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Jesé: “Não fosse pela lesão, eu seria titular indiscutível do Real Madrid”

Jesé vinha bem no Real Madrid. Era um reserva, mas um reserva importante no time de Carlo Ancelotti. Em fevereiro de 2014, teve uma sequência como titular e marcou gol em três partidas seguidas de La Liga. Até sofrer uma lesão séria que o deixou nove meses afastado do gramado. Quando retornou, sentiu que precisaria sair do clube que o formou para se desenvolver, buscar mais minutos e se tornar o jogador que esperava ser.

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Confiança não falta para o atacante de 24 anos. Chegou a dizer que “em quatro ou cinco anos” ganharia a Bola de Ouro de melhor jogador do mundo. Agora, em entrevista ao Marca, afirma que o ataque estrelado do Real Madrid, com Cristiano Ronaldo, Bale e Benzema, teria que abrir espaço para ele, caso não tivesse se machucado tão seriamente. “Nunca gostei de me comparar com ninguém, mas acredito que seria titular indiscutível do Real Madrid. Tenho certeza disso”, afirmou. “A lesão foi um freio incrível na minha carreira. É como se uma Ferrari que está preparada, que está fazendo suas voltas, que está indo muito bem, tem um acidente muito forte, que exige reparos em todo lugar, por dentro do carro, para que voltasse a continuar naquele ritmo. Isso não demora cinco ou seis meses, demora um par de anos”.

O atacante afirma que não era loucura falar em Bola de Ouro quando surgiu no Real Madrid, mas que a lesão fez com que regredisse. “Agora é mais complicado”, admite. “Não é uma desculpa, é uma realidade que a lesão interrompeu minha carreira. Quem teve lesões como a minha sabe disso. Sempre sonhei em ganhar a Bola de Ouro e a Champions e títulos importantes, como ganhei no Real Madrid. Tudo isso foi antes da lesão. Depois, foi muito difícil, a lesão, a infecção, nove meses de recuperação. Quando voltei, não tive os minutos suficientes que tinha que ter. Por isso, tomei a decisão de sair do Real Madrid. Não sai porque queria, estava muito feliz, mas queria ter mais continuidade”.

Jesé começou a se sentir como antes apenas a partir do final da temporada passada e projeta que estará de volta à forma ideal no começo da próxima. Sem essa plenitude física, não conseguiu se firmar no elenco estrelado do Paris Saint-Germain. Sofreu uma apendicite no começo da temporada, atuou pouco nos primeiros seis meses – 14 jogos, apenas dois como titular – e foi para o Las Palmas para acumular minutos em campo.

“Unai (Emery, técnico do PSG) tem ideias de futebol muito boas, é um bom treinador. Me colocou depois da apendicite, eu não estava bem, e precisei de umas semanas para voltar ao ritmo. Assim que fiquei melhor, a equipe encaixou e havia menos oportunidades. Houve alguns jogos que não ganhamos e ele não esgotou as trocas. Tivemos uma conversa e estávamos os dois de acordo. Disse que poderia me colocar em alguns jogos, mas que o melhor era que saísse para ter continuidade”, disse.

Tem sido titular do Las Palmas. Jogou os 90 minutos das últimas três partidas, que deram sequência ao momento ruim da equipe, que chegou a brigar por competições europeias, mas perdeu os últimos quatro jogos e caiu na tabela. Nesta quarta-feira, enfrenta o Real Madrid, no reencontro de Jesé com sua ex-equipe. Se marcar, ele afirma que não vai comemorar. “Não, claramente não. Devo tudo ao Real Madrid, é a equipe que me acolheu, como pessoa e como jogador, sendo pequeno. Não farei isso por respeito e por admiração”, encerrou.

Foto de Bruno Bonsanti

Bruno Bonsanti

Como todo aluno da Cásper Líbero que se preze, passou por Rádio Gazeta, Gazeta Esportiva e Portal Terra antes de aterrissar no site que sempre gostou de ler (acredite, ele está falando da Trivela). Acredita que o futebol tem uma capacidade única de causar alegria e tristeza nas mesmas proporções, o que sempre sentiu na pele com os times para os quais torce.
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