A história de Pelé nas palavras de quem mais o amou: seus pais, Celeste e Dondinho
Através de 15 reportagens da época em que Pelé jogava, com declarações sobretudo de Dona Celeste e Seu Dondinho, montamos um álbum de família para recontar os grandes momentos do Rei
Foi em outubro de 1977 que, pela primeira vez, Dona Celeste esteve num estádio de futebol para um jogo de seu filho Edson. O duelo entre Santos e Cosmos, em Nova York, demarcava o último compromisso de uma carreira inigualavelmente gloriosa. Celeste até havia frequentado arquibancadas na juventude, para ver os jogos do então namorado, mas pensar no menino sofrendo as mesmas lesões do marido a afligia. Assim, geralmente ela não ia ao estádio, não fazia questão de assistir na televisão e sequer de ouvir no rádio. Queria só o bem de seu Dico, a quem o resto do mundo se acostumou a chamar de Pelé.
Naquele mesmo dia, em Nova York, Seu Dondinho deu o último abraço no filho dentro do gramado. O ex-centroavante acompanhara o menino desde seus primeiros dias em Bauru e nunca deixou de apoiá-lo, independentemente dos caminhos que tomasse. E foram caminhos grandiosos. Nada que afastasse, também, Dondinho de sua vida pacata. Continuava trabalhando como funcionário público do departamento de saúde, um cargo que conciliava desde os tempos de jogador e que manteve em Santos, enquanto Dico se consagrava como o melhor da história. Seria ele presenteado com a camisa 10 de Pelé em seu jogo de despedida.
Muito do que Pelé construiu em campo, afinal, se deve ao que aprendeu em casa com sua família. Falecido em 1996, aos 79 anos, Dondinho foi um pai zeloso que ajudou a orientar o filho em seu sonhos e lhe deu asas para voar. Ainda viva, com 100 anos completados em 2022, Celeste é a mãe firme e apegada que não deixou seu menino tirar os pés do chão. Assim, ofereceram uma educação majestosa ao garoto que virou rei. Dondinho não tinha completado 40 anos quando Pelé foi campeão do mundo pela primeira vez, Celeste não passava dos 35 anos quando tudo aconteceu na Suécia em 1958. Ao longo de toda a trajetória do camisa 10, foram seu refúgio e seu porto seguro. Na casa dos pais, Pelé voltava a ser apenas Dico, com orgulho.
Se quase todo mundo já falou sobre Pelé, incluindo alguns dos maiores escritores da história, certamente não existem palavras tão ternas para descrever o craque quanto as de Celeste e Dondinho. De 1956 a 1977, não foram poucas as reportagens que absorveram o carinho dos familiares para falar sobre o Rei.
Abaixo, selecionamos 15 artigos de diferentes veículos de imprensa que abordam Pelé a partir de sua família – sobretudo Celeste e Dondinho, mas também a avó paterna Ambrosina, o avô materno Jorge, os irmãos Zoca e Maria Lúcia. Os recortes passam por diferentes momentos emblemáticos de Pelé – a conquista da Copa em 1958, a lesão em 1962, o auge com o Santos nos anos 1960, o milésimo gol em 1969, o tri mundial em 1970, as despedidas que se iniciam a partir de 1971. Sempre, com o amor dos pais expresso nas palavras e nas lembranças. Um jeito de apresentar também uma outra face do Rei, um pouco menos pública.
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