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Como a Revolução Pernambucana de 1817 serviu de inspiração ao Santa Cruz

A Revolução de 1817, conhecida também como ‘Revolução dos Padres', costuma ser lembrada com muito orgulho em Pernambuco. A revolta foi um dos principais movimentos emancipacionistas do Brasil durante o período colonial, chegando a instaurar um governo provisório e a proclamar uma república independente em relação ao resto do território. Inspirada pelo Iluminismo, a insurreição incentivava as liberdades individuais. No entanto, o movimento acabou sendo suprimido pelo Império Português em 75 dias, com as tropas monarquistas atacando os revolucionários. As marcas daquele episódio, de qualquer maneira, foram profundas, tanto para fomentar ideais quanto para marcar o sentimento regional dos pernambucanos. Não à toa, a bandeira da revolução se tornou a bandeira do estado em 1917.

E um dos principais clubes de Pernambuco também tem a sua inspiração na Revolução de 1817. Nesta segunda, na comemoração dos 200 anos do início da revolta, o Santa Cruz publicou um texto relembrando o episódio. A cruz latina presente na bandeira revolucionária também foi o símbolo escolhido pelos jovens que costumavam jogar bola no pátio da Igreja de Santa Cruz e que, em 1914, criaram o clube.

“Segundo o historiador Leonardo Dantas da Silva, o ‘eco libertário' da Revolução Pernambucana foi assimilado pelos jovens que fundaram o Santa Cruz, em 1914, que utilizaram o símbolo da cruz latina – a mesma usada pelos Republicanos de 1817. ‘Com a fundação do Santa Cruz, estava assim revivido o símbolo que acompanha a gente pernambucana desde os primeiros dias de sua colonização', escreveu o historiador, no livro Santa Cruz de Corpo e Alma”, publicou o clube, em suas redes sociais.

Foto de Leandro Stein

Leandro Stein

É completamente viciado em futebol, e não só no que acontece no limite das quatro linhas. Sua paixão é justamente sobre como um mero jogo tem tanta capacidade de transformar a sociedade. Formado pela USP, também foi editor do Olheiros e redator da revista Invicto, além de colaborar com diversas revistas. Escreveu na Trivela de abril de 2010 a novembro de 2023.
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