Palmeiras se mantém vivo com vitória ‘inesperada’ que evitou clima melancólico

O jogo contra o Botafogo, desta quinta-feira (20), era uma das apresentações mais melancólicas na história de uma década de Allianz Parque. A derrota, em especial após o adversário abrir o placar, estava desenhada.
Mas, aos 30 da segunda etapa, Facundo Torres fez o 2 a 1. E, aos 39, foi a vez de Luighi acertar um voleio de dentro da área, fazer o terceiro, e fechar a conta de um Palmeiras que ainda respira no Campeonato Paulista.
A sensação de alívio no estádio, ao apito final, era palpável. Nem tanto pela possibilidade de passar à próxima fase. Mas, porque, mesmo aqueles que consideram o torneio desimportante, sabem o mal que uma eliminação precoce causaria no moral da agremiação toda.
O Palmeiras vence, mas tem menos rumo do que há dois meses
A campanha irregular, afinal, é um sintoma incômodo de um time que padece por conta de um planejamento ruim ou, no mínimo, incompleto. E que começa o ano com menos rumo do que tinha há três meses, quando foi vice-campeão brasileiro.
Ao fim do Campeonato Brasileiro de 2024, o Palmeiras tinha um questão grave: a falta de um camisa 9 minimamente confiável. Pois, passados 40 dias do início da temporada 2025, os problemas agora são bem mais numerosos — e a falta do 9 permanece.
O Palmeiras que perdeu Maurício e Gómez, e ainda não tem Paulinho, involui a cada rodada. Boas novidades, como Thalys e Naves, perdem espaço.
O silencio da Mancha Verde e de algumas organizadas no 1º tempo casou bem com o futebol estéril dos comandados de Abel Ferreira. Que levaram 1 a 0, aos 25 da etapa inicial. E até empataram rápido, com um golaço de Estevão, aos 29.
O clima era tão ruim que um lance que terminou a rede, com Estevão se livrando de quatro defensores, tabelando com Veiga e batendo na saída do goleiro, foi comemorado com timidez. Pois era claramente fruto de um lampejo individual.
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Palmeiras demonstrou coragem

O Palmeiras da segunda etapa também não foi um primor tático e técnico. Mas, ao menos, esbanjou coragem para buscar o resultado de que precisava.
Para além da coragem, se há outro aspecto a se ressaltar desse time é a paciência de manter seu jogo. Mesmo diante de um time com os dois blocos para trás da meia-lua, o Palmeiras seguiu abrindo o meio com tabelas e passes para fazer a bola chegar à ponta, de onde invariavelmente vinham cruzamentos.
No domingo, em Mirassol, além de vencer, o Palmeiras torce contra a Ponte Preta, que recebe o Red Bull Bragantino no Moisés Lucarelli. Pode vir a ser o primeiro grande baque do ano. Mas pode também ser o início de uma retomada. Tão inesperada quanto a vitória desta quarta.