Fluminense empata sem gols, é eliminado pelo Flamengo e dá fim ao sonho do tri do Carioca
Sem vencer clássicos desde abril de 2023, Fluminense é eliminado pelo Flamengo, que estava em vantagem, e completa pior sequência da história em clássicos

Em um jogo amarrado, o Fluminense empatou sem gols com o Flamengo e está eliminado do Campeonato Carioca. O sonho do tricampeonato, que não vem desde 1985, precisará esperar. O Tricolor até foi melhor do que nos últimos jogos, mas não o suficiente: o time comandado por Tite mais uma vez ofuscou o de Fernando Diniz.
O Flu igualou sua pior sequência em clássicos em toda a história. São 13 jogos sem vencer, empatando com 1995-96 e 1961-62. A última vitória do Tricolor completará um ano no dia 9 de abril. No ano passado, esta foi a data da goleada sobre o mesmo Fla que deu o bicampeonato estadual ao clube. Também é a pior sequência do Fluminense no clássico com seu arquirrival desde 2017, quando ficou sete partidas sem ganhar.
O Flamengo agora aguarda o vencedor da semifinal entre Nova Iguaçu e Vasco. O time da Baixada Fluminense manteve a vantagem do empate com o 1 a 1 no primeiro jogo.
Diniz escala Marquinhos, ponta canhoto, na lateral direita do Fluminense
Antes mesmo de a bola rolar já havia um burburinho no Maracanã. Isso porque Fernando Diniz ousou mais uma vez na escalação do Fluminense. O técnico tirou Guga do time e promoveu a entrada de Marquinhos, ponta canhoto, na lateral-direita.
? Marquinhos na lateral? Para ele, nenhuma novidade…#CariocaNoGOAT pic.twitter.com/ud5MQwAilS
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A mexida irritou os tricolores antes de a bola rolar. Em número pequeno no Maracanã, a torcida chiou quando o camisa 77 apareceu no telão escalado.
Quando a bola rolou, Marquinhos começou mal. Improvisado, perdeu duas bolas no campo de defesa nos 10 minutos iniciais, onde nasceram as primeiras chances do Fla no jogo.
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Fluminense começa melhor que nos últimos jogos
Embora tenha sido criticado antes mesmo do jogo começar, Fernando Diniz viu o Fluminense responder bem ao seu arriscadíssimo plano de jogo. Independente da entrada de Marquinhos no time, a formatação tática mudou um pouco.
Arias e Keno não jogaram nas pontas avançados como de costume. A dupla recuava para construir com Marquinhos, Marcelo, André, Lima e por vezes Renato Augusto, que tentava jogar entrelinhas. O camisa 20 por vezes era um companheiro de ataque de John Kennedy, avançado por dentro, e em outras procurava a ponta-esquerda.
O Fluminense era melhor que nos últimos jogos. A pressão sob a bola e a saída melhoraram, já que o time estava mais veloz. Com drible e agilidade na segunda linha, o Tricolor compensava o que vinha sendo um de seus problemas: a lentidão na saída de bola.
DEFESAÇA DE FÁBIO! ?#CariocaNoGOAT pic.twitter.com/TZSOLWe8Ap
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A melhor chance seria do Flamengo e começaria em um erro de outro atacante, Keno. Pulgar roubou a bola e Pedro quase abriu o placar aos 27, mas Fábio e Martinelli salvaram o Tricolor.
Fluminense agride pouco, e John Kennedy fica isolado
Se por um lado a estratégia deu certo, por outro, John Kennedy ficou muito isolado no ataque. Por três vezes, o Fluminense roubou a bola na intermediária ofensiva, mas ela caiu no pé do camisa 9 muito distante do gol e sozinho com dois ou três defensores do Flamengo.
Renato Augusto arrisca da entrada da área e a bola sai à direita do gol de Rossi!#CariocaNoGOAT pic.twitter.com/yhiRi7vqO2
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Quando chegou, o Fluminense teve dois chutes de Renato Augusto, aos três, em puxeta por cima do gol, e aos 30, em bola de fora da área que tirou tinta do gol de Rossi. Mas foi pouco. Sem bola aérea e com John Kennedy sozinho entre os zagueiros, o Flu não teve poder de fogo.
Tite arruma Flamengo na parada técnica, e Fluminense diminui ritmo
A parada técnica aos 25 minutos foi crucial para o Flamengo de Tite, que com as linhas baixas, pareceu surpreendido pelo Fluminense de Fernando Diniz. O treinador conseguiu resolver parte do problema sem substituições.
Tite recuou um pouco Arrascaeta e De La Cruz, por dentro, para diminuir os espaços do Fluminense. Funcionou. O Tricolor passou a criar menos e quando conseguiu, foi com um jogo mais direto.
Flamengo tem gol anulado com polêmica
O grande lance do primeiro tempo foi um gol do Flamengo que o VAR anulou. A jogada nasceu em uma falta em Keno, para o árbitro Wagner do Nascimento Magalhães, que embora estivesse bem posicionado durante a jogada ao vivo, nada marcara.
? Ao final da primeira etapa, Pedro falou sobre a anulação do gol.#CariocaNoGOAT pic.twitter.com/1MfFzJ3tuV
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Fluminense não mexe e perde força no segundo tempo
Fim de primeiro tempo. VAMOS VIRAR, NENSEEEE! pic.twitter.com/bUtfoW2bOy
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Ainda que Renato Augusto tenha carimbado o travessão aos cinco minutos, o Flu seguia com o mesmo problema: falta de agressividade no ataque. E a única tentativa de Fernando Diniz até a parada técnica foi substituir o camisa 20.
Por pouco Renato Augusto não faz um GOLAÇO! ?#CariocaNoGOAT pic.twitter.com/nOnhzLFgSD
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Lelê entrou no seu lugar, o que taticamente mudava pouco. O meia atuou avançado, por dentro. E a bem da verdade, embora tenha criado as três melhores chances do Tricolor no jogo, se cansou mais do que criou.
Flamengo segura Fluminense e jogo fica morno
O segundo tempo foi mais morno que o primeiro, e o mérito foi de Tite. O técnico mais uma vez ofuscou as tentativas de Fernando Diniz de mudar o Fluminense e colocou o jogo na zona de conforto que o Flamengo, em vantagem, queria.
Bruno Henrique substituiu Luiz Araújo pela direita e fez Marcelo segurar um pouco. Do outro lado, Viña melhorou a marcação em Marquinhos ao entrar na vaga de Ayrton Lucas.
A mexida também trouxe Lima para a esquerda, o que desequilibrou o meio. Ali, Pulgar era o dono do espaço e De La Cruz puxava o Flamengo para a frente. Mas nem tanto. O Rubro-Negro também reduziu o ritmo.
Diniz promove estreia de Lucumi e mexe na esquerda, mas Fluminense cansa
O fim do jogo foi melancólico para o Fluminense, que pareceu sentir a diferença no tempo de preparação. Mesmo com o Flamengo bastante mexido, recuado e sem atacar tanto, o Tricolor não conseguiu incomodar o gol de Rossi.
Seja pelo chão ou pelo alto, o Flu voltou a mostrar pouca agressividade no ataque, o que foi decisivo para a eliminação nas semifinais do Campeonato Carioca. Nem mesmo a estreia do colombiano Jan Lucumi, improvisado e perdido na lateral-direita deu qualquer ânimo aos tricolores.
Diniz ainda tentou com Alexsander, Terans e Diogo Barbosa, mas o Fluminense perdeu a qualidade de Renato Augusto e Marcelo, e já sem Ganso e Cano, pouco criava. Na frente, John Kennedy e Lelê nem viram a bola chegar.