Leipzig conseguiu reagir no segundo tempo e buscou o empate contra o Manchester City, após ser dominado na etapa inicial, mas também não foi muito além disso em uma partida de poucas emoções na Alemanha. O empate por 1 a 1 deixa tudo aberto para a partida de volta das oitavas de final da Champions League daqui a três semanas no estádio Etihad.
Até porque o primeiro confronto não deixou claro qual time é melhor. O City está fazendo mais jogos como este do que aqueles avassaladores de anos anteriores. Até consegue ter a bola, mas não constrói tanta coisa, o que costumava ser sua especialidade. Talvez porque Haaland ainda não consegue se envolver nessa fase ofensiva e, novamente, fez apenas algumas aparições especiais.
O Leipzig, que subiu muito de rendimento desde que contratou Marco Rose, teve um primeiro tempo apagado, mas se reorganizou para ser o melhor time do segundo, especialmente nos 25 minutos entre o intervalo e o gol de Josko Gvardiol que deixou tudo igual no placar. Se o City tem um teto mais alto e poderá decidir em casa, o momento de ambos sugere equilíbrio para o reencontro em 14 de março no norte da Inglaterra.
Escalações
Guardiola manteve a formação que tem usado, com três zagueiros, e Aké mais aberto meio como lateral pela esquerda. Tenta compensar a falta de participação de Haaland na criação ofensiva com mais jogadores de meio-campo. Kevin de Bruyne e Aymeric Laporte, doentes, foram desfalques importantes. Manuel Akanji e Nathan Aké fecharam a defesa com Rúben Dias, com Kyle Walker avançado pela direita. Bernardo Silva, Rodri, Ilkay Gündogan e Mahrez pelo meio, com Haaland à frente.
Cortado da Copa do Mundo por lesão, Christopher Nkunku retornou ao RB Leipzig no fim de semana e deu uma assistência na vitória sobre o Wolfsburg, mas sofreu uma recaída durante os treinos da semana e continuou no banco de reservas. Entrou apenas no segundo tempo. Marcel Halstenberg entrou na lateral esquerda, e Konrad Laimer no meio. Marco Rose manteve seu quarteto ofensivo, com Szoboszlai, Emil Forsberg, Timo Werner e André Silva.
Primeiro tempo
Para dois times que têm vocação ofensiva, gostam de pressionar e jogar com intensidade, e sabem o que fazer com a bola, o primeiro tempo foi bem fraco. O Manchester City dominou as ações, com 74% de posse e um punhado de finalizações, muitas delas em escanteios. O RB Leipzig praticamente não fez nada. Começou um pouco animado, mas depois entrou na roda do City e finalizou pela primeira vez apenas aos 46 minutos do segundo tempo.
Era uma questão de descobrir o que o City faria com a posse. E fez bem pouco. Haaland novamente não foi acionado. Tocou apenas sete vezes na bola e não finalizou na etapa inicial. O City conseguiu seu primeiro chute no alvo aos 13 minutos, em uma cabeçada sem perigo de Rúben Dias, após escanteio. O marasmo era a tônica, até o Leipzig errar na saída de bola. Schlager tocou mal para o lado, Grealish interceptou e mandou para Gündogan, que deixou para Mahrez bater cruzado de perna esquerda.
A vantagem era até merecida ao City, por ser o único time que conseguia jogar alguma coisa, e as chances foram aparecendo. Haaland quase alcançou uma cabeçada cruzada de Rodri na segunda trave, após novo escanteio, e Bernardo Silva resistiu à falta, caiu, levantou e passou à esquerda, onde Grealish chegou batendo por cima do travessão. Em outra bola parada, Rodri desviou com a testa por cima do travessão.
Nada muito empolgante, porém, e apenas nos acréscimos o RB Leipzig conseguiu encaixar uma boa chegada. Timo Werner recebeu pela esquerda, cortou para o meio e bateu para a defesa de Ederson. Também não foi assim a oportunidade mais clara de todos os tempos.
Segundo tempo
Rose retornou do intervalo com Benjamin Henrichs no lugar de Lukas Klostermann. Ajudou. O Leipzig melhorou sua saída e conseguiu manter mais posse de bola. O City ainda teve a primeira chance perigosa. Aké desarmou Szoboszlai pela esquerda, Gündogan recuperou na ponta, entrou na área e rolou para a batida de frente de Mahrez, que explodiu na marcação. Os 15 minutos seguintes, porém, seriam de domínio dos alemães, que pularam de uma posse de 26% no primeiro tempo para 63% durante aproximadamente os primeiros 20 minutos da etapa final.
E as chances foram aparecendo. Henrichs estava achando os espaços para finalizar. Apareceu no meio da área para completar o cruzamento de Halstenberg, por cima do travessão, e depois recebeu livre pela direita da grande área. Seu chute rasteiro de primeira foi a melhor chance do Leipzig até ali. Passou bem perto da trave. Ederson saiu do gol na hora certa para interceptar o cruzamento de Werner, que encontraria Forsberg na pequena área, e André Silva, compreensivelmente, se empolgou um pouco em suas jogada individual.
Ele deu um drible seco em cima de Akanji dentro da área, uma finta muito bonita, e saiu na cara de Ederson, mas pela esquerda. Tentou uma cavadinha na saída do brasileiro, que fez boa defesa. Seus colegas no meio da área ficaram um pouco incomodados. Na marca dos 20 minutos, Rose tirou a sua arma secreta do banco de reservas e trocou Fosberg por Nkunku. Haaland teve uma oportunidade (finalmente) ao receber de Grealish em transição. Essa é a sua mesma: dominou, botou na frente de Gvardiol e bateu cruzado de perna direita, para fora, mas com perigo.
E aí, o maduro gol do RB Leipzig saiu. Após uma cobrança de escanteio, Szoboszlai soltou a perna de fora da área, para boa defesa de Ederson. No escanteio seguinte, também batido curto, Halstenberg cruzou. Ederson, dessa vez, hesitou na hora de sair do gol. A bola passou por ele, que nem chegou a pular, e encontrou Gvardiol pulando bem alto, nas costas de Rúben Dias. O cabeceio não encontrou resistência para entrar no gol.
O City acordou um pouquinho. Quase imediatamente teve uma ótima situação. Grealish encontrou o passe para Gündogan, que chegou chapando no canto. Janis Blaswich fez uma linda defesa com apenas uma mão, e Haaland quase chegou ao rebote. Pelo menos o domínio foi retomado, embora sem muito volume. Guardiola optou por não fazer substituições. Ele até tinha algumas opções. Principalmente Phil Foden e Julián Álvarez. Poderia ter colocado o garoto Rico Lewis pela direita ou o também jovem Cole Palmer. Não achou que valia muito a pena.
Os visitantes pressionaram nos 15 minutos finais, sem realmente abafar. Quase no último lance, pediram pênalti em uma cobrança de escanteio curta. O árbitro não deu nada e encerrou a partida.