Além de Ancelotti: quais foram os treinadores estrangeiros da seleção brasileira
Histórico italiano será o quarto estrangeiro e o segundo europeu à frente do Brasil, e poderá ser o primeiro em uma Copa do Mundo

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou oficialmente nesta segunda-feira (12) a contratação de Carlo Ancelotti como novo técnico da seleção brasileira.
Considerado um dos treinadores mais vitoriosos da história do futebol, o italiano assumirá o comando da equipe nacional em 26 de maio de 2025, após encerrar sua passagem pelo Real Madrid.
Caso cumpra seu contrato, válido até o fim da Copa do Mundo de 2026, Ancelotti será o primeiro estrangeiro a liderar o Brasil em um Mundial, marcando um momento histórico para o futebol nacional.
O Brasil já teve técnicos estrangeiros?
Carlo Ancelotti não será o primeiro técnico estrangeiro a comandar a seleção brasileira. Mais do que isso: também não será sequer o primeiro europeu no cargo.
A chegada do italiano representa uma mudança significativa na tradição da seleção brasileira, que historicamente privilegiou treinadores nacionais. Ao longo de mais de um século, apenas três técnicos estrangeiros assumiram o comando da equipe, todos em situações pontuais.
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Quais técnicos estrangeiros já comandaram a seleção brasileira?
Antes de Ancelotti, foram três: dois sul-americanos e um europeu. O uruguaio Ramón Platero foi o primeiro. Depois, o português Jorge Gomes de Lima, conhecido como Joreca, foi o segundo. O último foi o argentino Filpo Núñez, há 60 anos.

Ramón Platero (Uruguai) – 1925
O uruguaio Ramón Platero foi o primeiro estrangeiro a comandar a seleção brasileira. Em 1925, durante o Campeonato Sul-Americano (atual Copa América) na Argentina, Platero assumiu o cargo após Joaquim Guimarães optar por atuar como diretor técnico.
Sob seu comando, o Brasil disputou quatro partidas, com duas vitórias, um empate e uma derrota, ficando com o vice-campeonato. A competição foi marcada por uma briga generalizada na partida final contra os anfitriões, o que levou o Brasil a se ausentar das edições seguintes do torneio até 1937.
Joreca (Portugal) – 1944
Jorge Gomes de Lima, conhecido como Joreca, foi o segundo estrangeiro a dirigir a seleção brasileira. Em 1944, ele dividiu o comando da equipe com Flávio Costa em dois amistosos contra o Uruguai, ambos vencidos pelo Brasil por 6 a 1 e 4 a 0.
Nascido em Lisboa, Joreca chegou ao Brasil ainda jovem e teve uma trajetória curiosa até se tornar treinador, incluindo passagens como jornalista esportivo e árbitro.
Filpo Núñez (Argentina) – 1965
O argentino Filpo Núñez comandou a seleção brasileira em uma única partida. Em 1965, na inauguração do Estádio do Mineirão, o Palmeiras representou o Brasil em um amistoso contra o Uruguai, vencendo por 3 a 0.
Como técnico do Palmeiras na época, Filpo foi o responsável por dirigir a equipe nesse jogo. Apesar de não ter nascido no Brasil, Núñez passou a maior parte de sua carreira no país, com destaque para sua passagem pelo Palmeiras.
A história de Ancelotti com brasileiros
A maior Seleção da história do futebol agora será liderada pelo técnico mais vitorioso do mundo. Carlo Ancelotti, sinônimo de conquistas históricas, foi anunciado nesta segunda-feira (12) pelo presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, como o novo técnico da Seleção Brasileira. Ele… pic.twitter.com/grw3Rb1BmL
— CBF Futebol (@CBF_Futebol) May 12, 2025
Com a chegada de Carlo Ancelotti, a Seleção inicia um novo capítulo em sua história. O italiano deixará o Real Madrid após conquistar 15 títulos em duas passagens pelo clube, incluindo três Champions League.
Seu contrato vai até o final da Copa do Mundo de 2026, com possibilidade de extensão até 2030. Ancelotti traz uma vasta experiência internacional e já trabalhou com diversos jogadores brasileiros ao longo de sua carreira, como Kaká, Ronaldo, Ronaldinho, Dida e Cafu, no Milan, além dos mais recentes no Real Madrid, como Militão, Rodrygo e Vinícius Júnior.
A nomeação de Ancelotti marca uma mudança significativa na tradição da Seleção Brasileira, que historicamente privilegiou treinadores nacionais.
Aos 65 anos, essa será a primeira experiência do italiano como técnico principal de uma seleção. Antes, Ancelotti já foi auxiliar da seleção italiana em 33 jogos, entre 1992 e 1995, sob o comando de Arrigo Sacchi. Ele também rejeitou um convite da Itália em 2018 para assumir seu próprio país.
Curiosamente, dois dos sete jogadores que Ancelotti mais comandou na carreira são brasileiros: Kaká, no Milan e no Real Madrid (270), e Dida (267), no Milan. Rodrygo (208 jogos) e Vinicius Júnior (197) também estão entre os mais usados pelo italiano.