Brasil

Fluminense e Vasco empatam sem gols em jogo marcado por arbitragem confusa no Carioca

O empate sem gols no Maracanã entre Fluminense e Vasco teve como destaque arbitragem ruim de Bruno Correia Mota, e manteve Tricolor na liderança do Carioca

Fluminense e Vasco da Gama se enfrentaram sob forte chuva no Maracanã em um jogo muito quente. Mas não pelas oportunidades criadas. Com 11 cartões e três expulsões, a arbitragem de Bruno Mota Correia, muito pressionado, foi o destaque do jogo. Não necessariamente positivo. No fim, o empate sem gols mostrou bem o que foi o pouco inspirado clássico entre as duas equipes pelo Campeonato Carioca.

Com o resultado, o Flu segue invicto e líder com 18 pontos, três a mais que o Flamengo. Já o Vasco está fora da zona de classificação do Carioca, com 13 pontos, no quinto lugar.

Fluminense tem problema antes mesmo de a bola rolar

O jogo nem havia começado e o Fluminense teve um problema. Relacionado, o atacante Keno não reuniu condições de jogo e precisou ser substituído. Fernando Diniz mexeu, e Renato Augusto foi o escolhido para ser titular.

O atacante do Flu sentiu dores no calcanhar esquerdo e acabou cortado da relação junto com o goleiro Vitor Eudes. Com a saída de Keno, o Tricolor em tese partiu para um 442, que, na prática, se mostrou um 4132, com André por trás de Arias, Ganso e Renato Augusto.

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Vasco começa jogo se impondo fisicamente, mas Flu tem primeira chance

Mais jovem, veloz e forte, o Vasco se impôs fisicamente no início da partida. O time comandado por Ramón Díaz começou o jogo em ritmo mais acelerado, forçando o jogo no campo de ataque. Os vascaínos se aproveitavam também de erros de posicionamento do Flu, que parecia perdido com a mudança tática. Avançado demais e sem pressão na bola, o Tricolor era presa fácil para o time de São Januário.

Se era mais intenso, entretanto, o Cruz-Maltino esbarrava no último passe. Com Vegetti longe dos 100% e Payet bem marcado, o time dependia da movimentação de David e das subidas de Piton.

Pouco para ameaçar o gol de Fábio no início. Tanto que a primeira chance foi do Fluminense. Em cobrança rápida de escanteio, Arias achou Thiago Santos na área, aos 16, e o zagueiro cabeceou para grande defesa de Léo Jardim. O lance acordou o Tricolor e pressionou o Vasco.

Fluminense melhora, mas Vasco acerta o travessão

Pilhados desde o início, ao estilo do clássico, os vascaínos passaram a questionar a arbitragem de Bruno Correia. Aos 18, Zé Gabriel chegou duro em André, que havia dado balão em Payet, e na sequência, já com o jogo parado, quase acertou o caído Arias. O árbitro deu cartão amarelo ao volante e aumentou a ira dos cruz-maltinos.

Quando se acalmou, o Vasco colocou a bola no chão e levou perigo de novo, aos 30, com Léo, que só parou no travessão após cobrança de falta de Payet. A partida ficou picada, com muitas divididas e poucas chances de gol. Antes do fim do primeiro tempo, Arias emendou rebote em chute de Renato Augusto, mas parou em grande defesa de Léo Jardim.

Fluminense volta com André na zaga, e VAR anula gol do Vasco

Se o Fluminense não vence o primeiro tempo, o torcedor já espera: André irá para a zaga. No intervalo, Diniz fez das suas e, como de costume, sacou um zagueiro. Saiu o amarelo Felipe Melo, e entrou Lima. André foi para a zaga, e aberto, o Tricolor cedeu espaços.

Tanto que David chegou a balançar a rede. Logo no primeiro minuto, o atacante disparou sozinho e tocou na saída de Fábio, mas por centímetros, o VAR anulou o gol. O camisa 7 do Vasco tinha o corpo à frente da linha do meio-campo. Na sequência, outra arrancada de David, mas André apareceu para cortar. No banco de reservas, Fernando Diniz reclamou de falta na jogada e foi expulso.

Com a bola, entretanto, o Fluminense era perigoso, e o Vasco recuou, abrindo espaços. A ideia era se armar para o contra-ataque rápido, mas ao reunir Ganso, Marcelo, Renato Augusto e Arias por dentro, o Tricolor criou oportunidades com Lima e o próprio Renato. Ambos pararam em chutes que não levaram tanto perigo para Léo Jardim.

Pressionado, árbitro perde o controle do jogo e expulsa dois

O jogo ficou parado durante quatro minutos após falta de Arias em Zé Gabriel. Enquanto Payet se preparava para bater, jogadores se engalfinhavam na grande área e pressionavam o árbitro Bruno Mota Correia. Inexperiente, ele caiu na pilha. Foram seis cartões nessa paralisação: quatro amarelos e dois vermelhos.

Primeiro, Vegetti e Thiago Santos se estranharam e foram punidos. Depois, André e João Victor trocaram empurrões e também ficaram pendurados. Aí, a dupla voltou a se estranhar, e o árbitro perdeu a paciência: foram expulsos Thiago Santos e Medel, mas a confusão não parou. O chileno seguiu no gramado para forçar o juiz a ir ao VAR.

Árbitro vai ao VAR, mas não vê pênalti para o Vasco

Aos 38 minutos, Payet bateu nova falta e a bola explodiu na barreira. O francês ficou louco pedindo pênalti e tanto pressionou que o árbitro Bruno Mota Correia foi ao VAR. Na cabine do árbitro de vídeo, o juiz observou o lance em que Cano tocou com a mão na bola.

A interpretação de Correia, entretanto, foi que não houve penalidade. Para o árbitro, Cano não ampliou seu tronco ao encostar com a mão na bola – o toque foi claro, mas o braço estava junto ao corpo. Sob muita reclamação vascaína, o juiz deu escanteio e o jogo prosseguiu.

Vasco pressiona Fluminense — e árbitro —, mas fica no zero

Quando a bola enfim rolou, o Vasco pressionava o Fluminense com um jogo mais direto, enquanto o Tricolor apostava na posse de bola que era estéril. Já com Antônio Carlos e Felipe Andrade em campo, mas sem Ganso e Renato Augusto, o Flu tentava com Douglas Costa e Arias pelas pontas, mas não era efetivo. Enquanto isso, o Cruz-Maltino se armava no contra-ataque e pressionava — o adversário e a arbitragem.

Qualquer marcação era motivo de muita reclamação em campo e fora dele. Nas arquibancadas e no banco de reservas, os vascaínos questionavam o perdido Bruno Mota Correia. Mesmo sob forte chuva, o Vasco apertava o Fluminense na raça, sem muito brilho.

A placa subiu e deu 10 minutos de acréscimo, que ainda assim não eram suficientes para suprir as paralisações. O Flu tentou com Douglas Costa, aos 53, que parou em Léo Jardim. O Vasco cruzava bolas na área para Vegetti, mais preocupado em reclamar do que em jogar futebol. No fim, o 0 a 0 mostrou bem o que foi o jogo pouco inspirado no Maracanã.

Próximos jogos do Fluminense

  • Madureira x Fluminense – Campeonato Carioca – sábado, 17 de fevereiro – 16h (de Brasília)
  • LDU x Fluminense – Recopa Sul-Americana – quinta, 22 de fevereiro, 21h30 (de Brasília)
  • Flamengo x Fluminense – Campeonato Carioca – domingo, 25 de fevereiro – 16h (de Brasília)

Próximos jogos do Vasco

  • Botafogo x Vasco – Campeonato Carioca – domingo, 18 de fevereiro – 16h (de Brasília)
  • Vasco x Volta Redonda – Campeonato Carioca – sábado, 24 de fevereiro – 17h30 (de Brasília)
  • Marcílio Dias x Vasco – Copa do Brasil – terça, 27 de fevereiro – 21h30 (de Brasília)
Foto de Caio Blois

Caio BloisSetorista

Jornalista pela UFRJ, pós-graduado em Comunicação pela Universidad de Navarra-ESP e mestre em Gestão do Desporto pela Universidade de Lisboa-POR. Antes da Trivela, passou por O Globo, UOL, O Estado de S. Paulo, GE, ESPN Brasil e TNT Sports.
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