Palmeiras traça protocolo para amenizar efeitos negativos das convocações

Por mais satisfatórias que possam ser para os jogadores, as convocações para as seleções nacionais trazem prejuízos para a parte física dos atletas. Não existe mágica. As ausências no dia-a-dia dos clubes inevitavelmente acarretam em déficits de condicionamento.    

O Palmeiras, que teve quatro convocados para as partidas das eliminatórias sul-americanas na atual Data Fifa, sofre ainda mais pelo fato de cada um dos convocados – Veiga, Gómez, Ríos e Piquerez – ser de um país diferente. 

Por meio de seu Núcleo de Saúde e Performance, o Palmeiras aposta no contato próximo com as comissões técnicas e intercâmbio de relatórios de desempenho para tentar diminuir tanto quanto possível os prejuízos com as convocações. 

Prejuízos que aumentam quando os titulares dos clubes vão para suas seleções nacionais como reservas, como costumam ser os casos de Veiga e Piquerez.

Troca de informações e colaboração

“A troca de informações é constante, com Paraguai, Uruguai, com a Colômbia, agora com o Ríos, e com o Brasil, sempre”, disse à Trivela Daniel Gonçalves, coordenador científico do Alviverde. “Contamos muito com a colaboração e a boa vontade das comissões”.

“São dados de monitoramento de cargas de trabalho e desgaste. Também passamos às seleções informações sobre o que os atletas têm o hábito de fazer, quais as suas rotinas”, acrescenta, antes de ponderar: 

“Mas cada comissão tem um protocolo diferente, e não se trata de um trabalho certo ou errado, mas adequado à proposta de trabalho e de jogo de cada comissão técnica”, pondera. 

Como exemplo, Gonçalves cita o trabalho do Brasil. “O Diniz, por exemplo, diz preferir sessões de treinos mais longas e menos intensas, que é o oposto do que temos como hábito no Palmeiras”, diz. “Mas está totalmente de acordo com o que ele deseja para o seu time”.  

- - ↓ Continua após o recado ↓ - -

Logística também impacta

Além dos métodos de trabalho, questões logísticas também impactam no grau de dissonância entre o condicionamento ideal e o que os atletas apresentam após as convocações.

“É preciso colocar na conta como são feitas e quais as durações das viagens, quais as estruturas dos hotéis ou centros de treinamento em que as seleções estão concentradas, se há trabalho preventivo, são inúmeras variáveis”, diz. 

Por conta de todas essas questões é que fica difícil para os clubes fazerem trabalhos ativos, para além do monitoramento, mesmo que à distância, com os jogadores convocados. 

“Quando os atletas retornam, analisamos os dados enviados pelas seleções e os avaliamos qual a carga de trabalho necessária para fazer as adaptações”, explica. “Não há como ter um controle anterior”, diz. 

Palmeiras entra em campo três dias depois dos segundos jogos das eliminatórias

Os quatro jogadores do Palmeiras convocados para seleções sul-americanas jogam no próximo dia 12. Pelo Brasileiro, o time de Abel Ferreira entra em campo no dia 15, sexta-feira, contra o Goiás, no Allianz Parque. 

Antes do confronto com o Boca Juniors pela semifinal da Libertadores, no dia 25, o Verdão ainda visita o Grêmio em Porto Alegre, no dia 21, também pelo Nacional.