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Renascido das cinzas, o Alavés revive uma final de copa justo na temporada de retorno à elite

O Alavés possui um rico passado “copeiro”. O ápice do clube basco aconteceu há pouco mais de 15 anos. Em 2000/01, os albiazules eliminaram a Internazionale e atropelaram o Kaiserslautern para alcançar a decisão da Copa da Uefa. Em Dortmund, protagonizaram uma épica partida contra o Liverpool, vencida pelos ingleses no gol de ouro por 5 a 4. Desde então, muita coisa mudou no Estádio de Mendizorrotza. Mas, nesta quarta, o Alavés voltou a sentir o gosto do que é chegar a uma decisão de copa. A equipe de Mauricio Pellegrino venceu o Celta por 1 a 0 e enfrentará o Barcelona na final da Copa do Rei.

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A caminhada do Alavés nos últimos anos merece amplo reconhecimento. Há quatro anos, os bascos disputavam a terceira divisão do Campeonato Espanhol. Mas sua revolução interna aconteceu um pouco antes disso. Afundado em amplas dívidas, o clube foi submetido a intervenção judicial em 2007 para tentar contornar os débitos. Já em 2011, se concretizou o ponto de transformação, quando Josean Querejeta se tornou acionista majoritário. Ex-jogador de basquete e presidente do Saski Baskonia (um dos times europeus mais bem-sucedidos no esporte da bola laranja), ele sanou as pendências financeiras e reconstruiu os albiazules. Em 2012/13, El Glorioso voltou à segundona. Já no ano passado, conquistou o acesso e também o título da segunda divisão, alcançando a elite após uma década de ausência.

O desempenho do Alavés em seu retorno ao Campeonato Espanhol é bastante satisfatório. A equipe ocupa o 12° lugar, bem distante da zona de rebaixamento, depois de até esboçar uma briga pela zona de classificação às copas europeias. Sucesso ratificado na Copa do Rei. Que o caminho não tenha sido dos mais difíceis, os bascos mostraram sua força. Eliminaram Gimnàstic, Deportivo de La Coruña e Alcorcón, antes de pegarem o Celta de Vigo, algoz do Real Madrid. Naquele momento, o clube já igualava seu melhor desempenho na história da Copa do Rei: chegou às semifinais em outras quatro oportunidades, a última delas em 2004.

Desta vez, no entanto, o Alavés não desperdiçou a chance. Na visita a Vigo, conseguiu segurar o valiosíssimo empate por 0 a 0. Para, nesta quarta, completar o serviço em Mendizorrotza. O gol decisivo aconteceu apenas aos 37 do segundo tempo, com Edgar Méndez, que acabara de sair do banco. Estrela do técnico Mauricio Pellegrino e prêmio a um time bastante esforçado, principalmente na defesa. Não à toa, conseguiram segurar um ataque que se mostrou bastante perigoso nas fases anteriores.

O Alavés pode até pintar como azarão diante do Barcelona. Mas os blaugranas deverão tomar muito cuidado com os albiazules. Já sentiram na pele a capacidade da equipe, com a vitória dos bascos por 2 a 1 em pleno Camp Nou, pela terceira rodada de La Liga. Além disso, os novatos também seguraram dois empates contra o Atlético de Madrid, vitais em sua boa campanha no retorno à elite. Agora, na Copa do Rei, abre-se a maior possibilidade. Quem sabe, para conquistar o maior título de sua história. E reviver em Mendizorrotza as noites europeias, algo que não acontece desde 2003.

Foto de Leandro Stein

Leandro Stein

É completamente viciado em futebol, e não só no que acontece no limite das quatro linhas. Sua paixão é justamente sobre como um mero jogo tem tanta capacidade de transformar a sociedade. Formado pela USP, também foi editor do Olheiros e redator da revista Invicto, além de colaborar com diversas revistas. Escreveu na Trivela de abril de 2010 a novembro de 2023.
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