Brasil

Golpe de criptomoedas tira R$ 45 milhões de ex-Corinthians e São Paulo

Jucilei, ex-volante, teria sido lesado em milhões de reais após investir em empresa de bitcoin

Conhecido pelas passagens por Corinthians e São Paulo, além de ter defendido a seleção brasileira duas vezes, o ex-volante Jucilei foi vítima de um golpe milionário de criptomoedas, conforme revelou uma reportagem do Fantástico, da TV Globo, exibida no último domingo (16).

Segundo a Polícia Federal, o ex-atleta de 36 anos perdeu R$ 45 milhões, investidos na Forcount, empresa que garantia aos clientes lucros exorbitantes em bitcoins.

Na verdade, tratava-se de um esquema de piramide, e, segundo o Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos, os investidores tiveram prejuízo total de 50 milhões de dólares (R$ 280 milhões).

Aposentado desde o fim de 2022, Jucilei jogou bem no Corinthians que caminhava para ganhar tudo nos anos 2010. Ele voi campeão da Copa do Brasil de 2009 e saiu em fevereiro de 2011.

Pelo São Paulo, apesar de um bom início, não teve o mesmo sucesso e a passagem entre 2017 e 2019 não deixou saudades ao torcedor.

Além da dupla paulista, também defendeu Anzhi Makhachkala, da Rússia, Al-Jazira, dos Emirados Árabes Unidos, e Shandong Luneng, da China. No Brasil, jogou pelos cariocas Boavista e EC Atlético até pendurar as chuteiras.

Jucilei durante jogo do Corinthians em 2010
Jucilei durante jogo do Corinthians em 2010 (Foto: Icon Sport)

Como atuava empresa que aplicou golpe em Jucilei?

Nas redes sociais, a Forcount era apresentada pelo CEO Salvador Molina em vídeos como uma companhia de investimentos de criptomoedas, sistema de pagamentos digital, usado em transações comerciais e para investimentos.

Só que o tal Salvador era interpretado por um ator, Nestor Nunes, e o dono real da empresa é o brasileiro Francisley Valdevino da Silva, também conhecido como Sheik do Bitcoin.

— Era um teatro. Era um verdadeiro teatro, e aí aparecem figuras com essa grande capacidade de convencimento para apresentar o esquema para os potenciais clientes. — diz Fabiano Emídio, oficial da Polícia Federal do Brasil em Nova York, ao Fantástico.

A pedido de oficiais americanos, a Polícia Federal brasileira levantou os dados de Francisley e descobriu inconsistências em outras duas empresas dele.

Pelo menos 15 mil vítimas foram feitas só no Brasil e todo esse esqueleto de crimes movimentou R$ 4 bilhões.

O Sheik está preso no momento, acusado de organização criminosa, lavagem de dinheiro e fraudes contra o sistema financeiro no Brasil. Também é réu nos Estados Unidos com outros sócios da Forcount por crimes parecidos.

Mayke e Scarpa também sofrem golpe de criptos

Gustavo Scarpa e Mayke em ação pelo Palmeiras
Gustavo Scarpa e Mayke em ação pelo Palmeiras (Foto: IMAGO)

Jogador sofrendo golpe com criptomoedas não é uma novidade no mundo do futebol brasileiro.

Em março de 2023, veio a tona o caso de Mayke e Gustavo Scarpa, que perderam R$ 11 milhões ao investirem em criptomoedas na Xland Gestora de Investimentos com promessa de rendimentos entre 3,5% e 5% ao mês.

Um caso que ganhou ainda mais repercussão porque a WLJC Gestão Financeira, empresa do atacante Willian Bigode, ex-colega de Mayke e Scarpa no Palmeiras, foi a responsável por fazer a intermediação do investimento.

Os atletas lesados registram um boletim de ocorrência contra a empresa de Bigode, o acusando de participar do golpe da Xland.

O processo está na Justiça de São Paulo e até hoje nem Scarpa ou Mayke foram ressarcidos.

Foto de Carlos Vinicius Amorim

Carlos Vinicius AmorimRedator

Nascido e criado em São Paulo, é jornalista pela Universidade Paulista (UNIP). Já passou por Yahoo!, Premier League Brasil e The Clutch, além de assessorias de imprensa. Escreve sobre futebol nacional e internacional na Trivela desde 2023.
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