Espanha

O Betis exaltou um pouco mais o ídolo Joaquín, com um amistoso de despedida recheado de lendas

O Betis colocou quase 60 mil pessoas no Benito Villamarín para oferecer o adeus definitivo de Joaquín como jogador profissional

Joaquín é um dos personagens mais queridos do futebol espanhol. Sua história nos gramados fala por si, como maior ídolo da história do Betis e, desde domingo, recordista em aparições por La Liga. Entretanto, fora das quatro linhas, o ponta é conhecido por ser um grande piadista e um tremendo boa praça. Tal carinho com o veterano se evidenciou nesta terça-feira, num jogo de despedida oferecido pelos beticos. Quase 60 mil torcedores estiveram nas arquibancadas do Estádio Benito Villamarín. Enquanto isso, uma coleção de lendas desfilou em campo no amistoso. Deu a equipe estrelada por ídolos verdiblancos, com a vitória por 6 a 4 e dois gols de Joaquín no ato final de sua trajetória profissional.

A partida no Benito Villamarín aconteceu apenas dois dias depois do último jogo oficial de Joaquín pelo Betis. No domingo, os verdiblancos já tinham oferecido um enorme tributo para o veterano, especialmente depois que ele igualou o recorde de Andoni Zubizarreta como o jogador que mais vezes entrou em campo por La Liga. De qualquer maneira, nunca é demais exaltar um gigante como Joaquín. A festa desta terça seria ainda mais intensa, com milhares de camisas 17 distribuídas nas arquibancadas, bandeirões e outras tantas homenagens.

Joaquín liderou uma equipe formada por ídolos do passado e do presente do Betis. A equipe titular tinha a presença de Marcos Assunção, Denilson e Ricardo Oliveira, outros nomes de muito sucesso pelo clube, enquanto Edu estava no banco de reservas. O quarteto brasileiro posou ao lado do troféu da Copa do Rei, em alusão ao título de 2004/05. Outras figuras como Rubén Castro e Toni Doblas se juntavam à formação verdiblanca. Já o time adversário era composto pelos “amigos de Joaquín”. Tinha Iker Casillas, Sergio Ramos, Raúl, Diego Tristán, Fernando Morientes, Gaizka Mendieta, Santi Cazorla e outros figurões históricos da seleção espanhola. Também apareciam astros estrangeiros como Roberto Carlos, Júlio Baptista, Javier Saviola e Ruud van Nistelrooy.

Cazorla abriu o placar para os desafiantes, mas Joaquín guardou dois gols no primeiro tempo, enquanto Ricardo Oliveira também deixou o seu nos 3 a 1 parciais para o Betis. No início do segundo tempo, o camisa 17 foi substituído sob grandes aplausos e lágrimas. Abraçou a família e depois se dirigiu aos vestiários. A conta se tornou mais ampla na etapa final, com a vitória por 6 a 4 dos beticos. Marcos Assunção chegou a fechar a contagem, com um tento de falta.

Já depois da partida, era hora de homenagear um pouco mais Joaquín. O craque voltou a campo para fazer seu discurso final, enquanto ouviu palavras de familiares e de dirigentes do Betis. A torcida verdiblanca cantava para que o veterano continuasse na ativa e ele chorou mais um pouco. Se dependesse apenas da vontade, certamente o camisa 17 não pararia agora, mas o corpo pede um descanso. Certo é que, ao longo de mais de duas décadas de carreira, o atacante gravou seu nome para a eternidade. Honrou a camisa dos beticos como ninguém mais e uniu gerações vitoriosas do clube. Uniu muito mais gente que apreciou seu futebol e simpatizou com sua figura. Esse amistoso festivo prova como o ponta aproximou tantas pessoas.

Foto de Leandro Stein

Leandro Stein

É completamente viciado em futebol, e não só no que acontece no limite das quatro linhas. Sua paixão é justamente sobre como um mero jogo tem tanta capacidade de transformar a sociedade. Formado pela USP, também foi editor do Olheiros e redator da revista Invicto, além de colaborar com diversas revistas. Escreveu na Trivela de abril de 2010 a novembro de 2023.
Botão Voltar ao topo