Brasil

Insegurança por conflitos entre torcidas impediram Guarani e Palmeiras em Londrina

Em exclusiva à Trivela, presidente do Guarani explicou por que não levou duelo contra o Verdão ao Paraná, onde não precisaria haver torcida única

Houve uma chance do duelo entre Guarani e Palmeiras, neste domingo (2), pela sexta rodada do Paulistão, acontecesse com a presença de torcedores de ambas as equipes. 

O Bugre repassou os direitos do mando de campo para a empresa Efuti, que alinhou a transferência da partida para o Estádio do Café, em Londrina (PR). 

Caso isso ocorresse, o jogo ficaria livre da determinação do Ministério Público do Estado de São Paulo para que os jogos entre os grandes clubes paulistanos (Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo) e a dupla de Campinas (Guarani e Ponte Preta) seja com torcida única do time mandante. 

Torcida do Londrina no Estádio do Café
Torcida do Londrina no Estádio do Café (Foto: Ricardo Chicarelli/Londrina EC)

No entanto, em entrevista exclusiva à Trivela, o presidente bugrino Rômulo Amaro destacou que questões de insegurança o motivaram a decidir pela manutenção da partida contra o Verdão no Brinco de Ouro da Princesa. 

Em especial, houve o temor pelo encontro entre as duas torcidas envolvidas no trajeto até o local da partida e, sobretudo, na entrada, pois o Estádio do Café possui somente uma entrada para os torcedores locais e visitantes.

— O Estádio do Café só tem uma entrada para visitantes e locais. E isso preocupou muito. Mandaríamos 10 ônibus e ficamos preocupados com a logística, trajeto até Londrina, confrontar com a torcida do Palmeiras. Pedimos às autoridades para ter alguma proteção, alguma segurança auxiliar e não tivemos êxito. Ao estado, a mesma coisa. Solicitamos uma entrada independente para os visitantes. Chegamos a conclusão de que a torcida é o nosso maior patrimônio e deveria ser preservada — destacou Rômulo.

Empresa parceira “queimou a largada” e revoltou torcida do Guarani

Torcida do Guarani no estádio Brinco de Ouro da Princesa, em Campinas
Torcida do Guarani no estádio Brinco de Ouro da Princesa, em Campinas (Foto: Imago)

Outro fator que levou à manutenção do jogo contra o Palmeiras no Brinco de Ouro foi a revolta dos torcedores bugrinos com a alteração do local.

Antes mesmo que o Guarani publicasse a mudança, a empresa fez o comunicado através dos canais oficiais. 

Logo, houve um movimento nas redes sociais onde diversos torcedores do Guarani se manifestaram contrariamente à venda do mando de campo e cogitaram até mesmo um movimento para esvaziar o Brinco de Ouro nos jogos seguintes do Bugre como mandante. 

— Existia uma proposta de renegociação para o jogo ser realizado em Londrina, mas para isso precisava de uma autorização do Palmeiras e da Federação Paulista. Essa autorização ainda estava em trâmite, não teríamos certeza se seria realizado e como informaríamos a torcida, até que a empresa parceira, por um erro, soltou as informações nos canais dela e não nos canais oficiais do Guarani. E isso causou um transtorno grande, torcedor ficou chateado e indisposto com a situação — comentou Rômulo Amaro. 

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Guarani abriu mão de bilheteria contra o Palmeiras para manter jogo em Campinas e evitar prejuízo

Revoltada com a decisão do Guarani em manter o duelo contra o Palmeiras no Brinco de Ouro, a Efuti notificou o clube de Campinas extrajudicialmente por quebra de contrato.

Segundo a empresa, houve um acordo assinado em novembro de 2024 que previa o pagamento de multa no valor de R$ 800 mil em caso de rescisão. 

Essa quantia não foi depositada pelo Bugre e a solicitação de ressarcimento da Efuti inicialmente era de R$ 2,9 milhões. 

No entanto, Rômulo Amaro garantiu que a atitude da empresa foi de momento e que as partes conversaram posteriormente e se acertaram. 

Mesmo com a partida entre Guarani e Palmeiras mantida no Brinco de Ouro, o mando segue da Efuti, que, com isso, tem direito à renda líquida da partida para compensar possíveis perdas financeiras atreladas ao não acontecimento do jogo em Londrina. 

— O mando do jogo continua com a empresa. Entramos em acordo, não vai ter multa, não vai ter processo. (A declaração da Efuti) foi em função da cabeça quente, mas já conversamos. Conversei com os dois sócios da empresa e chegamos a um acordo. Somos parceiros há anos e não existe interesse em litígio de nenhuma das partes. Negociamos valores porque eles (empresa) tiveram alguns prejuízos, mas chegamos a um consenso que ficou bom para ambas as partes — disse o presidente o Guarani.

Foto de Fábio Lázaro

Fábio LázaroSetorista

Nascido em Santos, criado em São Vicente e entregue a São Paulo. Na Trivela desde junho de 2024, como setorista do Corinthians. Passagem pelo Lance! entre fevereiro de 2020 e maio de 2024, onde cobriu Santos e Corinthians. Por lá, também coordenou pautas e estratégias digitais. Atualmente, também é comentarista no programa Esporte por Esporte, da TV Santa Cecília.
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