Ápice da carreira e desejo de ver um jogo na torcida: a paixão de Luvannor pelo Cruzeiro
Atacante brasileiro-moldavo foi peça importante no título celeste da Série B de 2022 e seu carisma conquistou a Nação Azul
Luvannor Henrique, um nome que ficou marcado na memória de todo cruzeirense. O atacante brasileiro-moldavo, hoje com 34 anos, chegou à Toca da Raposa em 2022, ainda desconhecido, mas tornou-se rapidamente o “Luva do Cruzeiro”, sendo peça importante no título da Série B, que marcou a retomada celeste rumo ao protagonismo no futebol nacional.
O jogador assinou com o Cruzeiro no decorrer da temporada 2022 e disputou 31 partidas com a camisa estrelada, marcando sete gols, alguns muito importantes, e dando duas assistências.
Além do bom desempenho em campo, Luvannor se tornou uma figura muito querida dentro da torcida celeste por seu jeito simpático e carisma, características que puderam ser comprovadas no papo que o atacante teve com a Trivela.
O atacante falou sobre seu momento atual, relembrou histórias do seu tempo de Cruzeiro e revelou um desejo relacionado à Nação Azul. Afinal, “se o torcedor do Cruzeiro está feliz, o Luva está feliz”.
Luvannor como torcedor do Cruzeiro
— O que eu vivi no Cruzeiro foi surreal. Não se compara a nada que vivi em outro clube — Luvannor Henrique, atacante.
Luva se mostrou feliz com o momento da Raposa, que disputará a final da Copa Sul-Americana no próximo dia 23. O atacante garantiu que não perderá a transmissão.
— Eu acompanho o Cruzeiro, o dia todo aqui a TV fica ligada em canais de esporte, também acompanho pelo Twitter. Converso também com o Zé Ivaldo. A expectativa é a gente se sagrar campeão.
— Com certeza vou acompanhar o jogo. Vai ser de tarde aí no Brasil, então aqui serão umas 23h, meia-noite. Mesmo se for 2h, 3h, esse jogo não vou perder não. Já assisti outros jogos às três da manhã, não é esse que vou perder — prometeu o jogador.
Durante o papo, Luvannor revelou um desejo inusitado: assistir um jogo em meio a torcida do Cruzeiro. Segundo ele, em breve estará em Belo Horizonte e gostaria de passar pela experiência.
— Se eu puder e receber o convite, com certeza é um desejo. Planejo ir agora ao Brasil, tenho amigos em BH e vou para a cidade numa data que tiver jogo, pra eu voltar ao Mineirão. Estar ali, ver a torcida de perto de novo, com certeza será uma energia muito boa e trará boas lembranças para mim. Eu adoraria estar no meio da torcida. Minha vontade quando fiz o gol contra o CSA era pular no meio da torcida — projeto Luvannor.
União do elenco foi fator primordial em 2022
Luvannor relembrou a campanha vitoriosa de 2022, afirmando que a união daquele grupo foi o “craque do time” naquela temporada. Segundo ele, não havia vaidades entre os atletas e as várias mudanças promovidas pelo treinador Paulo Pezzolano, que não resultaram em quedas de rendimento, comprovam isso.
— Eu tenho muito orgulho de ter estado naquele grupo. Nós ficamos amigos, converso com quase todos até hoje, mantemos um grupo. O Pezzolano até falava que o forte do grupo era o coletivo, a união, que não tinha um craque. Estávamos juntos dentro e fora do clube, saímos para tomar café, jantar, em família.
— Teve uma época que fomos todos juntos para o show do Gusttavo Lima em Sete Lagoas. Alugamos uma van e foi uma galerona, com as esposas. Elas sempre procuravam estar juntas. Depois dos treinos tomávamos açaí, fazíamos piquenique — relembrou o atacante.
Ele também elogiou e fez votos pelo sucesso de Pedro Lourenço, o Pedrinho BH, novo dono da SAF do Cruzeiro.
— No meu último jogo pelo Cruzeiro, contra o CSA, eu conheci ele, ficamos de resenha. Ele que patrocinava os “bichos” para nós. É uma pessoa humilde, simples, atenciosa, conversa com todos. Fiquei feliz dele assumir pelo bem do Cruzeiro, continuando o bom trabalho da equipe do Ronaldo — apontou Luvannor.
A ligação caiu … e o Cruzeirao foi Campeão ?? pic.twitter.com/re0ADEog58
— Luvannor Henrique (@LuvannorL11) November 7, 2022
Momento na Arábia Saudita e planos para o futuro
Luvannor vive boa fase na Arábia Saudita, tendo marcado 12 gols em 13 jogos desde que chegou ao Al-Bukayriyah, da segunda divisão nacional, na última temporada. O jogador contou que está muito feliz no país e que sua família, que mora em Dubai, já está bem adaptada ao Oriente Médio.
— As coisas estão caminhando muito bem aqui. Trabalho e me cuido bastante para me manter em boa forma e jogar em alto nível. Tenho o objetivo de me promover e subir para a Saudi Pro League.
— A experiência, minha leitura de jogo me ajudam bastante nos jogos, o que acaba sendo bom para mim. Se a equipe vai bem, o individual vem junto — avaliou.
O atacante contou que tem muitos brasileiros no futebol saudita, em especial nas três primeiras divisões. Também ressaltou a grande presença de compatriotas no futebol feminino, futsal e basquete, o que facilita a vida no país.
— Eu tinha passado (na Arábia Saudita) aqui antes do Cruzeiro, joguei a Pro League pelo Al-Taawon. Mas foi em um momento difícil, no período da pandemia. Não tinha tanta liberdade para a minha família, meus filhos estudavam online, não tinha muito o que fazer, para viajar era uma burocracia enorme. Foi um pouco difícil.
— Agora eu já conheço bem o país, já conhecia a cidade, moro onde morava antes, deixei a família em Dubai, por isso para mim está tranquilo. Temos dois, três dias de folga, então está bem melhor do que em 2021/22 — contou Luvannor.
Apesar de estar bem na Arábia Saudita, Luva revelou sentir falta do Brasil e do futebol nacional, especialmente pelo calor das torcidas. Ele não descarta um retorno ao seu país natal.
— Estive em dois clubes no Brasil e fui campeão pelos dois. E fui campeão jogando — relembrou o atacante ex-Cruzeiro e Ceará.
— Eu procuro sempre estar em forma e poder cuidar de mim para que se um dia eu puder voltar ao Brasil para jogar, eu possa competir interna e externamente. Se houver chance, estarei “pronto para a guerra”.
— Sinto muita falta do Brasil. Em questão de vida estou tranquilo, minha família está muito bem aqui, não posso pensar só por mim. Agora, na questão do futebol, sinto muita falta da atmosfera, dos dias de jogo, da preparação. No Brasil é muito diferente. O que eu vivi no Cruzeiro deixou um gostinho de quero mais, de que eu podia ter vivido mais — ponderou o jogador.