‘Quer dinheiro ou glória?’: Como presidente do Real Madrid fez James recusar City e PSG
Colombiano chegou aos Merengues em 2014 após sucesso na Copa do Mundo do Brasil

Artilheiro e um dos melhores jogadores da Copa do Mundo de 2014, James Rodríguez era o sonho de muitos times há 11 anos. Com várias opções na mesa, o colombiano escolheu o gigante Real Madrid e um dos motivos para decisão veio do poder de convencimento de Florentino Pérez.
O empresário e presidente dos Merengues fez um ultimato para o meia: ‘quer títulos ou apenas dinheiro?‘, uma referência às propostas que vinham de Manchester City e PSG. No fim, o então jovem recusou a dupla e aceitou o clube espanhol, como contou em entrevista ao programa “Los amigos de Edu”, do Edu Aguirre.
— O City e o PSG me ofereceram muito dinheiro. […] Florentino me disse: O que você quer? Glória ou dinheiro? Foi por isso que assinei pelo Madrid. Sempre fui fã do Real Madrid. Nem se o Barcelona tivesse me chamado em 2014. O Real Madrid é o Real Madrid, papai — revelou James.
Rodríguez soube do interesse do Real ainda em meio ao Mundial. O que poderia ter sido um motivo para maior pressão no jogador, na verdade, virou combustível na disputa da Copa.
— No segundo ou terceiro jogo da Copa do Mundo, [Jorge] Mendes [empresário de James] me disse que o Madrid me queria, mas tinha medo que eu perdesse o foco. Eu disse: ‘O quê?' e eu marquei um gol contra o Japão [última rodada da fase de grupos] e dois contra o Uruguai [oitavas de final], foi o oposto. Eu joguei melhor — disse.

A passagem de James Rodríguez no Real Madrid
As saídas de Xabi Alonso e Di María abriram o caminho para Carlo Ancelotti escalar James Rodríguez no meio-campo, normalmente ao lado de Toni Kroos e Modric (ou às vezes Isco).
De cara, o colombiano fez uma boa primeira temporada, quando alcançou 34 participações em gols (17 tentos e 17 assistências), até hoje sua melhor marca da carreira. No entanto, o Madrid só levou o Mundial de Clubes e a Supercopa da Europa, o que fez Ancelotti ser demitido e substituído por Rafa Benítez.
O sucessor, que chegou a ter um problema com o meia, saiu ainda no meio de 2015/16 e deu lugar a Zinedine Zidane. James não voltou a ganhar mais os minutos que teve, apesar de participar de dois dos três títulos da Champions League que o Real levaria sob o comando do francês.
— Tive um desentendimento com o Rafa, nada sério, ele fez uma substituição, o Bernabéu vaiou, ele pensou que eu tinha feito gestos contra ele. […] [Sucesso de Zidane] Teve muito a ver com a forma como você administra o grupo. Em um time assim, se você tem, é isso. É como Ancelotti, a mesma coisa. Por que todos jogam tão bem com ele? Kaká, Maldini, Cris, eu, Vini, Rodrygo, ninguém fala mal dele. Carlo é espetacular, para mim o melhor do mundo, aqui, no Bayern de Munique ou no Everton — afirmou Rodríguez.
Após perder espaço com a consolidação de Casemiro ao lado de Modric e Kroos e o bom nível de Isco, o jogador foi emprestado ao Bayern entre 2017 e 2019. Ele até voltou depois de dois anos para atuar por seis meses antes de ser negociado em definitivo com o Everton.
— Eles ainda me amam muito em Madri, me perguntam por que saí, isso significa que fiz as coisas bem, tive um desempenho de altíssimo nível — afirmou.
James somou 125 jogos pelo Real Madrid, com 37 gols e 42 assistências, de longe o time que mais defendeu na carreira. A imprensa foi o grande problema do atleta nesse período, como disse também ao “Los amigos de Edu”.
— Me senti maltratado pela imprensa espanhola, sempre fui o centro das atenções, inventavam histórias de que eu não treinava ou não me cuidava, mas aprendi a lidar com essas coisas, não guardo rancor de ninguém — completou.
Hoje no Léon após fracassos no São Paulo e no Rayo Vallecano, o colombiano vive bom momento com seis participações em gols em apenas 11 partidas.