Textor aconselha que estrangeiros invistam em clubes do Brasil: ‘Isso mudará sua vida’
Ao portal inglês "The Athletic", empresário americano mostrou carinho ao país sul-americano
Desde que assumiu o comando da SAF do Botafogo, John Textor virou um personagem do futebol brasileiro. Seja por andar de skate em pistas do Rio de Janeiro, pelas entrevistas bem humoradas ou até as acusações sem provas de manipulação de resultado, ele definitivamente marcou presença, pelo bem ou pelo mal.
E toda a experiência parece muito positiva e única ao empresário de 59 anos. Uma prova é a entrevista que concedeu ao portal inglês “The Athletic”, na qual recomendou clubes do Brasil para futuros investidores estrangeiros ao ser questionado se tinha algum conselho para eles.
— Eu diria para pular, a água é boa. Venha se juntar a nós. Isso mudará sua vida e mudará seu negócio. Basta vir ao Brasil e você verá — afirmou.
O americano também disse o quão positivo tem sido sua relação com torcedores, sejam do Glorioso ou não (com algumas exceções), e como a ligação entre clube e fã é maior do que em outros centros do futebol mundial.
— No Brasil, há uma conexão entre clube e comunidade, que é mais forte do que na maioria das partes do mundo. As pessoas podem se ofender quando me ouvem dizer isso, mas é simplesmente verdade — cravou, emendando:
— Tem sido muito, muito difícil às vezes, mas, ao mesmo tempo, você recebe agradecimentos e abraços na rua. A maioria das coisas negativas é uma porcentagem muito pequena nas mídias sociais e é coberta pela imprensa. Mas basicamente tem havido uma onda de apoio desde o começo. — completou.
Textor detalha como foi início no Botafogo
Ainda para reportagem do “The Athletic”, focada em como o Brasil tem se tornado atrativo para investidores estrangeiros, o empresário, também dono do Lyon e do Crystal Palace, contou como viu a possibilidade de adquirir o Botafogo, o que trata como algo que mudou não apenas o clube, mas o futebol brasileiro em geral.
— Foi uma oportunidade de fazer parte da transformação do futebol brasileiro e da profissionalização dele. Era um clube lendário — realmente o maior clube da história do Brasil — que tinha caído em tempos difíceis e não ganhava nada há muitos, muitos anos. Foi uma grande oportunidade de crescimento — disse.
Após comprar o Fogão e ser o primeiro “dono” da equipe, Textor encontrou uma “empresa do zero”, o que o permitiu tomar as decisões que quisesse e pôde construir basicamente tudo lá.
— Tudo sobre o Botafogo desde o começo era como uma start-up [definição de empresa nova e inovadora]. Tínhamos poucos funcionários. Tivemos que construir uma empresa totalmente nova, uma equipe profissional totalmente nova, treinadores, jogadores, e então há esse nível de entusiasmo, confiança e lealdade que você obtém em uma startup. Você não precisa conquistar ninguém. Você não precisa convencer as pessoas a abandonarem suas velhas maneiras de fazer as coisas.
— Sou um pensador muito não convencional, então minhas abordagens foram adotadas, e não rejeitadas. Então é muito diferente começar um clube em vez de comprar um clube e tentar transformá-lo.
Após pouco mais de dois anos com o empresário, o resultado do clube (ou da empresa) tem sido satisfatório e até acima da média, visto as conquistas do Campeonato Brasileiro e da Libertadores, além de contratações milionárias e pontuais que deram muito certo.