Para ser boa, uma festa precisa de um lugar agradável, companhias conhecidas e de um anfitrião generoso. Havia o lugar agradável: o Wanda Metropolitano, casa onde o Atlético de Madrid mandará seus jogos. Havia as companhias conhecidas: o rei Felipe VI, ex-jogadores homenageados, a torcida colchonera comemorando bastante o início da história regular no Metropolitano. Bem, o anfitrião não foi tão generoso assim. De qualquer modo, venceu: 1 a 0 no Málaga, completando o clima de celebração na quarta rodada do Campeonato Espanhol.
Está certo que, no mesmo local, o Atleti já jogara uma partida (disputara a Supercopa da Espanha na temporada 1996/97, diante do Barcelona, no antigo estádio La Peineta). Mas, de todo modo, era uma estreia. E o time alvirrubro começou se esforçando para alegrar ainda mais a torcida. Mas ficou claro que não seria fácil: jogando com muita compactação na defesa, o Málaga iria se esforçar muito para ser o visitante desagradável que às vezes aparece numa festa. Restou ao time da casa tentar chutes. Como aos 12 minutos do primeiro tempo: após cruzamento de Juanfran, Koke perdeu o domínio na área. A bola foi parcialmente afastada, e ficou para Thomas Partey, que mandou para fora.
Se já estava sendo um adversário indigesto ao tornar os ataques tão difíceis para o Atlético, o Málaga quis ser ainda mais inconveniente. E quase marcou, no final do primeiro tempo, aos 37. Foi quando Jan Oblak salvou duas vezes sua equipe, na mesma jogada. A primeira, rebatendo à queima-roupa o chute de Borja Bastón; na sequência, agarrando o arremate de Chory Castro. Na frente, o Atlético reapareceu aos 45 minutos, quando Ángel Correa tabelou com Koke e bateu da meia-lua, para a segura defesa de Roberto Jiménez.
No segundo tempo, seguiram tanto as tentativas de chegadas rápidas pelas pontas quanto os chutes de fora da área. Foi o que Saúl Ñíguez fez aos seis minutos, forçando Roberto a fazer outra boa intervenção, espalmando para escanteio. A dúvida crescia: a festa ficaria incompleta, com um tropeço do Atleti? Caberia a Fernando Torres, vindo do banco, ser o herói do primeiro gol do “Wanda Metropolitano”, como desejava a torcida colchonera em pesquisa?
Não foi Torres. Mas foi alguém tão significativo quanto ele, na história atleticanista dos últimos anos: aos 16 minutos, Ángel Correa fez jogada individual pela direita, brilhou ao driblar Federico Ricca e cruzou para Antoine Griezmann completar no contrapé de Roberto, balançando as redes. Nada mais era necessário. Está certo que Diego Rolán até assustou, aos 43 minutos, em outra boa defesa de Oblak. Mas a festa ficou completa. E uma festa completa fica na memória por muito tempo.