
Sob o ponta de vista jornalístico, a morte de Di Stéfano na Espanha, para os jornais esportivos, seria semelhante à perda de Pelé para os brasileiros ou de Maradona para os argentinos. Foi o estandarte, o pioneiro e o principal jogador de um dos dois principais clubes. Como transmitir a tristeza e o gigantismo dessa notícia na capa do jornal? Quais palavras melhor expressam o que os fãs do argentino estão sentindo?
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O Marca arriscou nenhuma. Ao invés de uma manchete, colocou apenas a foto de Di Stéfano acenando – despedindo-se dos seus milhares de fãs pela última vez -, o nome dele, e as datas de nascimento e óbito. E acertou. Foi a melhor capa da imprensa espanhola sobre o assunto, pela simplicidade e, principalmente, pela sensibilidade.

O diário AS, outro jornal de Madrid muito pró-Real, também foi bem, com uma foto do jogador pulando, de braços abertos, outras imagens históricas, e a frase singela: “Di Stéfano, do Madrid ao céu”.

Os jornais catalães não tentaram de forma alguma diminuir o tamanho do ídolo do maior rival do Barcelona, mas também não esconderam a mágoa pela história da contratação do jogador, que foi disputado pelos dois gigantes e acabou indo para o Santiago Bernabéu depois da desistência do Barça. Uma das suspeitas foi a pressão do governo de Francisco Franco, como lembra o Mundo Deportivo. “O franquismo não permitiu que jogasse com Kubala no Barcelona”.

A imprensa de outros países não deu muita atenção à morte de Di Stéfano, pelo menos na capa. Os principais jornais da Inglaterra não o mencionaram. A Gazzetta dello Sport colocou uma menção no pé da primeira página. Mas, na Argentina, naturalmente, a Flecha Loira foi a capa do Olé, com um pequeno resumo da sua carreira.

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