Champions League

Bayern dá uma aula de jogo coletivo e humilha o Barcelona de forma avassaladora: 8 a 2

O Bayern de Munique foi um dos times que melhor chegou para esta fase final da Barcelona, era favorito. Mesmo assim, ninguém poderia imaginar o que aconteceu no Estádio da Luz, em Lisboa. Mais do que vencer, os bávaros deram uma aula de jogo coletivo e golearam o Barcelona de forma impiedosa por 8 a 2. Não foi um exagero, um placar conquistado por acaso. Foi um massacre de um time sobre o outro. O placar refletiu o que se viu em campo, o que é mais assustador, ainda mais quando se vê que do outro lado tinha um clube de muita tradição e jogadores como Luis Suárez e principalmente Lionel Messi. Mas o bando do Barcelona foi chutado de forma cruel da Champions League.

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O que se viu em campo foi um time que desmoronou. O Barcelona não foi adversário para o Bayern, que mostrou a superioridade esperada – e muito mais. O Bayern potencializou as suas qualidades ao longo da partida, ao mesmo tempo que explorou as maiores fraquezas do Barça. Destruiu o time de Quique Setién de uma forma que é de dar vergonha. A palavra é essa: o Barcelona passou vergonha de um jeito como poucas vezes se vê. Ao menos não do lado humilhado.

Os alemães, por sua vez, já viveram situações como essa. Thomas Müller foi um dos grandes destaques do jogo e já tinha vivido algo assim na Copa do Mundo de 2014, quando a sua Alemanha humilhou o Brasil por 7 a 1. Mais uma vez, o atacante teve uma grande atuação e ajudou a desmoronar o adversário.

O técnico Quique Sétien mudou o time para jogar com o Bayern. Saiu do seu habitual 4-3-3 e montou um 4-4-2, com a entrada de Arturo Vidal e a saída de Antoine Griezmann. Montou duas linhas de quatro, deixando Messi e Suárez mais soltos no ataque. O técnico não tinha Samuel Umtiti, no departamento médico, e Martin Braithwaite, que não estava inscrito, por ter sido contratado fora do prazo – só podia jogar La Liga.

O Bayern veio para o jogo apenas sem Benjamin Pavard, machucado. Hansi Flick montou o time em um 4-2-3-1 como uma formação básica, mas o time se movimentou muito e pressionou alto. Como também se tornou habitual desde a chegada do técnico, Thomas Müller ficou solto atrás de Lewandowski. E Goretzka também avançava, por vezes encostando nos jogadores de frente.

O primeiro ataque perigoso foi do Barcelona, pela direita, com Messi colocando no meio para Suárez quase chegar. Só que o Bayern é que sairia na frente. O time alemão desceu pela esquerda com Perisic, que acionou Thomas Müller, próximo da área, e tocou para Lewandowski. O camisa 9, acostumado a fazer gols, ajeitou para o próprio Müller. Ele finalizou de pé esquerdo e marcou 1 a 0.

Só que o Barcelona acabou encontrando o gol rapidamente. Depois de um lançamento de Lenglet para a esquerda, Jordi Alba chegou em velocidade nas costas da defesa e cruzou para o meio, na direção de Suárez. Alaba tentou cortar, se atrapalhou e marcou contra: 1 a 1.

O Barcelona se animou. Depois do gol, Semedo deu um lindo passe para Luis Suárez, na cara do gol, mas Neuer saiu muito bem para impedir que ele tivesse liberdade. A bola foi para escanteio. O Barcelona jogou curto, Messi cruzou para a área e a bola passou por todo mundo e bateu na trave. Assustou o goleiro Neuer. Tudo isso com menos de 10 minutos de jogo.

Embora tenha equilibrado o jogo nos minutos seguintes, o Barcelona sentia dificuldades. E sofreu com uma roubada de bola aos 21 minutos. Sergi Roberto perdeu a bola para Gnabry, que avançou com velocidade e tocou para Ivan Perisic. O croata finalizou forte, cruzado, e marcou: 2 a 1 para os bávaros em Lisboa.

O Bayern continuou triturando. Thiago tocou para Leon Goretzka, que, de primeira, colocou Gnabry na cara do gol, nas costas de Lenglet. O atacante entrou e fuzilou: 3 a 1. Era um sufoco. A máquina alemã seguia firme. E em um erro de saída de bola, Lewandowski ficou na cara do gol, mas o polonês finalizou para fora.

Aos 31 minutos, Joshua Kimmich foi acionado pela direita, foi à linha de fundo e cruzou para Thomas Müller tocar de primeira para o fundo do gol. Sim, mais um: 4 a 1 para o Bayern, que atropelava o Barcelona em todos aspectos do jogo. A pressão que o Bayern exercia era fisicamente avassaladora. Emocionalmente, o Barcelona sentiu e tinha dificuldades para manter a posse de bola.

O árbitro acabou o primeiro tempo em cima dos 45 minutos, sem acréscimos. O Barceloma deve ter agradecido, porque o time estava sem rumo em campo e a sensação era que o Bayern poderia fazer mais. O intervalo seria uma missão dura para os catalães se reorganizarem e pensarem em uma estratégia para dar um jeito de voltar ao jogo.

Na volta a campo, Quique Setién colocou em campo o atacante Antoine Griezmann e sacou Sergi Roberto. Com isso, o técnico mudou o esquema do time para uma espécie de 4-2-3-1, com Frenkie De Jong e Sergio Busquets mais recuados, Arturo Vicdcal aberto pela direita, Lionel Messi pelo meio e Griezmann pela esquerda. Suárez continuava mais à frente.

Só que quem teve a primeira chance foi o Bayern. Em um lançamento longo, Müller recebeu a bola, mas não conseguiu avançar e ajeitou para Perisic, que vinha de trás. Ele chutou forte, mas no meio, e Marc-André ter Stegen defendeu com segurança. Pouco depois, Goretzka apareceu na área em um lançamento pelo alto, dominou no peito e finalizou por cima. Levou perigo.

O Barcelona, enfim, conseguiu chegar e contou com a qualidade do seu craque. Messi estava atrás do meio-campo, no círculo central, lançou Jordi Alba pela esquerda. O lateral tocou para o meio, onde estava Luis Suárez, e o camisa 9 ameaçou o chute, cortou a marcação como se tivesse apertado quadrado + X (quem jogou Winning Eleven sabe) e fez o gol para diminuir o placar: 4 a 2. Eram 12 minutos do segundo tempo. Ainda tinha jogo, caso houvesse um pequeno milagre.

Só que o Bayern voltou à carga. Aos 18 minutos, Alphonso Davies encarou a marcação de Semedo, balançou o corpo, driblou o lateral do Barça, foi à linha de fundo e levantou a cabeça para tocar para trás. Kimmich chegou pelo meio para ampliar o marcador: 5 a 2. Um balde de água fria em uma possível reação do Barcelona.

Hansi Flick mudou pouco depois do gol. Sacou Perisic e colocou Kingsley Coman. Pouco depois, colocou Philippe Coutinho no lugar de Gnabry e Niklas Süle no lugar de Jérome Boateng. O Barcelona colocou Ansu Fati no lugar de Sergio Busquets, mas não havia o que fazer. O time já estava morto em campo. O Bayern, porém, não estava satisfeito.

Faltava um gol dele. Philippe Coutinho fez a jogada pela esquerda, cruzou para a área e Robert Lewandowski tocou de cabeça e ampliou a goleada: 6 a 2, aos 37 minutos. O VAR ainda checou se o polonês não estava impedido, mas o gol foi mesmo confirmado. Só que essa ainda não era a pá de cal.

Coutinho já tinha dado uma assistência, mas foi além disso. O Barcelona, despedaçado em campo, recebeu de Thomas Müller, com liberdade, dominou e finalizou já caindo para ampliar: 7 a 2, aos 40 minutos. Pouco depois, aos 44 minutos, Lucas Hernández, que tinha entrado há pouco, cruzou para a área. Coutinho recebeu na pequena área, girou e bateu para o gol, contra um Barça de cabeça baixa: 8 a 2.

O Barcelona pagou € 150 milhões por Coutinho em janeiro de 2018, o jogador não conseguiu brilhar como se esperava e acabou emprestado ao Bayern para esta temporada. Tomou dois gols dele na maior humilhação da sua história. Uma derrota dolorida, sofrida e que deixa o time em situação terrível. O Barcelona certamente sofrerá com consequências duras. É mais uma eliminação vexatória do clube – na temporada passada, tomou 4 a 0 do Liverpool, depois de vencer por 3 a 0 a ida, no ano anterior tomou 3 a 0 da Roma, depois de vencer por 4 a 1 em casa, e antes disso um baile da Juventus por 3 a 0 fora, e empate por 0 a 0 em casa. Eliminações pesadas para o clube da Catalunha.

O Bayern avança à semifinal com as credenciais ainda mais ressoantes para a Champions League. O time espera o vencedor de Manchester City e Lyon, mas seja quem for, olhará para o Bayern com ainda mais cuidado.

Foto de Felipe Lobo

Felipe Lobo

Formado em Comunicação e Multimeios na PUC-SP e Jornalismo pela USP, encontrou no jornalismo a melhor forma de unir duas paixões: futebol e escrever. Acha que é um grande técnico no Football Manager e se apaixonou por futebol italiano (Forza Inter!). Saiu da posição de leitor para trabalhar na Trivela em 2009, onde ficou até 2023.
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