Corinthians pode sofrer transfer ban por dívida com o Cuiabá por Raniele?
Clube do Mato Grosso cobra quantia milionária após o Timão não pagar uma parcela da contratação do volante
O atraso do Corinthians no pagamento da segunda parcela da compra do volante Raniele não só renderá uma dívida maior ao clube alvinegro, como também pode levar a equipe a sofrer um transfer ban.
O possível impedimento em registrar novos atletas, no entanto, não interferiria nos movimentos que o clube está fazendo na janela de transferências do meio do ano.
O Cuiabá, time que vendeu Raniele ao Timão, pretende levar o caso à Câmara Nacional de Resolução de Disputas (CNRD), órgão da CBF destinado a gerenciar conflitos de qualquer natureza relacionados ao futebol brasileiro.
Em média, esse tipo de disputa costuma demorar entre dois e três anos para serem finalizadas. E a punição definida só pode ser aplicada se o clube que tem a dívida não a pague mesmo após ser condenado.
O Timão admite a pendência de 400 mil euros (R$ 2,4 milhões) que possui com o Cuiabá desde o dia 31 de julho, quando a parcela pela compra de Raniele venceu.
O intuito da direção corintiana, no entanto, é resolver a situação sem a necessidade dela entrar na resolução de disputa ou até mesmo no campo judicial.
Resoluções na CNRD costumam ser morosas
Quando um clube é acionado na Câmara Nacional de Resolução de Disputas, tem a oportunidade de apresentar a sua defesa em uma instância inicial.
Caso seja condenado no primeiro julgamento, a equipe ainda tem a possibilidade de recorrer.
Esse processo, por si só, já demora entre um ano e um ano e meio.
Se novamente a CNRD condenar o time devedor a quitar o débito e, ainda assim, o clube quiser recorrer, ainda há o Centro Brasileiro de Mediação e Arbitragem.
Muitas vezes, a decisão de pedir os recursos e levar até a última instância possível é uma estratégia usada pela defesa para que o clube ganhe tempo para conseguir os recursos para quitar a pendência ou até mesmo fazer um acordo.
O Corinthians, inicialmente, não pretende esticar muito essa disputa.
A ideia é que o departamento jurídico do clube alvinegro busque um acordo com o Cuiabá, o que também não deve ser fácil.
Relação afetada com o Cuiabá pode afetar negociação do Corinthians
A boa diplomacia entre Corinthians e Cuiabá não existe desde o início do ano.
A direção da equipe mato-grossense não gostou da postura do Timão na contratação do técnico António Oliveira.
Como pagou a multa rescisória do treinador português, que era de pouco mais de R$ 1 milhão, o presidente corintiano Augusto Melo somente comunicou ao Dourado que estava contratando o profissional.
A atitude irritou Cristiano Dresch, mandatário do Cuiabá.
Para o dirigente, o Corinthians, como sinal de respeito, deveria ter entrado em contato com os cuiabanos quando abriu a negociação para contratar António
A relação rasurada, portanto, vai dificultar a vida do Timão na tentativa de costurar um melhor negócio para pagar a dívida com o Dourado sem precisar levar para a CNRD.
O Cuiabá pede 1,8 milhão de euros (R$ 10,8 milhões) ao Corinthians, mais que o triplo do valor da parcela atrasada.
O clube do Mato Grosso se utiliza de uma cláusula no contrato que prevê que em caso de atraso em uma das parcelas o Timão teria que pagar:
- O valor atrasado;
- Multa de 30% em relação à parcela atrasada;
- A quantia integral das prestações restantes, que venceriam em novembro deste ano e julho de 2025.
Até o momento, o Corinthians pagou somente 800 mil euros ao Cuiabá pela contratação de Raniele, valor que foi pago à vista no ato da compra, em janeiro.
O acordo firmado entre as equipes foi de que o Timão teria que pagar 2,5 milhões de euros (R$ 15 milhões) no total da operação, sendo, além da entrada, duas parcelas de 400 mil euros (R$ 2,4 milhões) e a última de 900 mil euros (R$ 5,4 milhões).