Brasil

Réver é o mais vitorioso da história do Atlético-MG e merece todas as homenagens

Jogador com mais taças na história do Atlético-MG, Réver completou 350 jogos pelo clube e recebeu as devidas homenagens

Um dos maiores nomes da história do Atlético-MG, o zagueiro Réver irá se aposentar no fim de 2023. Antes disso, o histórico capitão atleticano teve tempo de se tornar o maior vencedor da história do clube e também completar 350 jogos, recebendo uma digna homenagem do Galo.

Réver chegou ao Atlético em 2010 e soma duas passagens pelo clube. Na primeira, se mostrou um dos melhores zagueiros do Brasil, reconhecido com premiações, e foi o capitão do clube na conquista histórica da Copa Libertadores de 2013. Deixou o Galo em 2015, mas retornou em 2019 para se tornar o maior vencedor da história do clube ao conquistar mais sete taças como líder do time, incluindo um Campeonato Brasileiro depois de uma fila de 50 anos.

Réver no dia de sua apresentação no Atlético, em 2010 (Bruno Cantini/Atlético)

– Desde a minha chegada, em 2010, eu pensava que as conquistas seriam importantes para que eu pudesse marcar meu nome na história do clube. Deus acabou sendo muito generoso comigo. Poder me tornar, junto ao João Leite, o maior campeão com a camisa do Atlético é um privilégio muito grande. Até porque é um clube que me acolheu super bem, a torcida nem se fala, então nada mais justo do que retribuir nesses 350 jogos e 12 títulos.

No último dia 13, Réver entrou em campo nos minutos finais da vitória do Atlético sobre o Bahia, completando assim 350 jogos com a camisa alvinegra. Ele é o 17° jogador com mais partidas na história do clube, e recebeu uma digna homenagem na Cidade do Galo.

O Réver é a cara do Atlético, a história do Atlético”, palavras do próprio zagueiro.

O resumo mais completo da história de Réver no Atlético

Réver chegou ao Atlético em 19 de julho de 2010, contratado junto ao Wolfsburg, da Alemanha. O impacto do zagueiro foi imediato, e a identificação com o clube e a torcida também. Ele jogou apenas metade do Brasileirão e mesmo assim terminou o ano eleito como o segundo melhor zagueiro da competição no prêmio da CBF. Nos dois anos seguintes, na mesma premiação, voltou a integrar a equipe ideal, dessa vez como melhor zagueiro. Apesar das boas atuações individuais, Réver viu o Galo lutar contra o rebaixamento em 2010 e 2011, fechando essa péssima fase com sofrendo uma sonora goleada do maior rival.

Mas a história mudou a partir de 2012. Além das premiações, Réver se tornou capitão do Atlético. Com a faixa no braço, foi crucial para levar o clube ao vice-campeonato Brasileiro de 2012, posição que colocou o Galo de volta à Libertadores após 13 anos. Na competição continental do ano seguinte, Réver foi mais uma vez crucial, agora, ajudando o alvinegro a conquistar sua primeira Copa Libertadores, sendo o responsável por erguer a taça no Mineirão. Ele marcou o gol que classificou o Atlético no histórico jogo contra o Tijuana.

Réver levantou a taça da Libertadores como capitão do Atlético em 2013 (Photoshot/Icon Sport)

– A grandeza do clube, as peças que aqui estavam, não tinha como não dar certo. Mas tem o processo, e nem todos estão dispostos a pagar o preço desse processo. Querem chegar no clube e achar que as coisas vão andar da melhor maneira, e não é dessa forma. Então você tem que ser persistente. Eu acabei sendo. Independente do que estava acontecendo, acreditei no meu potencial e no do clube. Comprei essa ideia. Imagina se eu tivesse desistido no fim de 2010 e voltasse para a Alemanha? Mas eu voltei (pro Brasil) querendo ganhar aqui. Hoje posso dizer que esse meu sonho está completo. Valeu a pena.

Em 2014, Réver conviveu com lesões e perdeu espaço no time atleticano, se tornando reserva do então jovem Jemerson, hoje novamente companheiro dele no Atlético. Mesmo assim, o zagueiro conseguiu garantir mais duas taças com o Galo, vencendo a Recopa Sul-Americana e a Copa do Brasil. Com o destaque no alvinegro, Réver ganhou chances também na Seleção Brasileira, sendo convocado inúmeras vezes, inclusive para a Copa das Confederações de 2013, vencida pelo Brasil.

Dupla histórica com Léo Silva

Na primeira passagem pelo Atlético, Réver formou uma das principais duplas da história do clube, formando a zaga ao lado de Léo Silva. Chamados de “torres gêmeas”, por conta das estaturas deles (+1,90m cada), os dois formaram uma dupla ideal e praticamente imbatível, que tiveram alta porcentagem no título da Libertadores.

– O Léo eu tenho como irmão. Acredito que a sintonia que nós tínhamos, o estilo de jogo, acabou encaixando perfeitamente. Outro defensor que, além de defender muito bem, também fazia muito gol. A gente construiu uma história muito bacana, com conquistas importantes.

A dupla também entra para a história do Atlético como os zagueiros que mais fizeram gols pelo clube. Léo Silva, que se aposentou em 2020, marcou 36 gols pelo Galo em 390 jogos. Já Réver tem 31, sendo que o primeiro deles foi simplesmente um golaço de bicicleta.

Réver e Léo Silva pelo Atlético-MG em 2013
Réver e Léo Silva (e o baixinho Bernard) comemorando o gol do capitão na Libertadores de 2013 (Bruno Cantini/Atlético)

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Retorno e empilhamento de títulos

Réver deixou o Atlético em 2015 e teve passagens por Internacional e Flamengo. Em 2019, retornou ao Galo em um novo momento complicado do clube, mas que logo deu a volta por cima. Titular em 2019 e 2020, Réver viu o time mudar completamente com a chegada dos investidores, que hoje são donos da SAF alvinegra. Ele conquistou mais sete títulos desde então, sendo peça importante do título Brasileiro e da Copa do Brasil de 2021, mesmo não sendo titular absoluto.

Em 2022, perdeu mais espaço e atuou menos, mas teve o contrato renovado para 2023, onde atua menos ainda, mas serve como grande liderança do elenco atleticano. Mesmo entrando poucas vezes em campo, o zagueiro é ainda é considerado o primeiro capitão do Atlético, a final, não à toa que ele tem o apelido de “Capitão América”.

Aposentadoria e pós-carreira

Réver já deu indícios algumas vezes de que vai se aposentar no fim de 2023, inclusive após ter conquistado o Campeonato Mineiro, título que colocou ele, ao lado de João Leite, como o maior vencedor da história do clube. Na homenagem da TV Galo, ele voltou a indicar que vai parar:

– Futebol e a vida são feitos de ciclos, e eles iniciam e terminam. Acredito que está bem próximo esse meu término como atleta. O futebol para mim era algo que ia me trazer prazer. Não que eu não sinta isso hoje, mas eu queria jogar até o momento que eu pudesse olhar e falar “pra mim já deu”, sem ter que alguém chegar e falar isso pra mim – disse o zagueiro, que está fazendo curso na CBF para se tornar treinador.

O time ideal de Réver no Atlético

Como desafio proposto pela Galo TV, Réver teve que montar o time ideal dele no Atlético, mesclando os jogadores de 2013 e 2021. Ele pediu ajuda do comentarista, que escolheu algumas peças, como Léo Silva, Pierre e Tardelli, mas também deu seus pitacos. Na lateral-direita, ficou em dúvida entre Mariano e Marcos Rocha, no meio, colocou Jair, mas citou também Donizete e Josué. No ataque, ele “roubou” ao citar que colocaria um jogador em cada tempo na ponta.

Time ideal: Victor, Marcos Rocha, Léo Silva, Réver e Guilherme Arana; Pierre, Jair e Ronaldinho Gaúcho; Tardelli, Keno/Bernard e Hulk.

Os 12 títulos de Réver com a camisa do Atlético

  • Campeonato Mineiro 2012
  • Campeonato Mineiro 2013
  • Copa Libertadores 2013
  • Recopa Sul-Americana 2014
  • Copa do Brasil 2014
  • Campeonato Mineiro 2020
  • Campeonato Mineiro 2021
  • Campeonato Brasileiro 2021
  • Copa do Brasil 2021
  • Campeonato Mineiro 2022
  • Supercopa do Brasil 2022
  • Campeonato Mineiro 2023
Foto de Alecsander Heinrick

Alecsander HeinrickSetorista

Jornalista pela PUC-MG, passou por Esporte News Mundo e Hoje em Dia, antes de chegar a Trivela. Cobriu Copa do Mundo e está na cobertura do Atlético-MG desde 2020.
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