‘Ronaldo é uma das piores coisas que aconteceram com o Valladolid’
Dono do Real Valladolid, brasileiro foi duramente criticado pelo rebaixamento antecipado do clube
Guilherme Ramos25/04/2025 - 16:30
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Ronaldo Fenômeno durante cerimônia do Fifa The Best (Foto: Imago)
Nesta semana, Ronaldo viu seu Real Valladolid confirmar matematicamente seu rebaixamento à segunda divisão espanhola após a derrota por 5 a 1 para o Betis, no Estádio Benito Villamarín, pela 33ª rodada de LaLiga.
Apesar de o descenso já ser praticamente certo há semanas, a forma como ele se concretizou apenas escancarou os erros acumulados durante toda a temporada, muitos deles associados diretamente à gestão do brasileiro, atual dono do clube.
As críticas sobre Ronaldo no Valladolid
Um dos grandes críticos ao ex-jogador foi o jornal espanhol As. “O rebaixamento, agora oficial, simboliza uma temporada desastrosa sob todos os aspectos”, disse o periódico.
O elenco, considerado mal montado, foi alvo de duras críticas da imprensa local. A diretoria liderada por Ronaldo, André Zanotta (CEO) e Fran Sánchez (diretor esportivo, posteriormente substituído por Catoira), é acusada de desmontar o time deliberadamente, desvalorizando o projeto esportivo e transformando o clube em algo irreconhecível.
Ronaldo Nazário nas arquibancadas do Santiago Bernabéu em jogo entre Real Madrid e Valladolid (Foto: Imago)
A sensação entre parte dos torcedores é de que o grupo dirigente teria agido como “forasteiros em missão de saque”, e não como gestores comprometidos com a história do clube.
A frustração se reflete nas arquibancadas e no vestiário. Enquanto alguns jogadores choravam no apito final, outros pareciam indiferentes, como se estivessem apenas cumprindo tabela. A desconexão entre elenco, torcida e direção nunca foi tão clara.
Na crítica publicada pelo jornal local El Norte de Castilla, o sentimento era de revolta:
“Ronaldo conseguiu rebaixar o Real Valladolid e envergonhá-lo por toda a Espanha… é sua vingança por não se sentir apoiado por torcedores, imprensa e instituições, por não comprar sanduíches em Zorrilla, nem camisetas a 90 euros, por não lhe darem propriedades públicas nem dançarem ao ritmo que ele gostaria”.
O texto prossegue com tom ainda mais duro:
“Houve um tempo em que Ronaldo foi admirado, mas agora, e com o passar do tempo, será lembrado como uma das piores coisas que aconteceram ao clube.”
Mesmo com a ferida aberta, resta aos torcedores do Real Valladolid a esperança de que a instituição, prestes a completar um século de existência, resista às insatisfações com sua gestão atual. “O clube existia antes de Ronaldo. E vai continuar existindo depois dele”, conclui o artigo.
Jornalista pela UNESP. Escreveu um livro sobre tática no futebol e, na Trivela, escreve sobre futebol nacional, internacional e de seleções. Passagens por Total Football Analysis, Esporte News Mundo, Jumper Brasil e Premier League Brasil.