Vinicius Jr deu uma aula de futebol e o Real Madrid humilhou o Barcelona na Supercopa
Vinicius Jr guiou com três gols um inspirado Real Madrid, que goleou o Barcelona e venceu sua 13ª Supercopa da Espanha
O Real Madrid vingou com sobras a derrota para o Barcelona na Supercopa da Espanha em 2023 e, em 2024, se sagrou campeão humilhando seu maior rival na Arábia Saudita. A goleada por 4 a 1, construída com atuações fabulosas de Vini Jr, autor de três gols, Rodrygo, autor do outro, e Jude Bellingham, deu a tônica do buraco que há entre os dois rivais atualmente. O Real, que só perdeu um jogo na temporada, impôs uma humilhação a um Barça que terá de repensar seus próximos passos, inclusive numa possível saída de Xavi Hernández, que parece cada vez mais perdido no comando culé.
Após a goleada, o Real Madrid agora segue sua rotina de clássicos e enfrentará, desta vez pela Copa do Rei, o Atlético de Madrid, time que eliminou nas semifinais da Supercopa da Espanha. Já o Barcelona vai ter a chance de recolher os cacos diante de um time (na teoria, ao menos) inofensivo: também pelo torneio mata-mata espanhol, enfrenta na próxima semana o Unionistas de Salamanca, da terceira divisão.
Um nó de Ancelotti e uma tarde inspirada de Vini Jr destruíram o Barcelona no primeiro tempo
Carlo Ancelotti foi à final da Supercopa da Espanha com um tridente ofensivo de respeito, para fazer qualquer adversário tremer. Vinicius Jr e Rodrygo foram escaladas como atacantes, e com suas agilidades acima do normal, flutaram entre o centro e as pontas, flutuando por fora, mas aparecendo na área para finalizar. Completou o trio o inglês Jude Bellingham, que mais uma vez atuou como meia armador, avançado, na posição que chamamos de camisa 10. Bem, a estratégia deu certo.
Os primeiros dez minutos do Real Madrid foram sufocantes e colocaram o Barcelona na roda. A função arco-e-flecha que Bellingham e Vini fizeram ao longo de todo o jogo foi legal no começo dele. Primeiro, o inglês achou o brasileiro com um lindo passe, controu com falha grotesca de Jules Koundé e viu seu companheiro abrir o placar aos sete minutos. Ainda era pouco para Vini.
Se na primeira vez foi Bellingham quem municiou Vinicius, três minutos depois foi a vez de Rodrygo achar o companheiro livre. O Barcelona mal viu a cor da bola e já estava perdendo a Supercopa da Espanha por 2 a 0, dois gols de Vini Jr. O brasileiro mostrou que está totalmente recuperado da lesão que o tirou de campo no final de 2023 e, como homenagem a Cristiano Ronaldo, ídolo do Real e hoje jogando na Arábia Saudita onde aconteceu a final, comemorou como o português fazia em seus tempos de Madrid.
Não é de se assombrar que os dois gols em dez minutos deixaram o Barcelona zonzo em campo. Os culés até quase chegaram a um empate poucos minutos depois, quando Ferran Torres chutou e acertou a trave, mas a desvantagem e o apetite do Real Madrid ofereciam ao Barça apenas o contra-ataque. Foi em um deles, inclusive, que Ferran, novamente, invadiu a área e desta vez parou no goleiro Lunin, que fez boa defesa.
A insistência do Barcelona, que aos poucos foi ficando mais com a bola, foi render frutos aos 33 do primeiro tempo. Uma jogada fantástica de Ilkay Gundogan levou o Barça ao ataque e Alejando Baldé cruzou para a zaga madrilenha afastar. Mas a afastada sobrou, fora da área, nos pés de Robert Lewandowski, que enfiou um balaço para o gol, diminuindo para os culés.
Mas o primeiro tempo ainda estava longe de acabar, diferente da alegria do Barcelona por diminuir. Menos de cinco minutos depois do gol de Lewandowski, Vini Jr foi empurrado na área por Ronaldo Araujo e o árbitro assinalou pênalti. O brasileiro assumiu a responsabilidade, bateu com firmeza e fez seu terceiro gol no El Clássico em menos de 40 minutos, entrando de vez para a história de um dos maiores jogos do futebol mundial.
No segundo tempo o Real Madrid apenas consumou a humilhação ao Barcelona
O segundo tempo recomeçou com o Barcelona mantendo a posse de bola, assim como a ineficiência para fazer algo perigoso com ela. Nos primeiros dez minutos da segunda etapa, o Barça chegou a ter a bola por 80% do tempo e não deu um mísero chute. O Real Madrid, diante da inofensividade do rival, deixou os culés tocarem a bola sem objetividade e, aos poucos, quando teve a posse, tocou sem agressividade, esperando botes errados ou falhas de posicionamento dos adversários.
Em um cenário completamente positivo e confortável para o Real Madrid, Vini Jr e Jude Bellingham continuaram comandando a festa madrilenha na Arábia Saudita. Os dois driblaram, passaram, se moveram com agilidade e mostraram que são a dupla que pode guiar os blancos para a glória por muitos e muitos anos. Mais a vontade com a torcida pelo tempo de casa, o brasileiro ainda fez as vezes de maestro, pedindo a participação dos fãs a cada jogada mais plástica ou próxima da área do Barcelona que ele fazia.
Xavi até tentou mudar as coisas com uma substituição tripla ao colocar João Félix, Lamine Yamal e Fermín Lopez em campo, mas quando o dia não é seu, não adianta insistir. E não era dia para o Barcelona, mas era muito (muito mesmo) para o Real Madrid. Tanto que dois minutos após as mudanças o que era um placar confortável virou goleada quando Vini Jr, o craque do jogo, tentou achar Bellingham na área, mas a bola achou um atrapalhado Koundé que se estabanou de novo e viu Rodrygo, livre, fazer o quatro dos madrilenhos.
O quarto gol foi apenas a pá de cal em um Barcelona que já estava mentalmente cansado — o contrário do Real Madrid. As coisas ficariam ainda piores quando Ronaldo Araujo, que portava a faixa de capitão, levou seu segundo cartão amarelo e foi expulso. O primeiro havia sido recebido no pênalti que cometera em Vini, que foi o protagonista também do segundo cartão, ao sofrer entrada violenta do uruguaio, que deverá sonhar com o brasileiro após ser destruído por ele nesta tarde.
A humilhação culé ainda passou por mais etapas depois do quarto gol. Primeiro, quando ainda faltavam cerca de 20 minutos para o fim do segundo tempo e do jogo, a parte branca da torcida gritava olé e se divertia com qualquer passe que o Real Madrid completasse. Koundé, em um jogo terrível e para esquecer, simplesmente ainda foi humilhado por Brahim Diáz, que tentou fazer o seu e não viu Vini Jr, livre, perdendo um gol cara a cara com Inãki Pena.
A tarde madrilenha era tão boa que, faltando dez minutos para o fim do jogo, ao lado de Vini Jr, o meio-campista Toni Kroos foi substituído e muito aplaudido. O alemão foi bem vaiado pela torcida saudita na semifinal, quando o Real Madrid venceu o Atlético de Madrid, por conta de declarações contra a Arábia Saudita. A tônica de uma tarde totalmente blanca e feliz para o Real Madrid. Ao Barcelona, quando se recuperar da paulada, resta analisar o futuro: ficar como está não dá.