Champions League

Bayern faz da volta com o Chelsea o treino de luxo necessário para entrar no ritmo do “Final 8”

Depois do 3 a 0 do Bayern de Munique contra o Chelsea na partida de ida em Londres – e considerando a temporada das duas equipes, além dos problemas dos ingleses com lesão –, a partida de volta pelas oitavas de final da Champions League era basicamente uma formalidade. Entretanto, os bávaros não faziam um jogo oficial há mais de um mês e precisariam confirmar em campo a projeção. Sem problemas, a missão foi cumprida: vitória por 4 a 1 em um sessão de treino de luxo para colocar o grupo em ritmo.

[foo_related_posts]

À época do sorteio das oitavas, o desafio já era grande para o Chelsea, que vive sua primeira temporada com Frank Lampard. Depois do 3 a 0 sofrido em casa, seria preciso um grande feito para avançar às quartas de final. Por fim, a decisão da Copa da Inglaterra com o Arsenal na semana passada se provou ainda mais indigesta do que a derrota em campo: Azpilicueta, Pedro e Pulisic, este último o principal destaque recente dos Blues, saíram lesionados, ficando de fora do jogo deste sábado (8).

O Bayern de Munique não demorou para confirmar seu favoritismo em campo. O time de Hansi Flick dominou as ações nos primeiros 30 minutos, criando chances com facilidade, enquanto o Chelsea só foi finalizar aos 26 minutos. Àquela altura, os bávaros já somavam 2 a 0 no placar.

Aos 10 minutos, Müller foi lançado na área e acabou derrubado por Caballero. Inicialmente, o árbitro deu impedimento do alemão, mas a revisão no VAR mostrou posição legal do bávaro, e o pênalti acabou assinalado. Na cobrança, Lewandowski converteu.

Mantendo a pressão, 14 minutos depois, Müller tomou a bola de Kovacic no campo de defesa dos Blues, tocou para Lewandowski, que segurou a bola até o momento em que Perisic, pela direita, estivesse em melhor posição para finalizar. Com a permissividade da defesa dos Blues, o camisa 9 teve todo o tempo do mundo até soltar para o croata. Livre, ele bateu com tranquilidade para fazer 2 a 0.

Como se o 3 a 0 na ida não fosse suficiente, o Chelsea pareceu esperar sofrer o segundo gol aqui para enfim despertar. Emerson Palmieri, dois minutos após o gol de Perisic, fez a primeira finalização dos Blues, forçando Neuer a espalmar para escanteio. No minuto seguinte, Hudson-Odoi marcou um golaço para diminuir, mas Abraham, que havia lhe ajeitado a bola, estava em posição de impedimento, e o VAR anulou o gol.

O Bayern ainda era perigoso quando ia ao ataque. Aos 31 minutos, o Bayern fez uma linda trama, girando a bola de um lado para o outro no ataque, e Müller ajeitou de cavadinha para Gnabry, dentro da área. O alemão chegou finalizando com um sem-pulo, mas a bola saiu sem direção.

Ainda no primeiro tempo, mantendo a energia que havia surgido após o 2 a 0, o Chelsea conseguiu buscar o seu gol de honra. Aos 44 minutos, Emerson cruzou baixo, Neuer saiu mal para pegar a bola, soltou no pé de Abraham, e o centroavante não perdoou.

Já na segunda etapa, aos 16 minutos, o Bayern começava a explorar o que seria uma grande fraqueza do Chelsea após o intervalo: as jogadas pelas pontas para o cruzamento. Davies levantou na área, Zouma errou o tempo de bola, e Müller apareceu sozinho para a finalização. Batendo para o chão, acertou na ideia, mas não na execução, e a bola subiu por cima do travessão.

Com a classificação mais do que garantida, Hansi Flick seguiu com seu plano de dar ritmo ao elenco e começou a mexer em algumas peças. Nicklas Süle e Coutinho entraram no lugar de Boateng e Perisic, aos 19 minutos. Mais tarde, foi a vez de Odriozola e Tolisso ganharem alguns minutos, substituindo Kimmich e Thiago.

Tolisso aproveitaria o pouco tempo em campo não só para melhorar sua forma, mas também para deixar sua marca. Aos 31 minutos, Lewandowski cruzou da esquerda, e o francês apareceu livre de marcação para fazer 3 a 1.

Sete minutos depois, mais uma vez subindo pelas pontas, agora com Odriozola na direita, o Bayern levantou a bola na área, e Lewandowski subiu mais alto que a defesa do Chelsea para cabecear e fechar o placar em 4 a 1.

Do lado do Chelsea, combalido por seus desfalques, não havia muito o que fazer nessas circunstâncias. Ainda assim, sua maior culpa será demorar tanto para entrar de fato no jogo. A energia mostrada na segunda metade do primeiro tempo, se estendida para todo o duelo, poderia ter levado a um confronto mais parelho.

Ao Bayern, a noite não poderia ter sido melhor. Sem jogar há mais de um mês, desde a vitória na final da Copa da Alemanha em 4 de julho, havia uma pequena incógnita sobre o nível de atuação que seria mostrado aqui. A resposta foi à altura do futebol apresentado desde a chegada de Flick na metade da temporada.

Principal favorito ao título da Champions League ao lado do Manchester City, o Bayern de Munique chega em ótimas condições para o “Final 8” em Lisboa. O adversário das quartas de final representará uma espécie de degrau de dificuldade ideal: o Barcelona, que eliminou o Napoli também neste sábado, tem tradição na competição e Messi ao seu lado. Porém, contanto que siga fazendo o que fez ao longo do trabalho de Flick, o Bayern é favorito também neste próximo encontro.

Foto de Leo Escudeiro

Leo Escudeiro

Apaixonado pela estética em torno do futebol tanto quanto pelo esporte em si. Formado em jornalismo pela Cásper Líbero, com pós-graduação em futebol pela Universidade Trivela (alerta de piada, não temos curso). Respeita o passado do esporte, mas quer é saber do futuro (“interesse eterno pelo futebol moderno!”).
Botão Voltar ao topo