Henry pede demissão do Montréal para evitar nova separação da família por causa da pandemia

Chegou ao fim, de maneira abrupta, a passagem de Thierry Henry como técnico na Montréal para voltar para Londres.
Na temporada passada, o Montréal teve que ser deslocado para os Estados Unidos para a disputa da MLS em meio ao protocolo de segurança da liga. Ao saber que, em 2021, mais uma vez teria que deixar sua família no Canadá por meses, Henry tomou a decisão de deixar o comando da equipe que dirigia há 15 meses e com a qual tinha contrato até o fim deste ano, com opção de extensão por mais um ano.
“É com o coração pesado que decidi tomar esta decisão. O ano passado foi extremamente difícil para mim, pessoalmente. Devido à pandemia mundial, não pude ver meus filhos. Infelizmente, por causa das restrições atuais e pelo fato de que teríamos que nos realocar novamente para os Estados Unidos por vários meses, não seria diferente. A separação é uma pressão muito grande para mim e meus filhos. Portanto, é com muita tristeza que devo tomar a decisão de voltar para Londres e deixar o Montréal. Gostaria de agradecer aos torcedores, jogadores e à comissão técnica deste clube, que fizeram eu me sentir muito bem-vindo”, comunicou Henry.
O ex-jogador francês chegou ao Montréal em novembro de 2019, após uma passagem fracassada de apenas três meses no comando do Monaco, entre outubro de 2018 e janeiro de 2019. Antes disso, havia trabalhado nas comissões técnicas da seleção belga e das categorias de base do Arsenal. A ida ao Canadá era uma chance de recomeço e também um retorno à MLS, liga à qual estava familiarizado desde que havia defendido o New York Red Bulls entre 2010 e 2014, encerrando sua carreira como atleta no clube norte-americano.
Henry já vinha estudando a possibilidade de retornar à Europa e esteve recentemente em conversas com o Bournemouth, da segunda divisão inglesa, para assumir o comando do time, mas a negociação não avançou, e os Cherries anunciaram a contratação de Jonathan Woodgate para o cargo.
Não é possível ainda mensurar o tamanho do mercado que Henry poderá ter na Inglaterra ou no restante da Europa, mas certamente sua experiência no Montréal lhe ajudou mais do que qualquer outro trabalho anterior desde a sua aposentadoria como jogador. À frente da equipe canadense, Henry classificou o Montréal pela primeira vez em quatro anos aos playoffs da MLS, levando o time também às quartas de final da Champions League da Concacaf de 2020.