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Maestro discreto, Renato Augusto foi a estrela que definiu a goleada do Corinthians

Mauro Cezar Pereira escreveu recentemente em seu blog sobre o trabalho de Renato Augusto no Corinthians que lidera o Campeonato Brasileiro. O jornalista destacou como o meio-campista lidera a disputa pela tradicional Bola de Ouro da Revista Placar, troféu dado pela publicação ao melhor jogador do Brasileirão, mesmo sem ser um atleta dos mais definidores. Maestro discreto, desta vez o camisa 8 do Alvinegro tomou para si o protagonismo de mais uma boa atuação coletiva da equipe de Tite. A vítima foi o Atlético Paranaense, que mesmo jogando em casa acabou derrotado por 4 a 1.

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Entre as qualidades necessárias para marcar um gol, saber se posicionar é uma delas. Em outras partidas, Renato Augusto já demonstrou que costuma buscar se apresentar livre na segunda trave para completar algum cruzamento e tentar a finalização. A tática, que quase resultou em um gol no duelo de quinta-feira contra o Goiás, funcionou desta vez. Após cobrança de escanteio e desvio de cabeça de Gil, o camisa 8 apareceu para completar para as redes e fazer 1 a 0 aos 17 minutos.

Como destacado por Mauro Cezar Pereira, buscar o jogo no campo de defesa corintiano e fazer a transição para o ataque está no leque de funções de Renato Augusto, e isso ficou bastante evidente no segundo gol corintiano. O camisa 8 sai jogando com Guilherme Arana, que passa para Malcom. Antes mesmo de a bola chegar, o garoto já vê a aproximação do meio-campista. Renato então vê a brecha entre os marcadores do Atlético Paranaense para lançar Vagner Love em profundidade, e o camisa 99 bate no ângulo de Weverton para ampliar para 2 a 0.

Adiantar a marcação no meio de campo e pressionar a saída de bola dos adversários é outra característica de Renato Augusto sob o comando de Tite, e ao lado de Elias, a tática funcionou bem no final do primeiro tempo. A desatenção do Furacão não foi perdoada pelo camisa 7, que tomou a bola e tabelou com o camisa 8 antes de servi-lo para fazer o 3 a 0.

Atordoado pelo futebol prático e rápido do Corinthians no primeiro tempo, Walter falava em “vergonha” na saída para o intervalo, e a postura do Furacão na volta foi mesmo de quem queria compensar o início apagado. A pressão dos minutos iniciais rendeu resultados ao time da casa, que diminuiu com Bruno Mota, completando cruzamento de Eduardo pela direita. A reação do Atlético, no entanto, foi freada pouco tempo depois, com Vagner Love, em posição de impedimento, completando jogada de bola parada levantada na área e desviada por Ralf para fazer 4 a 1 e fechar o placar.

Grande destaque do duelo, Renato Augusto foi substituído por Tite a 15 minutos do fim, dando lugar a Rodriguinho. A alteração, além de dar ao reserva a chance de prolongar uma sequência de boas atuações, foi uma espécie de descanso a Renato, que, embora não tenha atuado pela Seleção na data Fifa, viajou com a delegação e retornou já como titular ao Corinthians, no meio da semana. Além disso, garantiu ao meio-campista a chance de ser aplaudido pelo torcedor corintiano presente na Arena da Baixada.

Renato Augusto divide com Jadson as opiniões de jornalistas e torcedores sobre quem é o melhor em um time que se destaca pelo jogo coletivo. Mais incisivo, artilheiro do time no Brasileirão e líder geral no ranking de assistentes na competição, o camisa 10 é muito mais definidor que o camisa 8 – que, com a participação nos três primeiros gols deste domingo, chegou a cinco tentos no campeonato e a quatro assistências, contra 12 tentos e 10 passes decisivos de Jadson.

Apesar de evidenciado pelos lances plásticos, como as canetas que distribui frequentemente, Renato Augusto também faz muito o trabalho de organizar o meio de campo e a saída de jogo do Corinthians, e aí está maior parte de sua importância para o sucesso do time no Brasileirão, mesmo que isso não influencie tão diretamente nos gols. Desta vez, foi o protagonista óbvio de um triunfo convincente. Uma atuação para os defensores do camisa 8 como o melhor do campeonato colocarem em sua (extensa) lista de argumentos.

Foto de Leo Escudeiro

Leo Escudeiro

Apaixonado pela estética em torno do futebol tanto quanto pelo esporte em si. Formado em jornalismo pela Cásper Líbero, com pós-graduação em futebol pela Universidade Trivela (alerta de piada, não temos curso). Respeita o passado do esporte, mas quer é saber do futuro (“interesse eterno pelo futebol moderno!”).
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