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Tebas defende deduzir pontos em casos de racismo e volta a pedir desculpas a Vinícius

O presidente de La Liga segue em modo de contenção de danos, depois de ter rebatido as reclamações de Vinícius após o caso do Mestalla

Em total modo de contenção de danos após tuítes em tom crítico a Vinícius Júnior, logo depois do atacante do Real Madrid receber insultos racistas no jogo contra o Valencia, o presidente de La Liga, Javier Tebas, deu entrevistas a jornalistas brasileiros na última quarta-feira e, nesta quinta, realizou uma coletiva de uma hora e meia na sede da sua entidade para reforçar a mensagem: pediu desculpas novamente a Vinícius Júnior e repetiu que precisa de mais poderes para punir o racismo, acrescentando que seria a favor de deduzir pontos dos clubes.

A autoridade de aplicar sanções, como o fechamento parcial do Estádio Mestalla por cinco partidas e a multa imposta ao Valencia na última terça-feira, é de um comitê formado por representantes da Federação Espanhola, La Liga e governo. Tebas alega que seus poderes são limitados a apresentar queixas, o que teria feito dez vezes a favor de Vinícius nas últimas dez temporadas, e às vezes os promotores decidiram não dar sequência ao caso.

“A punição de retirar pontos existe apenas quando um jogador inelegível é escalado. Seria uma boa ideia? Acho que sim. Dentro do atual regime, e com os poderes que estamos pedindo, acho que seria suficiente. Eu acho que seria muito positivo se pudesse ser adotado aqui. Mas dentro dos parâmetros de sanções que temos aqui, não temos a habilidade de aplicar nós mesmos”, disse Tebas.

O dirigente, entre o exagero e a arrogância, repetiu que conseguiria resolver esse problema – o racismo – em questão de meses se receber mais poderes punitivos. “Achávamos que estávamos progredindo nos tribunais quando fizemos reclamações diretas. No caso do Mallorca e do Vinícius (em fevereiro) deste ano, os dois responsáveis pelos insultos foram sancionados. Pareceu que estávamos progredindo e os promotores estavam nos apoiando, mas nós vimos que não é o suficiente. Precisamos de mais agilidade, mais velocidade e precisamos resolver esses problemas mais rapidamente”, acrescentou.

A prioridade da turnê de imprensa de Tebas tem sido tentar limpar a sua barra pelo tuíte que publicou rebatendo as reclamações de Vinícius, aparentemente mais preocupado em preservar a reputação de La Liga do que apoiar um dos seus principais jogadores. “Eu não queria criticar Vinícius. Talvez esse foi meu erro. Eu não queria criticá-lo, mas lhe dar informações de que estávamos fazendo várias coisas. Foi frustração. Acho que Vinícius estava frustrado também. Foi um erro”, disse, dizendo que ainda não acha que é a hora de uma reunião cara a cara.

“Acho que é melhor as coisas acalmarem um pouco. Eu não teria problema em falar com ele ou com seus agentes, quando for o momento certo. Estou convencido e espero que Vinícius continue no futebol espanhol. A primeira coisa que eu diria é desculpas se o ofendi, mas não foi minha intenção. Não quis acusá-lo. Quando for conveniente, falarei com ele e seus representantes. Eu quero que Vinícius fique e quero mostrar para ele que, com mais poderes, podemos lidar com o racismo”, completou.

Tebas afirmou que seria louco se não estivesse preocupado com a imagem de La Liga depois dos acontecimentos do último domingo. “Vamos trabalhar para recuperar essa reputação que podemos ter perdido. Nós achamos que não reflete a realidade”, encerrou.

Foto de Bruno Bonsanti

Bruno Bonsanti

Como todo aluno da Cásper Líbero que se preze, passou por Rádio Gazeta, Gazeta Esportiva e Portal Terra antes de aterrissar no site que sempre gostou de ler (acredite, ele está falando da Trivela). Acredita que o futebol tem uma capacidade única de causar alegria e tristeza nas mesmas proporções, o que sempre sentiu na pele com os times para os quais torce.
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