Desaprendeu ou segue craque? Avaliamos as lendas do Corinthians em jogo festivo
Paulo André se encontrou em nova posição, Danilo mostrou que mesmo tropeçando não se desaprende a jogar futebol e outros ex-atletas corintianos mataram a saudade da Fiel

Com praticamente todo o elenco campeão da Libertadores em 2012, o elenco do Corinthians voltou a encontrar o Boca Juniors (ARG) em jogo festivo realizado neste sábado (5), no estádio do Pacaembu, palco do título continental conquistado pelo Timão há 13 anos.
Com exceção do atacante Jorge Henrique e Danilo Fernandes, que atuam profissionalmente, os demais atletas já penduraram as chuteiras – alguns a mais e outros a menos tempo.
Ainda assim, alguns deram mostras que poderiam se manter em atividade por mais alguns anos ou voltarem a jogar. Outros, porém, contrariam a máxima que jogar futebol é como andar de bicicleta e não se desaprende.
Na base da resenha, a Trivela aproveitou o “Reencontro de Gigantes”, nome dado ao evento, para reviver as clássicas avaliações jogador a jogador, algo que era popular nos jornais impressos.
A partida terminou empatada por 1 a 1. O ex-palmeirense Pablo Mouche abriu o placar para o Boca. E o ex-lateral Fábio Santos empatou a partida em cobrança de pênalti. Os dois gols foram marcados ainda no primeiro tempo.
Em relação ao time do Corinthians que iniciou a final da Libertadores em 2012, somente não estiveram presentes no evento o goleiro Cássio, o volante Ralf e o meia Alex. Os dois primeiros ainda atuam profissionalmente, já o último hoje atua como comentarista.
Todos eles tinham compromissos profissionais que justificaram as ausências.
Em nova posição, Paulo André foi o destaque do Corinthians
Reserva do Corinthians na campanha que levou ao título da Libertadores, o zagueiro Paulo André compôs o desfalque de Ralf e atuou como volante.
Foi na “nova posição”, mesmo após o fim de carreira, que o jogador aparentou ter encontrado a posição.
Auxiliando na saída de bola com muita qualidade, chegou a dar chapéus nos adversários, apareceu em vários setores do campo, achou bons passes e até deu uma assistência para um gol impedido marcado por Liedson. O tapa para que a bola chegasse no centroavante, porém, foi de grande qualidade.

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Fábio Santos segue o rei das bolas paradas
Aposentado há menos de dois anos, o lateral-esquerdo Fábio Santos parece não ter desaprendido.
Com carrinhos e desarmes, o jogador foi impecável defensivamente e decisivo ofensivamente.
Foi dele o único gol válido do Timão no jogo festivo, em cobrança de pênalti, especialidade da casa.
Na carreira profissional, o atleta cobrou 38 penalidades e perdeu somente cinco. Pelo Corinthians, foram 22 gols em 24 batidas.

Após a partida, o lateral revelou que o pedido da árbitra Marianna Nanni Batalha de ajeitar a bola pela segunda vez mexeu com a superstição.
– Ela (árbitra) fez eu mudar a bola de novo na marca do pênalti, que tava fora, e eu odeio refazer isso. A única vez que eu fiz foi um pênalti contra o América lá, mas hoje já voltou na cabeça. Mas pensei: ‘pelo amor de Deus, Fábio, agora aposentado, não fica com essas loucuras’. Teve uma pontinha de loucura, mas deu certo – disse Fábio após o jogo.
Entre tropeços e tapas, Danilo ainda mostra que é Zidanilo
Estava fora de forma? Sim. Apanhou da bola algumas vezes? Também, chegando até tropeçar e cair algumas vezes.
Porém, quando pegava na bola e distribuía o jogo, Danilo mostra que nunca deixou de ser Zidanilo.
É incrível como o tapa na bola do ex-meio-campista segue refinado.
No primeiro tempo, o meia foi participativo e compôs até linha de cinco em alguns momentos. No segundo, a parte física pesou e ele não conseguiu manter o ritmo.
Valeu para os pouco mais de 10 mil torcedores presentes no Pacaembu verem novamente Zidanilo despejando habilidade.

E o resto?
Julio César: fez uma boa defesa e não teve culpa do gol.
Danilo Fernandes: entrou no fim do jogo e pouco participou.
Alessandro: pouco acionado,
Welder: entrou no fim do jogo e pouco participou.
Chicão: fora de forma, não conseguiu acompanhar Mouche, que “deitou e rolou” para cima da defesa corintiana.
Leandro Castán: mais em forma que o companheiro de zaga, mas foi lento em algumas saídas de bola.
Guilherme Andrade: pouco participou
Paulinho: manteve a característica de pisar na área e aparecer como elemento surpresa. Porém, sem a mesma qualidade, perdeu uma chance na cara do gol ainda no primeiro tempo.
Cachito Ramírez: entrou no intervalo e deu boa dinâmica ofensiva ao time. Com um bom passe para Emerson Sheik, quase participou do gol da virada, porém o atacante parou no goleiro adversário.
Jorge Henrique: correu bastante, mas a bola pouco chegou. Ainda está bastante em forma.
Gilsinho: entrou no fim do jogo, mas pouco participou.
Emerson Sheik: fez um primeiro tempo discreto e um segundo tempo mais participativo. Teve a chance de fazer o segundo gol, fazendo uma boa movimentação após passe de Ramírez, mas parou em defesa de Abbondanzieri. No fim, sentiu um desconforto e foi substituído.
Liedson: com o joelho prejudicado, só pôde jogar o primeiro tempo. Fez um gol dando um tapa de primeiro após cruzamento de Paulo André, mas o lance foi anulado por impedimento.