Champions LeagueEspanhaEuropaInglaterra

City minimiza o prejuízo e se mantém vivo, apesar do passeio do Barcelona no Etihad

Tudo que o Manchester City queria era disputar as oitavas de final no dia seguinte ao sorteio. Vinha de sete vitórias seguidas, enquanto o Barcelona ameaçava entrar na crise que eclodiu no começo de janeiro e ainda não convencia dentro de campo. A expectativa era, no mínimo, o equilíbrio. Em dois meses, muita coisa mudou. Os ingleses perderam o ímpeto e os espanhóis acharam o deles. Resultado? Um passeio catalão no Etihad Stadium e o sentimento de que a vitória por 2 a 1, no jogo de ida das oitavas de final da Champions League, ainda ficou barata para os donos da casa.

LEIA MAIS: Antes de tudo, é preciso vencer, e a Juventus soube bater o Dortmund em Turim

Um clube pode vencer quantos campeonatos nacionais quiser, mas o processo para ser candidato ao título europeu é um pouco mais longo. Basta perguntar para o Chelsea. Após duas quedas na fase de grupos, o Manchester City perdeu para o Barcelona nas oitavas de final da temporada passada, sem esboçar muita reação. O sorteio definiu a repetição desse desafio e o resultado caminha para ser o mesmo.

Os problemas ingleses começaram na hora que Pellegrini listou os 11 jogadores titulares. O Barcelona mudou o seu estilo para um futebol mais objetivo, mas você ainda tem que partir do princípio de que ele vai ficar com a bola durante a maioria do jogo. Um meio-campo com Fernando, Milner, Nasri e David Silva é leve demais. Funcionaria apenas se pressionasse incessantemente os adversários e contra-atacasse em velocidade. Não pressionou, nem contra-atacou.

O primeiro tempo foi um passeio do Barcelona. Porque se a formação do meio-campo não fosse problema o bastante, as atuações individuais foram terríveis. Muitos erros. O primeiro deles, um passe errado de Fernando, deixou Suárez na cara do gol, mas ele preferiu passar a chutar. No vacilo seguinte, o uruguaio foi implacável: Kompany cabeceou para baixo, a bola sobrou e Luisito mandou às redes.

Zabaleta esteve particularmente mal. Havia levado um drible infantil de Neymar nos primeiros minutos e estava em qualquer lugar menos onde deveria quando Alba recebeu passe pela esquerda da área, depois de linda jogada de Messi. Silva não fechou o ângulo, o lateral espanhol teve tempo de ouvir uma música do Pink Floyd antes de cruzar, e Suárez completou para ampliar.

Apenas aos 45 minutos do primeiro tempo, o Manchester City levou algum perigo a Ter Stegen, com um chute colocado de Nasri da entrada da área. Muito pouco para quem atuava em casa e tem pretensões de ser campeão europeu. Pellegrini deu um chacoalhão nos seus jogadores no intervalo, e duas boas chances de cabeça foram criadas. Mas o panorama mudou apenas com a entrada de Fernandinho no lugar de Nasri. O meio-campo ficou mais encorpado.

Resultado quase imediato. Quase sete minutos depois, Clichy desarmou Messi e deu a bola para Fernandinho lançar Silva. O espanhol foi brilhante no toque de calcanhar para Agüero chegar um segundo antes de Piqué e tocar por cima de Ter Stegen. Foi o gol que dava aos ingleses alguma chance para o jogo de volta e ânimo para buscar um resultado melhor em casa. Clichy tratou de encher o balde de água fria e jogar na cabeça dos companheiros. Fez falta burra em Daniel Alves e, como já tinha cartão amarelo, foi expulso.

A sensação era que as duas equipes estavam satisfeitas com o resultado, mas Zabaleta ainda não tinha esgotado o seu estoque de besteiras. Derrubou Messi dentro da área. O futebol é muito cruel. O argentino era o melhor em campo com sobras, apesar dos dois gols de Suárez. Acertou quase tudo que tentou no primeiro tempo, mas perdeu aquela bola para Clichy e perdeu o pênalti que poderia decidir o duelo. Pior ainda: pegou o rebote de cabeça e perdeu outro gol incrível ao tentar colocá-la longe demais de Joe Hart.

Mesmo assim, a vantagem do Barcelona é muito confortável. A crise foi embora, o retrospecto em 2015 é de 13 vitórias e apenas duas derrotas. Tem camisa, experiência e bola. Para reverter o quadro, o Manchester City precisará daquela exibição aguerrida e confiante que ainda não conseguiu apresentar nessa sua curta história na Champions League.

Foto de Bruno Bonsanti

Bruno Bonsanti

Como todo aluno da Cásper Líbero que se preze, passou por Rádio Gazeta, Gazeta Esportiva e Portal Terra antes de aterrissar no site que sempre gostou de ler (acredite, ele está falando da Trivela). Acredita que o futebol tem uma capacidade única de causar alegria e tristeza nas mesmas proporções, o que sempre sentiu na pele com os times para os quais torce.
Botão Voltar ao topo