O balanço corneteiro do Brasileirão 2014
Com o fim do Campeonato Brasileiro, é chegado o momento de fazer um balanço da temporada. E como chamamos torcedores a fazer o Guia Corneteiro do Brasileirão 2014, convidamos novamente para fazer uma análise – corneteira, claro – sobre o desempenho dos seus times. Afinal, o torcedor sempre tem críticas a fazer (mesmo quando as faz secretamente, longe de qualquer rival, para não dar munição ao adversário). Então, confira o que os torcedores falara sobre os seus times:
TEMA DA SEMANA: O Brasileirão 2014 acabou e falamos sobre o que ficou dele
Atlético Mineiro (5º)
Filipe Abreu, jornalista e torcedor do Galo
O que achou do desempenho do time?
Bom. É verdade que eu esperava um pouco mais, mas diante de tantos problemas, não dá pra reclamar. O Atlético trocou de técnico no começo do torneio e precisou de um tempo até engrenar com o Levir Culpi. Depois da Copa do Mundo, o time sofreu com muitas contusões. Na reta final do Brasileirão, perdeu alguns pontos porque poupou os titulares já que brigava pela Copa do Brasil.
O que diria do(s) técnico(s)?
Paulo Autuori era terrível. Eu tinha plena certeza de que o Atlético faria um campeonato sofrível. Levir Culpi foi uma surpresa agradável. Precisou de algum tempo até achar o time ideal e depois só cresceu. Algumas atitudes foram boas, como o fato de acabar com a concentração antes dos jogos em BH. Aprovado.
Quem foi o pior jogador?
Posso escolher dois? Jô e Emerson Conceição. O primeiro por causa da péssima fase. Não conseguiu fazer um golzinho sequer. Pior ainda: parecia perdido em campo, não estava no mesmo ritmo da equipe. Em relação ao Emerson Conceição, simplesmente não dá. Erros (e pontos desperdiçados) por causa dele.
Atlético Paranaense (8º)
Camila Batista, professora, torcedora do Furacão
O que achou do desempenho do time?
O Atlético fez um campeonato mais ou menos – pendendo para o menos. Como eu previ no começo do ano, a falta de planejamento e as apostas nas contratações formaram um elenco que chegou a animar os mais esperançosos, mas que logo revelou a fragilidade em algumas posições e a falta de qualidade para disputar algo grande. Depois da pausa para a Copa, ficou claro que o Atlético tentaria apenas garantir a permanência na Série A e não teria condições de almejar algo mais. Nada disso foi imprevisível: em 2014 o Furacão teve quatro técnicos: o fraquíssimo Miguel Ángel Portugal, o interino Leandro Ávila, o breve Doriva (treinou o time em apenas oito partidas) e Claudinei Oliveira. Como é possível disputar algo importante com tantas mudanças no comando? Mario Celso Petraglia disse ter esperado por um 2014 semelhante a 2013, quando o Furacão terminou o Brasileiro em terceiro e disputou a final da Copa do Brasil. Minha pergunta é: esperava mesmo, Petraglia? As medidas tomadas pelo clube ao longo do ano mostram que não. O Atlético terminou o campeonato em oitavo, a sete pontos do Troféu Sétimo Lugar. Nem isso conseguimos.
O que diria do(s) técnico(s)?
Como eu escrevi antes, nada menos que quatro pessoas comandaram o Furacão durante o Brasileiro. O espanhol Miguel Ángel Portugal, que treinou o time até o empate em 1 a 1 com a Chapecoense, era uma tragédia anunciada. Talvez pareça implicância minha, mas desde a curta participação do Atlético na Libertadores estava claro que Portugal não poderia estar no comando durante o Brasileiro – contratá-lo foi um erro, para começo de conversa. Após o pedido de demissão de Portugal, o interino Leandro Ávila juntou os cacos e fez um bom trabalho à medida do que era possível. Ávila também assumiu o time quando Doriva foi demitido, após uma curta participação de oito jogos (três vitórias, três derrotas e dois empates). Com Doriva o time não engrenou. Quando Claudinei Oliveira, assumiu, sua responsabilidade era pegar um elenco fraco, garantir a permanência na Série A e fazer um trabalho que confirmasse sua continuação no clube em 2015. Conseguiu, mas teve dificuldades. Não tenho certeza se Claudinei era a melhor escolha para o Atlético, mas ele conseguiu estabelecer um cenário estável para o time.
Quem foi o pior jogador?
A disputa pelo Troféu Perna de Pau no Furacão é acirrada. Meu voto vai para Cleberson, o rei das entregadas, que presenteou os adversários com muitos erros e alguns pênaltis burros. Porém, faço menções honrosas a Dráusio (mais um zagueiro), João Paulo e William Rocha.
Bahia (18º)
Luiz Fernando Sonde Mathias, advogado e torcedor do Tricolor de Aço
O que achou do desempenho do time?
Bem, considerando que o time não conseguiu fazer nem trinta e três vírgula três três três três por cento dos pontos que disputou e acabou indo parar na segunda divisão, eu acho que, de repente, sei lá, poderia ter sido melhor, né?
O que diria do(s) técnico(s)?
Qual deles?
Marquinhos “Boca Molenga” Santos: Não entendo por que Deus tinha que fazer isso com este humilde servo que vos escreve. O retrato do que um técnico NÃO deve ser: retranqueiro que não sabe armar contra-ataque nem treina bola parada defensiva, entope o time e a folha salarial clamando por medalhão inútil, escanteia os meninos da base e lhes queima nas entrevistas, nunca assume a culpa pelos fracassos. NENHUM jogador subiu de produção sob a batuta desse rapaz. Conseguiu anular até a divindade Ya Ya Talisca escalando-o na “centroavância”. Incrível como é tão bem falado por aqueles que só o acompanham à distância e torcem pra times diferentes dos que ele treina – se bem, que, olhando sob este viés, faz até sentido…
Gilson “Coerência” Kleina: O único técnico no mundo que faz quatro partidas horripilantes com um time, troca a escalação inteira no quinto jogo, o time joga bem, vence, e ele diz que tem de voltar à escalação anterior por “coerência”. É muita genialidade pra essa minha mente limitada – e os torneios de futebol, aparentemente – compreender.
Charles: Não merece maiores críticas. Apesar de escolhas horrorosas na escalação do time titular (Fahel, Rafael Ciranda, Henrique, Guilherme), pegou a casa já desmoronada. Ainda conseguiu arrancar suor dos jogadores, teve um aproveitamento superior aos de seus antecessores e chegou a dar esperança à torcida.
Quem foi o pior jogador?
Putz. Mais concorrido que vaga de estacionamento de shopping na semana do Natal. Vou logo fazer um filtro e excluir Marcelo LombRa e TiLti da lista, não pelo desempenho, mas porque tem contrato longo, aí vai que um diretor de futebol desavisado e com interesse nessas carniças está lendo meu texto…
Mas ainda sobra muita ruindade pra ser descascada. Guilerdo Santos, esse exemplo de garra, dedicação e responsabilidade, que possivelmente nunca fez um desarme na carreira, merece menção honrosa. Fahel é hors concours – ói que termo sofisticado eu arranjei pra lhe chamar de ruim, seu horrível. Temos também o “craque” Uelliton, que a torcida carinhosamente apelidou de Free Uelliton, em homenagem ao notório mamífero aquático que alegrava as Sessões da Tarde nos idos dos anos 1990. Léo Gago, patrocinador das causas impossíveis: me fez sentir saudade de Diones. Incumbido da armação – sobretudo de contusões imaginárias –, Emanuel Biancucchi é talvez o jogador mais lerdo a já adentrar um gramado de Séria A; já seu irmão Maxi Goiabinha tem o diferencial de custar dez vezes mais, mas a semelhança de ser ruim igualzinho. E, pra fechar um grande time, que caiu pra segundona apenas em razão desses ACASOS dos quais é feito o futebol – e, por que não?, a própria vida –, temos o tri rebaixado Henrique Caixeta, o rapaz que só mete gol na pequena área, e somente se não houver absolutamente nada entre ele e as redes.
Botafogo (19º)
Bruno Santos, assistente administrativo e torcedor do Fogão
O que achou do desempenho do time?
Bem, a primeira pergunta é a mais fácil de todas: O time foi rebaixado, então não tem como gostar do desempenho do time né? Mas o que mais impressionou foi a falta de recursos. Não criava nada, fazia pouquíssimos gols, não assustava ninguém, horrível demais. Defensivamente era um desastre, apesar de em alguns jogos ainda fazer uma boa marcação, mas era só tomar um gol que desabava. Terrível.
O que diria do(s) técnico(s)?
Tenho sentimentos dúbios com o Mancini (que ficou do começo ao fim). Fez um belo trabalho com o Atlético Paranaense no ano passado, então dava pra ter uma esperança. Mas em alguns momentos ele se mostrava muito fraco: só fazia as mesmas substituições, escolhia mal os jogadores que iam entrar e mesmo com o barco afundando insistia em umas formações que já tinham se provado ineficientes, como usar 3 atacantes, nenhum meia e deixar o Zeballos no banco. Apesar de não estar no melhor de sua forma técnica, o paraguaio ainda assim era melhor que 90% dos caras que estavam jogando.
Quem foi o pior jogador?
E por fim, escolher o pior jogador é uma tarefa difícil, quase impossível, mas vou votar no Jóbson não por ter sido tão ruim assim, mas pela esperança que era depositada nele. Esperavam um cara ao menos que desse trabalho para os adversários, mas não foi isso que se viu em campo. Obviamente não podemos colocar tudo nas costas dele, já que estava há muito tempo sem jogar e tal, mas a decepção foi grande porque ele não fez nem 10% do que esperávamos.
Chapecoense (15º)
Leandro Coradi, autor do blog Gol da Chape e, claro, torcedor da Chape
O que achou do desempenho do time?
Então, não foi grande coisa a campanha não, conseguimos ser pior do que o Figueirense então considero meio pífia a campanha. Tirando essa detalhe, considero que o time com a menor estrutura do campeonato conseguiu deixar sua marca, fazendo 5 a 0 no tal dos vermelhinhos do sul, 4 a 1 no ex-time da Unimed e ganhamos do São Paulo fora de casa. Considero isso como um dos grandes feitos, somente não é o maior pois conseguimos nos manter no campeonato com duas rodadas de antecedência, todo mundo sabia que com a verba que a Chape teria lutaria até o final para fazer a pontuação para não cair, então, objetivo conquistado. Ano que vem lutar pela vaga na Libertadores.
O que diria do(s) técnico(s)?
Os técnicos foram uma coisa a parte, o Teimoso do Dal Pozzo com sua teimosia deixou o time na zona e depois o fez o mesmo com o time do sul do estado, mostrando que é técnico para série B. O Jorginho veio, no começo mudou a equipe, fez o time jogar algumas partidas boas, mas depois colocou sua filosofia para a qual o time da Chape não foi montado e ocasionou na sua demissão. O Celsão merece todos os méritos da permanência da Chape. Na primeira vez que assumiu ganhou do Palmeiras, do São Paulo, fez o time jogar por ter a confiança do grupo, saindo para a entrada do Jorginho, assumiu novamente a bronca mantendo a Chape na elite e fazendo o mesmo jogar um bom futebol novamente.
Quem foi o pior jogador?
Considero dois jogadores: o Fabinho Alves que somente sabia correr e cair nada mais do que isso, e o Neuton (apelidado por alguns torcedores de Deuston) que não mostrou para o que veio. Ou melhor: mostrou que veio para ser o ídolo negativo da Chape, sendo assim fico com os dois como o “pior” jogador.
Corinthians (4º)
Leonardo Sacco, editor de notícias do Yahoo e corinthiano
O que achou do desempenho do time?
Vamos considerar que o Corinthians foi um time quase. Quase legal de assistir, porque ou era um time que não sabia defender ou que abdicava de qualquer posse ofensiva para não tomar gols e se gabar disso como se valesse título. Gastamos os tubos e não conseguimos absolutamente nenhum título. Isso não fosse o bastante, ainda tenho que marcar um gastro porque eu devo ter um úlcera do tamanho do Parque São Jorge por conta dos inúmeros jogos perdidos contra times piores, além de várias presenças de Ferrugem e Guilherme Andrade. Resumindo, que em 2015 o Brasileirão seja composto apenas por times grandes, aí seremos campeões invictos.
O que diria do(s) técnico(s)?
Ah, Mano Menezes… O que é tomar cinco gols de um rival quando se está montando o time, não é? Ou então cair na primeira fase de um Paulistão feito para os grandes não serem eliminados? Ah, espera, é o time sendo montado, né? Mas tudo bem, tem o Brasileiro! Ih, quanto time pequeno, que não dá pra jogar na retranca. Mas tem a parada da Copa, os reforços! Agora sim, agosto é hora de montar o time. Já que o Brasileirão já era, vamos de Copa do Brasil. Ah não, o Galo cantou pra acordar a gente desse… Pesadelo. Vai embora logo, pelo amor de Sócrates. E tenta nunca mais passar no Parque São Jorge. Ou melhor, na Zona Leste. Ou melhor, em São Paulo (mentira, desejo você e o Guilherme Andrade aos rivais)
Quem foi o pior jogador?
Eu estava de férias do futebol e não merecia que meu estômago ficasse doendo novamente, mas vamos lá. Podia ser o Ferrugem, símbolo do que é o futebol hoje: deu um drible e já acharam gênio. Ou o Romero, que deu um carrinho e já acharam que era o novo Neto. Ou o Felipe, que desafia as leis da física ao atrair gols adversários mais do que o Palmeiras atrai crise. Mas não, vou eleger aquele jogador que nunca deveria ser jogador. Porque já vi jogador que não sabe chutar ou que não sabe passar e até que não sabe o que faz dentro de campo. Mas um que alia tudo isso a não saber andar? Parabéns, Guilherme Andrade, você é ótimo na arte de ser péssimo. Espero que seu contrato esteja acabando (mas sei que no fim em 2083 você ainda vai pertencer ao Corinthians, quando estiver tropeçando no andador ao invés da bola).
Coritiba (14º)
Rodrigo Salvador, matemático industrial e torcedor do Coxa
O que achou do desempenho do time?
Por mais bizarro que pareça, eu saio satisfeito. Porque o time do Roth, que foi parar na lanterna, não era o melhor que o Coxa tinha pra escalar. Pelo contrário, tinha exatamente o que eu pedi pra não ter lá na resposta do Guia Corneteiro antes do campeonato. Depois que o Marquinhos chegou, o Coxa jogou o que podia, até mais. Terminar com a sexta campanha do segundo turno, pra mim, valeu bastante.
O que diria do(s) técnico(s)?
Foram dois. Roth veio pra Curitiba passear no parque Barigui e culpar as capivaras porque o time era ruim. Demorou pra ir embora, mas demorou MUITO. Marquinhos é outro nível. O cara gosta do Coxa, gosta de futebol, é um puta profissional. Sou fã, pode ficar pra sempre aqui (beijo, Eurico).
Quem foi o pior jogador?
O pior foi o Roth, mas sem sombra de dúvida. Dentro de campo, eu confesso que o Baraka me enganou na Ponte. Fica o convite pra voltar pra lá. Ou pro Mortal Kombat.
Criciúma (20º)
Eduardo Madeira Júnior, jornalista e torcedor do Tigre
O que achou do desempenho do time?
Para o desempenho do Criciúma ser pior do que foi, teria que melhorar bastante. Futebol mais feio que a cara do Tevez gemendo de dor e diretoria tão organizada quanto um quarto de um guri arteiro de seis anos.
O que diria do(s) técnico(s)?
Foram tantos técnicos que daria para escrever uma bíblia se eu fosse falar individualmente de cada um. Fiquei com a impressão de que passaram mais técnicos do que jogadores pelo clube.
Quem foi o pior jogador?
João Vitor. O que dizer de um cara que consegue ser o recordista de cartões amarelos do campeonato pelo segundo ano seguido? Ah, não podemos nos esquecer que o rebaixamento deste ano foi o quinto da carreira dele. Sim, o quinto, e ele tem 26 anos. Fede a rebaixamento.
Cruzeiro (1º)
Guilherme Soares, economista e torcedor da raposa
Também não nos respondeu, provavelmente porque não achou tanta coisa assim para cornetar (mas sempre há, sempre).
Figueirense (13º)
Rafael Silveira, empresário e torcedor do figueira
Infelizmente, o corneteiro não foi encontrado pela reportagem. Alô, Rafael, fale com a gente!
Flamengo (10º)
Arthur Chrispin, gerente de operações logísticas e torcedor rubro-negro
O que achou do desempenho do time?
Os cinco estágios do ano flamenguista:
Negação: Vai melhorar, o time tá ruim, Jayme vai dar jeito…
[mandam Jayme embora]Raiva: Ney Franco, miseravel, cara burro, assim não é possível, que cara medíocre, porra…
[Ney Franco vai embora]Negociação: E agora, o que vamos pensar deste ano? Estamos em último, o bicho vai pegar. Luxa? Sério? Luxemburgo?!
[Chega Lux Luxa]Depressão: E agora, vamos lutar pelo décimo-quarto lugar? É pra isso que torcemos pro Flamengo? Não é possível. Assim não dá. VOLTA, ZICO!
[Lux Luxa começa a dar jeito no time]Aceitação: DEIXOU CHEGAR, HEIN? Opa, o que? Acabou o campeonato? Mas pera, volta, campeonato! Décimo lugar?
O que diria do(s) técnico(s)?
Jayme foi medíocre, na acepção clara da palavra; Ney Franco foi um desastre, pior técnico do Flamengo no século XXI, e olha que a concorrência é grande. E Luxemburgo foi redentor, fazendo um projeto tão bom que eu votaria nele para o CREA se ele fosse engenheiro – e eu também.
Quem foi o pior jogador?
ANDRE SANTOS, SEU ESPIRITO SEM LUZ, BOLSONARO DA BOLA, ZUMBI DO MATO, MILITANTE DE PROTESTO DAS LINHAS DE NAZCA, GUARDIÃO DO PORTAL DAS TREVAS
[P.S.: Não vou citar o Arthur porque ele tinha plano de sócio-torcedor para assistir aos jogos dentro de campo. Nulo]Fluminense (6º)
Fabio Balassiano, jornalista e torcedor tricolor
O que achou do desempenho do time?
Dentro da mediocridade do elenco, da falta de tesão da maioria dos atletas e do rebaixamento (técnico) em 2013 não dava para esperar muito mais do que foi feito. Seria imbecil da minha parte achar que jogar a Libertadores em 2015 era possível. Não passou aperto lá embaixo, então acaba que ficou justo pela confusão que foi este ano no Fluminense (a recente saída da Unimed se arrastou o ano todo). Houve um pequeno momento que o time jogou bom futebol, mas durou tão pouco que não dá nem pra levar em consideração.
Criou-se em algum lugar do país que o Flu tinha um ÓTIMO elenco. Quero saber quem inventou isso para tomar satisfações. Quem conhece o grupo e vê os jogos sabe que são atletas de técnica limitada, comportamento abaixo da crítica, tesão 0 e fundamentos básicos do futebol sofríveis. Para quem tinha um atacante com 420kg tentando jogar você imagina o sufoco. Isso sem falar, claro, no “líder” Fred, que se poupou para a Copa e pedia aumento de seus “diminutos” vencimentos de quase um milhão por mês no primeiro semestre e no segundo lembrou que a relação com o clube era importante depois do mico que pagou com toda a seleção no mundial. Aí você vê que não ter caído de divisão foi um milagre.
O que diria do(s) técnico(s)?
Cristóvão é fraquíssimo. Começou bem o ano, com ideias novas e entrevistas ótimas. Mas logo depois caiu na vala comum, na arrogância da maioria dos técnicos e na falta de visão do que acontece em campo. Substituir o Cicero em quase todos os jogos é um exemplo disso. Manter dois jogadores com físico tenebroso (Walter e Fred) juntos no ataque, outro. Insistir com improvisos nas laterais, outro. Foi um péssimo trabalho depois de um começo auspicioso. Na maioria dos momentos finais parecia perdido e sem saber o que fazer.
Quem foi o pior jogador?
Olha, poderia votar no Carlinhos, que terminou o ano sem acertar um cruzamento Sequer. Aos amigos de SP, Meus sinceros sentimentos pela aquisição. Deveria, talvez, colocar o zagueiro Fabricio aqui. Pinta de galã, mas de seus pés só saem lances feios de doer. Mas o pior de todo time mesmo foi o DIGUINHO, obviamente.
Pelo simples motivo que ele entrou em campo. Ele entra em campo e seu voto como pior da peleja já está computado. É como entrar em churrascaria e não pedir carne. Você vai pedir. Com o Diguinho é igual. Ele vai entrar em campo, vai fazer 455 faltas na entrada da área e será o pior ser humano a pisar em campo (incluindo o árbitro). O voto é computado automaticamente, não é preciso pensar muito.
É inadmissível que uma pessoa que não acerta um passe há cinco anos seja jogador profissional de futebol em um país como o Brasil. Não há como não votar nele.
Goiás (12º)
Thiago Arantes, jornalista e torcedor esmeraldino
O que achou do desempenho do time?
Espetacular! O Goiás entrou no campeonato para ganhar 46 pontos e ser o 16o; terminou em 12o com 47 pontos. Sem dúvidas foi o campeão moral e merecia uma vaga na Libertadores. Entrando direto nas quartas de final.
O que diria do(s) técnico(s)?
A intenção por aqui é cornetar, eu sei. Mas o que o que ele fez neste ano é pra ganhar o prêmio da Fifa. Simeone não faria melhor. Era um dos piores times do Goiás em todos os tempos. E se salvou do rebaixamento tranquilamente. Vida longa a Drubsky Heynckes!
Quem foi o pior jogador?
Assuério. Por quê? Porque eu falei pra ele, em 2010, pra mudar o nome pra Dagoberto (ele é igual o Dagoberto!). Ele não mudou. O futebol dele, também não. (Menção honrosa para uma parte da torcida, que se fartou de fazer merdas e tirou mandos de campo do time).
Grêmio (7º)
André Pase, jornalista, professor da PUC-RS e torcedor gremista
O que achou do desempenho do time?
Enganador. Quando parecia que o time iria fazer algo, que ficaria com pelo menos uma vaga para a Libertadores, mostrou sua verdadeira face e tremeu. Basta lembrar do jogo contra o Cruzeiro, quando faltou fôlego, e da derrota tenebrosa para o Bahia. Para completar, terminou o campeonato correndo atrás do placar contra um time que está recuperando Anderson Pico.
O que diria do(s) técnico(s)?
Enderson Moreira foi uma aposta… e apostas podem dar errado. Ele não entendeu mesmo o espírito do Gre-Nal, não mostrou energia e insistiu com Werley (espero que o pessoal do Santos e do San Lorenzo mande pelo menos um presente de Natal para ele depois dos mimos recebidos nos jogos). Ter calma é uma coisa, mas reagir com um NORMAL quando o momento pede pulso mostra que ainda tem muita estrada pela frente até um grande título.
Felipão pegou o trem andando e pelo menos ganhou o Gre-Nal – o problema foi que isso causou uma ilusão no time e na torcida. Verdade seja dita, terminou o ano devolvendo o fiasco que quebrou o time no ano todo, mas foi muito pouco para um time como o Grêmio. O tricolor cada vez mais parece o Boston Red Sox nas décadas da seca, vive do passado enquanto os rivais evoluem e não ganha nada.
Quem foi o pior jogador?
Como Werley foi sacado na volta de Felipão, deixa seu título para a decepção Luan. O guri apareceu como a revelação do ano e terminou escondido, irritando a torcida. Assim como Enderson Moreira, uma aposta que não deu certo. Leva uma bônus track.
Internacional (3º)
Alexandre Perin, Analista de TI e torcedor colorado
O que achou do desempenho do time?
O corneteiro-master aqui confessa que se surpreendeu com o terceiro lugar. As deficiências ofensivas e defensivas se comprovaram: a zaga e o goleiro titular (depois barrado) falharam o tempo todo e os 3 centroavantes (Rafael Moura, Wellington Paulista e Nilmar) só fizeram 13 gols. Juntos. Porém os meias e os laterais compensaram muito e fizeram a diferença. Mas o maior fator foi o retorno ao Beira-Rio: 5º melhor campanha do Inter como mandante em todos os tempos.
O que diria do(s) técnico(s)?
Ahhh, Abelão. Como eu te amo e como te odeio. Te amo pela coragem de sempre lutar até o fim, “ir pra dentro deles”. Mas odeio teu bruxismo, as dezenas de rodadas com Dida, Paulão, JH, RM falhando, a incapacidade de colocar a gurizada para jogar. Talvez você ganhe mais um tempo em 2015. Talvez não. Mas obrigado por tudo, sempre!
Quem foi o pior jogador?
Essa é fácil. Ou não. Teve o Gilberto, ruim em todos os fundamentos. Teve o Alan Ruschel, que fez Fabrício se tornar incontestável. Teve o Rafael Moura que fez 1 gol em 15 jogos. Teve o Wellington Paulista, que ficou 25 jogos sem fazer gol. E é centroavante. Mas, o símbolo do ano ruim é Ygor: foi mal em TODOS os jogos e substituído em quase todos os jogos da temporada por insuficiência técnica. Então esse é o meu escolhido.
Palmeiras (16º)
Fernando Vives, editor de esportes do Yahoo e torcedor palmeirense
O que achou do desempenho do time?
Uma desgraça, já na margem de erro pra hecatombe. O Centenário do Palmeiras foi uma obra de Stephen King adaptada por Paulo Nobre.
O que diria do(s) técnico(s)?
Gilson Kleina foi um coitado. Gente boa, deu conta da Série B e não era de todo tosco, porém não é técnico nível A nem que aguente o microondas de angústias que é dirigir o Palmeiras. Ricardo Gareca, por sua vez, teve culpa na fase ladeira-abaixo na tabela do Brasileiro. Tinha um time horroroso em mãos e o fez jogar no ataque, gerando derrota atrás de derrota. Aí veio Dorival Júnior, que notou esse erro básico e conseguiu estancar a sangria por um momento. Contudo, aparentemente perdeu o vestiário e gaguejou das ideias em situações de aperto. Incapaz de coordenar uma jogada ensaiada na defesa (inclusive o gol do Atlético-PR, que quase rebaixou o Palmeiras, foi exemplo icônico disso). Mas minimizo a ação dos três, nem Telê Santana faria uma caipirinha com esses limões.
Quem foi o pior jogador?
Wesley Virilha Assada (se achar muito ofensivo, use Wesley Desmotivação). Contratação mais cara da história do Palmeiras. é símbolo da desgraça do Centenário pela falta de tesão em campo. Só jogou bem no amistoso contra a Fiorentina (havia empresários europeus acompanhando o jogo). Acertou com o São Paulo e a torcida comemorou.
Santos (9º)
Lucas Sposito, jornalista e torcedor santista
O que achou do desempenho do time?
Típico do Santos. Dá esperanças à torcida de que vai morder uma vaga na Libertadores, mas no fim, acaba com o tradicional troféu de nono colocado. O time mostrou alguma evolução com a afirmação de alguns jovens (principalmente com Lucas Lima, que carregou a criação nas costas). Mas acabou esbarrando na falta de qualidade do elenco, da qual eu já tinha falado no Guia Corneteiro. Entra ano, sai ano e a defesa do time segue sendo comprometedora para a temporada.
O que diria do(s) técnico(s)?
Oswaldo não fez um trabalho ruim, tanto é que ninguém entendeu muito bem a sua saída. Ele usou o futebol ofensivo, que costuma ser exigência da torcida. Mas como já é de praxe toda diretoria brasileira, demitiram o cara. Pelo menos acertaram no substituto. Enderson foi um pouco melhor, principalmente nas escolhas do time titular e lançando alguns moleques que deram certo. Não acho que nenhum deles tem grande culpa pelo fracasso do ano. São técnicos medianos com um elenco mediano.
Quem foi o pior jogador?
Difícil escolher. Mas somando a ausência de habilidade com a falta de inteligência, fico com Cicinho. O Damião sempre vai ser lembrado. Mas a culpa não é dele, e sim de quem o contratou.
São Paulo (2º)
Fernando Graziani, jornalista e torcedor são-paulino
O que achou do desempenho do time?
Que só a corneta salva nós sabemos, tanto que me considero com a missão cumprida porque colaborei para evitar o rebaixamento do São Paulo e ajudar o time rumo ao vice-campeonato diante de um claro favoritismo para cair. O segundo lugar e nada é quase a mesma coisa, mas mostra que o nível do futebol brasileiro está baixo demais e pelo menos não teremos Série B pela frente. Importante, claro: ganhamos a chance de sermos eliminados mais uma vez por um brasileiro na Libertadores sob o comando de Muricy.
O desempenho na Série A foi sofrível e basta uma conta rápida. O time, depois de gloriosas eliminações para Penapolense e Bragantino em 2014, não foi campeão brasileiro porque foi incapaz de vencer Coritiba e Chapecoense. Em 12 pontos contra esses dois esquadrões o São Paulo conseguiu somar dois. E ainda tem gente que chama de time de guerreiros. Tivesse o Valdivia sem dúvida a história seria bem diferente e hoje o hepta era realidade.
O que diria do(s) técnico(s)?
Muricy, como esperado, pouco fez pelo time. O sistema defensivo não funcionou quando efetivamente era necessário e se os jogadores ofensivos tivessem conversado entre si daria na mesma.
Quem foi o pior jogador?
O mais desastroso desempenho entre os jogadore do São Paulo foi do lateral Alvaro Pereira. O poder de destruição dele é impressionante. Com cartões amarelos, vermelhos, coberturas falhas, ajuda nenhuma ao ataque e carrinhos sem noção em qualquer parte do gramado, o uruguaio colaborou muito para mais um ano de fracassos, com o grande número de zero títulos conquistados pelo clube.
Sport (11º)
Thiago Bessa Benevides, jornalista e torcedor do Leão
O que achou do desempenho do time?
O Sport me decepcionou em alguns aspectos nesse Brasileirão. Esperava bem mais do time. No ataque, com apenas 36 gols, só foi melhor que Criciúma, Botafogo, Bahia e Palmeiras. O Leão tomou 46 gols e tem a sétima pior defesa do campeonato. O Grêmio também só fez 36 gols, mas levou apenas 24. Então, muitos criticaram apenas o ataque do Sport, esquecendo-se que a defesa também não foi bem. Foi uma campanha muito irregular. Mas a decepção maior foi com a diretoria. Dos cartolas é que eu esperava bem mais. Como disse no Guia Corneteiro, antes do início do Brasileirão, classificar-se para a Sul-Americana 2015 seria uma obrigação e quase que nossos dirigentes conseguem deixar o Sport fora dessa competição, com a inércia e a incompetência administrativa quem tem.
Todos viram que precisávamos de atacantes decisivos, goleadores e de um meia de qualidade, além de um bom zagueiro para compor com Durval uma boa dupla e os caras vacilaram e não contrataram. Viram que Neto Baiano fez corpo mole quando teve seu pedido de aumento salarial negado, após a chegada de Diego Souza, e o mantiveram no time. Assim como mantém o inoperante Felipe Azevedo. Tivemos muitos problemas de contusões em jogadores importantes para o elenco a exemplo de Anderson Pedra, Rodrigo Mancha e Éwerton Pascoa, que prejudicaram bastante o time, é verdade. Só quando Mancha e Pascoa voltaram a atuar e finalmente Neto Baiano foi afastado, com nosso treinador, Eduardo Baptista, mostrando que tem uma estrela muito forte, revelando esse menino fantástico que é Joelinton, foi que o Sport engrenou novamente, jogando bem melhor até do que no início do campeonato e voltamos a vencer.
O Sport tem uma torcida fantástica, tem uma boa estrutura e muito potencial para crescer economicamente, portanto tem nível para chegar bem mais longe do que chegou até aqui em campeonatos brasileiros. Falta-nos mais profissionalismo entre os dirigentes, planejamento estratégico e atitude para brigarmos sempre por títulos nacionais. Às vezes, fico pensando que não acontece porque, assim como na política, o sistema só permite os gigantes terem espaço no topo.
O que diria do(s) técnico(s)?
Eduardo Baptista é um profissional extraordinário. Qualificado, visionário, sensível e, sobretudo, um ótimo caráter. Perdeu-se um pouco em alguns momentos quando sentiu a pressão que é comandar um time de uma massa exigente como é o Sport e aí foi um pouco arrogante em algumas respostas à imprensa e até à parte mais insana e excessivamente crítica da torcida. Mas ele pensa em tudo, está sempre atento e com o plano B e C para todas as situações que se apresentam no elenco. Enfim, é um excelente treinador e, com a experiência, vai ser ainda um dos melhores do futebol brasileiro, sem a menor dúvida.
A revelação desse enorme talento como técnico de futebol foi uma das bafejadas da sorte que tivemos esse ano na Ilha do Retiro. Outra grande sorte que a Nação leonina teve em 2014 foi a revelação do esquema mafioso que estava envolvida a empresa que seria a parceira na construção da nossa arena (não vale a pena citar o nome da dita cuja). Isso enfraqueceu os mafiosos que temos em nossas hostes e queriam fazer o negócio com essa empresa, fortaleceu os nossos conselheiros e sócios que são do bem, éticos e honestos e deixou todos em alerta para que venhamos a tomar o melhor caminho para o Sport nessa questão da arena.
Quem foi o pior jogador?
O pior jogador do Sport, há cerca de três anos, é Felipe Azevedo. Esse rapaz não tem nível para vestir a camisa do Leão. Não entendo – assim como grande parte da torcida – como ele consegue ainda permanecer no nosso Sport. O empresário de Felipe Azevedo deve ser amigo de Bill Gates, Carlos Slim e Amâncio Ortega. Não me surpreenderei se ano que vem ele for jogar no Barcelona.
Vitória (17º)
Marcio Saraiva Melo, analista de sistemas e torcedor rubro-negro
O que achou do desempenho do time?
Os prognósticos antes do início do Brasileirão era muito ruins mas quem diria que o Vitória poderia surpreender a sua torcida e ser ainda pior do que esperávamos? O problema antes era defensivo e com as novas contratações arrumamos mais problemas no meio campo e até no ataque. Não fizemos sequer uma única partida aguerrida e boa em todo o campeonato. O pior foi ver o time caindo e os jogadores sem nenhuma garra. Pela quarta vez estávamos dependendo de vencer em casa um time já sem objetivos no campeonato e (mais uma vez) perdemos e fomos rebaixados. Em quatro jogos, bastariam três pontos de 12 disputados, conseguimos um. Foi uma queda melancólica e deprimente, quem via o time jogando as últimas partidas poderia pensar que estávamos já com o título da série A na mão conquistado com rodadas de antecedência.
O que diria do técnico?
Falar o que do Ney Franco? Abandonou o time após um péssimo início de temporada, quase rebaixa o Flamengo e volta pro Vitória pra terminar o serviço. Pior é ver jogos em que precisávamos do resultado positivo e ele substituía aos 48 do segundo tempo. Inacreditável. Já vai tarde Ney.
Quem foi o pior jogador?
Sempre tive a certeza que o pior jogador seria o Mansur na lateral esquerda, mas quem diria, nas últimas partidas Juan estava tão ruim que Mansur era requisitado. O time que iniciou o campeonato era péssimo, mas quem imaginaria que a torcida rubro-negra baiana não ganharia uma surpresa chamada Marcinho (nunca vi alguém chamado Marcio prestar pro futebol hehehe)? Inoperante, ultrapassado e pior, saia sempre rindo e dizendo que a equipe tinha jogado muito. Devia tomar banho com óleo de peroba pra ter essa cara de pau. Poderia facilmente escolher uns 20 piores jogadores, mas vamos deixar algumas lembranças como Roger Carvalho arquivadas na nossa mente.
VEJA AS OUTRAS MATÉRIAS DO TEMA DA SEMANA:
–
– Os 10 jogadores que mais se valorizaram
–