MLS

Depois de ser tri lanterna, o Cincinnati leva o título de melhor da temporada regular

O Cincinnati terminou na lanterna da MLS em suas três primeiras temporadas, mas evoluiu bastante e sobrou como melhor equipe na atual fase de classificação

A Major League Soccer possui dois títulos por temporada. O mais importante é a MLS Cup, os mata-matas que definem o campeão, mais marcado na história. Porém, também existe o chamado ‘Supporters Shield', entregue à equipe de melhor campanha na fase de classificação. O time que soma mais pontos também recebe uma honraria, embora secundária dentro da estrutura da liga. E o vencedor do Supporters Shield da MLS em 2023 celebrou sua conquista neste final de semana. O FC Cincinnati conquista um feito inédito em sua breve história, e bastante significativo, para um time que foi lanterna da liga em três temporadas consecutivas de 2019 a 2021.

O Cincinnati é uma das franquias mais recentes da MLS. A equipe primeiro disputou a USL, antes de ser admitida na Major League Soccer em 2018. Desde então, são quatro temporadas completas na liga principal. E os resultados iniciais do time de Ohio foram muito fracos. O Cincinnati foi o lanterna em sua temporada de estreia, em 2019. Somou apenas seis vitórias em 34 rodadas, com absurdos 75 gols sofridos. A lanterna geral se repetiu em 2020, com apenas quatro vitórias em 23 compromissos, numa edição encurtada pela pandemia. Se a defesa melhorou a olhos vistos, com 36 gols sofridos, o ataque só anotou 12 gols. Já em 2021, o Cincinnati foi lanterna pela terceira vez. Teve quatro vitórias e 74 gols sofridos em 34 compromissos.

A evolução do Cincinnati se tornou notável na MLS 2022. A equipe não apenas deixou a lanterna, como também conseguiu se classificar aos playoffs. Terminou na quinta colocação na Conferência Leste, com 12 vitórias e destaque aos 64 gols anotados, além da décima posição geral. No início dos mata-matas, a franquia de Ohio eliminou o New York City FC, campeão na edição anterior da MLS Cup. Só não conseguiu passar mesmo pelo Philadelphia Union, que ganhou por 1 a 0 nas semifinais de conferência e terminou como vice-campeão da liga. De qualquer maneira, o caminho das pedras estava claro para o Cincinnati.

Os destaques do Cincinnati

O Cincinnati manteve seu treinador, Pat Noonan, que chegou em 2021, após trabalhar como assistente de Bruce Arena no Los Angeles Galaxy e de Jim Curtin no Philadelphia Union. Já o elenco, se teve a perda significativa do artilheiro Brenner, vendido à Udinese, manteve Brandon Vázquez e Luciano Acosta como seus principais destaques ofensivos. Mais atrás, a defesa também tem bons recursos com Yerson Mosquera e Matt Miazga como dupla de zaga principal, enquanto o volante Obinna Nwobodo e o ponta Álvaro Barreal são outros destaques recorrentes. Um brasileiro ainda permanece no grupo, o centroavante Sérgio Santos, cria do América Mineiro e profissionalizado pelo Audax Italiano, mas como reserva.

O Cincinnati fez uma campanha muito forte na MLS 2023, desde as primeiras rodadas. A equipe ficou invicta nos sete primeiros jogos, com cinco vitórias, o que a botou nas primeiras colocações. A primeira derrota foi uma goleada do St. Louis City por 5 a 1, mas a recuperação instantânea teve dez rodadas sem perder, com seis vitórias consecutivas e triunfo emocionante no dérbi contra o Columbus Crew, por 3 a 2. Neste momento, a liderança se consolidou. O Cincinnati oscilou mais desde então, mas criou uma gordura suficiente para não deixar a ponta da Conferência Leste e nem perder o Supporters Shield.

A conquista foi confirmada com três rodadas de antecedência, graças à vitória por 3 a 2 sobre o Toronto FC neste sábado, na visita ao Canadá. O Cincinnati tem 65 pontos, nove a mais que o St. Louis City, dono da segunda melhor campanha. As 19 vitórias superam a soma das três primeiras temporadas, enquanto a defesa é uma das menos vazadas da liga, com 35 gols tomados. Com 15 gols e 13 assistências, o meia argentino Luciano Acosta é candidatíssimo ao prêmio de MVP. Ganhou o troféu de melhor do mês em julho e agosto. Destaque também para a torcida, com expressiva média de 25 mil espectadores por jogo, a quinta melhor de toda a liga.

O desafio do Cincinnati é confirmar o favoritismo nos mata-matas. Apenas oito vezes, desde 1996, que o dono do Supporters Shield também faturou a MLS Cup. O exemplo mais recente é da temporada passada, com a unificação dos títulos do Los Angeles FC. Porém, foi apenas o segundo time nos últimos dez anos a conseguir tal rendimento. O Cincinnati ainda não tem tanta tarimba em mata-matas. Nesta temporada, a equipe sucumbiu na semifinal da US Open Cup (a Copa dos Estados Unidos) no maluco jogo com o Inter Miami, perdido nos pênaltis após o empate por 3 a 3, e parou nos 16-avos de final da Leagues Cup contra o Nashville, superada também nos penais. É ver como essas experiências surtem efeito.

Foto de Leandro Stein

Leandro Stein

É completamente viciado em futebol, e não só no que acontece no limite das quatro linhas. Sua paixão é justamente sobre como um mero jogo tem tanta capacidade de transformar a sociedade. Formado pela USP, também foi editor do Olheiros e redator da revista Invicto, além de colaborar com diversas revistas. Escreveu na Trivela de abril de 2010 a novembro de 2023.
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