Como os jornais e revistas da época se deslumbraram com Pelé, o menino rei, em sua eclosão na Suécia
Reunimos uma série de recortes da imprensa brasileira em 1958, com as exaltações à participação de Pelé na conquista da Copa do Mundo
* Texto publicado originalmente em outubro de 2020
Três meses antes da Copa de 1958, Nelson Rodrigues profetizou: “Por que perdemos, na Suíça, para a Hungria? Examinem a fotografia de um e outro time entrando em campo. Enquanto os húngaros erguem o rosto, olham duro, empinam o peito, nós baixamos a cabeça e quase babamos de humildade. Esse flagrante, por si só, antecipa e elucida a derrota. Com Pelé no time, e outros como ele, ninguém irá para a Suécia com a alma dos vira-latas. Os outros é que tremerão diante de nós”.
Pelé era um garoto de 17 anos na época. Um garoto de 17 anos que, meses antes, já tinha estreado na Seleção com gol diante da Argentina no Maracanã cheio. Um garoto de 17 anos que fazia maravilhas com a camisa do Santos. Um garoto de 17 anos que já podia ser chamado de ‘rei', como fez Nelson Rodrigues naquele texto, antecipando o consagrado apelido. E que tenha chegado à Suécia como reserva, recuperando-se de uma lesão, virou uma das soluções ao inédito título mundial – ao lado de Vavá e Garrincha, mudou a cara daquela Seleção liderada por Didi.
O Pelé campeão mundial não deixava de ser um garoto. Um deslumbrante e fenomenal garoto. E causava espanto por tudo aquilo que jogou, especialmente por suas atuações nos mata-matas. Fez o gol decisivo no duro embate contra Gales, arrebentou a França que chegava badalada por seus atacantes e se confirmou ao mundo no Rasunda, durante a final contra os anfitriões suecos. Dois gols, um deles com um chapéu desconcertante no marcador, serviam de prova cabal da grandeza daquele craque – que não deixava de ter cara de menino.
Para celebrar este Pelé imberbe e arrebatador, separamos alguns recortes de revistas e jornais da época. Abaixo, trazemos diversas páginas da Manchete Esportiva recontando a trajetória do Brasil (e do menino rei) na Suécia. Há também algumas reportagens de O Cruzeiro, bem como dois recortes da revista Manchete e do Jornal dos Sports. Sinais da lenda que já se consagrava a partir de então.
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