O Union não aproveitou a expulsão e, com o empate, o Braga mantém o fio de esperança pela classificação
O Braga segue vivo na Champions League, mas para avançar precisará vencer o Napoli na Itália por dois gols de diferença
O Estádio Municipal de Braga recebeu um duelo de Champions League em que a vitória seria vital. O Braga precisava do triunfo para manter mais acesa sua chama de esperança em busca das oitavas de final. O Union Berlim, sem mais chances, necessitava do triunfo para mirar a Liga Europa. E o empate por 1 a 1 acabou sendo ruim aos dois times. Pior ao Union, que teve um jogador a mais desde o primeiro tempo e fez uma partida burocrática. O novo técnico Nenad Bjelica realizou mudanças, mas não foi uma equipe intensa e eficiente como em seus melhores tempos. Lá se vão três meses desde a última vitória dos Eisernen por qualquer competição. Já ao Braga, diante das circunstâncias, o resultado não foi desastroso como poderia. Com a derrota paralela do Napoli, as chances de classificação permanecem. Entretanto, com uma missão bastante difícil na rodada final: os Arsenalistas precisarão de um triunfo por dois gols de diferença em pleno Diego Armando Maradona.
Artur Jorge escalou o Braga no seu 4-2-3-1. Matheus abria a formação, com a defesa composta por Víctor Gómez, José Fonte, Sikou Niakaté e Cristián Borja. João Moutinho e Vítor Carvalho fechavam a cabeça de área. A trinca de meias tinha Álvaro Djaló, Rodrigo Zalazar e Ricardo Horta. Na frente, Simon Banza era o centroavante. Já o novo técnico do Union, Nenad Bjelica, redesenhou o time num 4-1-4-1. Frederik Rönnow era protegido pelo quarteto formado por Josip Juranovic, Robin Knoche, Diogo Leite e Jérôme Roussillon. Rani Khedira ficava à frente da defesa. O quarteto no meio tinha Kevin Volland, Lucas Tousart, Aïssa Laïdouni e Robin Gosens. Kevin Behrens era o homem de referência.
A expulsão ajuda o Union
O Union Berlim parecia num modo de conter a crise durante os primeiros minutos. Tentava adiantar um pouco mais a marcação, mas sem se expor. O Braga tinha mais iniciativa, o que também forçava os Eisernen para trás. O primeiro lance de perigo veio aos 16, num grande passe de Ricardo Horta. Simon Banza estava pronto para a definição, mas acabou abafado pela defesa adversária. Se por um lado os berlinenses se protegiam bem na defesa, do outro ofereciam pouquíssimo no ataque, geralmente com cruzamentos em busca de Behrens no meio da área. Laïdouni foi o primeiro a aprontar, com uma jogadaça com direito a caneta, mas o cruzamento não deu resultado.
Num momento em que o jogo parecia mais equilibrado, o Braga de novo mostrou como poderia ser mais perigoso. Víctor Gómez cruzou pela direita, Álvaro Djaló saltou sozinho na área e a cabeçada passou ao lado da trave. Só que um grave problema afetou o Braga aos 30. Niakaté deu uma solada em Behrens e recebeu o vermelho direto, após a revisão do VAR. A situação se abria ao Union, sem o beque adversário. Os Arsenalistas ainda não fizeram a troca de imediato. O Union ficou no ataque e passou a arriscar mais. A zaga lusitana enfim foi recomposta aos 36, com Serdar Saatçi no lugar de Vítor Carvalho.
Faltava ao Union Berlim ser mais contundente em suas chegadas. E os traços do velho time apareceram, para que o placar fosse aberto aos 42 minutos. Numa ligação direta de Rani Khedira, da defesa com o ataque, Roussillon escapou pela esquerda. O lateral serviu Gosens, atuando como ponta, e o alemão mostrou sua capacidade ofensiva. Invadiu a área, dominou com espaço e fuzilou Matheus, que ainda tentou fechar o ângulo. Antes do intervalo, o Braga tentou abafar. Teve um lance maluco, de quatro batidas, com duas defesas de Rönnow e duas bolas bloqueadas pelos berlinenses. Behrens tirou uma em cima da linha, enquanto outra bateu no braço de Diogo Leite. Como o membro estava colado ao corpo, a arbitragem não marcou o penal.
Braga renasce, Union decepciona
O segundo tempo começou sem que nenhum time se impusesse. Aos cinco minutos, porém, o Braga abriu o placar num cochilo defensivo do Union Berlim. O lance começou quando Knoche errou a saída de bola. Ricardo Horta abriu o passe rapidamente, atravessando o campo. Djaló escapou sozinho pela direita, com o lado esquerdo dos berlinenses escancarado porque Roussillon já tinha se mandado ao ataque. Djaló soltou a pancada, que Rönnow não conseguiu pegar.
Nem parecia que o Union Berlim tinha um jogador a mais. O Braga se acertou em campo e mostrava mais repertório. Os Eisernen não davam sequência às suas jogadas e tomavam sufoco, com os seguidos erros. Djaló fazia uma jogadaça quando acabou travado. Depois, Ricardo Horta chutou cruzado e a bola passou muito perto da trave. Precisando de sangue novo, o Union botou Janik Haberer e David Datro Fofana nos lugares de Tousart e Behrens, aos 17. Já a primeira troca do Braga teve Abel Ruiz na vaga de Banza. As substituições não provocaram os efeitos esperados nos berlinenses. Os minhotos seguiam mais precisos e perigosos. Rondavam a virada, mas sem conseguir uma finalização limpa. Os alemães respiravam por aparelhos.
Mais novidades vieram para o Union aos 33. Alex Král e Brenden Aaronson suplantavam Laïdouni e Khedira. O Braga mandou a campo Roger Fernandes, André Horta e Josafat Mendes aos 37 – com um descanso a Zalazar, Gómez e Djaló. Eram minutos sonolentos, sem que os Eisernen demonstrassem senso de urgência pela vitória necessária para buscar a vaga na Liga Europa. Depois de tanto tempo em silêncio, os berlinenses assustaram de novo só aos 39, numa cabeçada de Fofana para fora. Roussillon era importante pelo escape na esquerda e, num cruzamento rasteiro, por pouco Fofana não anotou o segundo aos 44. Parecia tarde demais para uma reação. Foram cinco minutos de acréscimos, mas pouco futebol para qualquer mudança no marcador.
O Braga chega aos quatro pontos na Champions. Ainda tem chances de classificação às oitavas de final, diante da derrota do Napoli para o Real Madrid na rodada. Porém, na rodada final, a equipe lusitana precisa vencer os napolitanos na Itália por dois gols de diferença. Já o Union Berlim tem dois pontos, na lanterna, e sua única esperança é a vaga na Liga Europa. Para tanto, precisa torcer por uma derrota do Braga na visita ao Napoli e ainda ganhar do Real Madrid dentro do Estádio Olímpico.