Champions League

Atlético de Madrid teve um segundo tempo mais à sua cara para bater o Feyenoord

O time de Simeone apresentou uma fragilidade defensiva incomum no primeiro tempo, mas se reagrupou após o intervalo e está bem posicionado para avançar

O Feyenoord mostrou por que estava invicto desde o começo de agosto, há alguns anos um time muito forte sob o comando de Arne Slot, e causou todos os tipos de problemas no Civitas Metropolitano. Mas o Atlético de Madrid, apesar de apresentar uma fragilidade defensiva incomum no primeiro tempo, adora jogos como este, competitivo, cheio de reviravoltas e com uma clima quente. Após ficar duas vezes atrás no placar, conseguiu vencer por 3 a 2.

Resultado importante para os homens de Diego Simeone, depois da decepcionante eliminação na fase de grupos do ano passado. O Atlético de Madrid se recuperou do que parecia o fim do ciclo do técnico argentino e é um dos melhores times da Europa desde a virada do ano. Havia feito uma boa estreia contra a Lazio, apesar do empate, com gol de goleiro, e chega a quatro pontos, bem posicionado para chegar às oitavas de final em um grupo que deve liderar sem problemas.

O Feyenoord bateu o Celtic na estreia e, aproveitando também que a Lazio começou a temporada com muita irregularidade, mostrou qualidade contra o teórico favorito para arrebatar segunda vaga.

Problemas defensivos

O Atlético de Madrid tinha desfalques na defesa e fez um primeiro tempo de um time que tem desfalques na defesa. Reinildo entrou na temporada machucado, Caglar Söyüncü, Stefan Savic e mais recentemente José Giménez estão no departamento médico. Embora o trio de zaga fosse o mesmo da vitória sobre o Cádiz no fim de semana, com César Azpilicueta, Axel Witsel e Mario Hermoso, parecia que havia acabado de se conhecer. E, bom, levou dois gols do Cádiz também.

Sem tirar méritos do Feyenoord, atual campeão holandês, vice da Conference League e quartas de final da Liga Europa. Soube aproveitar bem os espaços e abriu o placar logo aos sete minutos. Com uma pequena dose de sorte. Quinten Timber trouxe na transição pela esquerda, centralizou, e soltou nas costas da defesa. Ayase Ueda ficou cara a cara com Oblak, que saiu bem para abafar. A bola, porém, bateu em Hermoso e ainda desviou em Oblak antes de entrar. Oficialmente, gol contra do zagueiro.

Durante mais ou menos meia hora, pareceu um acidente de percurso. O Atlético de Madrid foi imediatamente para o campo de ataque, controlou a posse de bola, o que não costuma ser muito a sua praia, e empatou aos 12 minutos. O passe buscava Saúl, completamente impedido invadindo a área pela esquerda. Mats Wieffer interceptou e, segundo o árbitro, que checou o lance no monitor do assistente de vídeo, criou uma nova jogada porque o gol de Morata na sobra foi validado.

Logo em seguida, Gernout Trauner precisou cortar quase em cima da linha para evitar que o cruzamento chegasse a Morata, na boca do gol, após linda tabela entre Nahuel Molina e Antoine Griezmann no bico direito da grande. Koke pegou um soco do goleiro Wellenreuther em cobrança de escanteio, bem perto da trave, e parecia até que o Atlético de Madrid conseguiria virar o jogo sem grandes problemas. Faltou combinar com o Feyenoord.

Igor Paixão assustou em uma batida de fora da área, no canto mais próximo, que Oblak enviou para escanteio. O que ajudou mesmo os holandeses foi a falta de compreensão do que é uma linha de impedimento de Hermoso, uns dois metros à frente dos outros companheiros na hora em que Calvin Stengs cobrou uma falta para o meio da área. Dávid Hancko, em posição muito legal, bateu à queima-roupa, Oblak defendeu, e Hancko marcou no rebote. O outro zagueiro, Trauner, quase fez o terceiro após um cruzamento de Stengs pela direita.

Diego Simeone pedia necessária calma aos seus comandados e deveria estar repassando na cabeça todas as broncas que daria no vestiário quando o Atlético arranjou um escanteio no último minuto do primeiro tempo. Samuel Lino pegou a sobra no bico esquerdo da área e bateu cruzado. A defesa afastou, Witsel tentou brigar, bate aqui, rebate ali, e Griezmann acabou com a brincadeira com uma puxeta para encontrar o empate aos espanhóis antes do intervalo.

Segundo tempo à Atlético de Madrid

O segundo tempo teve mais a cara do Atlético de Madrid. Primeiro, fez o que tinha que fazer, com um cruzamento preciso de Molina, colado à linha lateral, para Morata se antecipar a Trauner e desviar às redes. Uma vez à frente, entregou a bola para o Feyenoord – caiu de 56% de posse de bola no primeiro tempo para 39% no segundo – e, embora tenha tentado alguns contra-ataques, priorizou a defesa e conseguiu segurar o resultado.

Foram apenas três finalizações dos donos da casa na etapa final, nenhuma no alvo, além do gol de Morata. O Feyenoord finalizou dez vezes. Algumas de média distância, como a bomba de Igor Paixão, aos 19 minutos, que passou perto da trave. A melhor chance de verdade foi quando Yankuba Minteh tabelou com Paixão e saiu na cara de Oblak, que fez uma grande defesa. No replay, ficou claro que o jogador do Feyenoord estava impedido. Se fosse gol, seria anulado após revisão.

A reta final trouxe uma forte pressão do Feyenoord. O goleiro Wellenreuther foi à área algumas vezes na bola parada, tentando emular Igor Provedel, que marcou o gol de empate da Lazio contra o Atlético de Madrid na primeira rodada. O raio não caiu duas vezes no mesmo lugar. Oblak teve que fazer uma linda defesa em um chute sem ângulo de Minteh nos últimos segundos para garantir os três pontos dos colchoneros.

Foto de Bruno Bonsanti

Bruno Bonsanti

Como todo aluno da Cásper Líbero que se preze, passou por Rádio Gazeta, Gazeta Esportiva e Portal Terra antes de aterrissar no site que sempre gostou de ler (acredite, ele está falando da Trivela). Acredita que o futebol tem uma capacidade única de causar alegria e tristeza nas mesmas proporções, o que sempre sentiu na pele com os times para os quais torce.
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